quinta-feira, 25 de abril, 2024
26.1 C
Natal
quinta-feira, 25 de abril, 2024

O novo candidato a xerife do meio campo

- Publicidade -

JOGADOR - Com  qualidade de marcação e chegada ao ataque, Márcio Hahn sonha com títulos

 Num país que é celeiro de jogadores providos de muita habilidade com a bola nos pés, a função de volante no futebol brasileiro nem sempre tem o reconhecimento merecido dos torcedores, cronistas esportivos e demais admiradores do esporte. Muitas vezes sua participação em um jogo passa desapercebida. Cabe ao volante anular as ações do meia de criação do time adversário, tarefa que requer muita responsabilidade. Quando um camisa 10 não rende o esperado, geralmente, a “chuva” de críticas cai em cima do próprio, sem ser dado o valor necessário ao trabalho do volante de marcação. E quem chega como mais novo reforço para a posição no ABC é o gaúcho Márcio Hahn que fez sua estréia com a camisa alvinegra, na última quarta-feira, em jogo amistoso contra o Potyguar de Currais Novos, sendo um dos destaques positivos da partida.

Márcio Henrique Borges Hahn tem 30 anos e é natural de Torres no Rio Grande do Sul, cidade litorânea famosa pelas belas praias e economia voltada ao turismo. Foi nos campos de pelada de Torres que Márcio deu seus primeiros chutes ao lado de seu pai, Luiz Hahn que também tinha talento com a bola, mas nunca chegou a ser jogador profissional. Fruto de uma família de imigrantes alemães, Márcio Hahn logo mostrou competência na marcação, característica forte no estilo de jogo germânico, jogando nas categorias de base do Internacional de Porto Algre, onde tudo começou, em 1991.

Aos 18 anos subiu para o time titular do Inter dando início a carreira profissional e, em 1997, foi negociado com o Atlético Paranaense, onde sagrou-se campeão estadual.  A partir daí deu início a passagens por vários clubes do eixo Sul-Sudeste. Em 1999 jogou pelo Mogi-mirim, ajudando o clube a terminar na 5ª colocação do Campeonato Paulista, tarefa difícil para os times do interior.

No ano seguinte, voltou ao Rio Grande do Sul para defender as cores do Caxias, onde foi campeão gaúcho pela primeira vez, participando do único título estadual daquele clube. Em 2001 voltou para o time que o revelou, o Internacional, para ser mais uma vez campeão gaúcho. Nos anos de 2003 e 2004 defendeu mais uma vez as cores do Mogi-mirim.

Em 2005 Márcio Hahn teve passagem pelo futebol do Emirados Árabes, jogando pelo Al Ain. “Foi uma experiência interessante, pois pude conhecer uma nova cultura, um novo estilo de vida. Também foi válido para vivenciar um novo estilo de jogar futebol”, afirmou. No Emirados Árabes, Hahn revelou um fato curioso. Em seu primeiro dia de trabalho no Al Ain, no vestiário, ao tirar toda a roupa para tomar banho, seus companheiros muçulmanos o reprimiram. “Eu estava nu para tomar banho e todos lançaram um olhar repressor para mim, mas outro jogador brasileiro, o Anderson, me avisou e explicou que eu só poderia tomar banho de sunga”, explicou Hahn.

Ainda naquele ano o volante se transferiu para o Novo Hamburgo para ser campeão do interior gaúcho, conquistando vaga na Série C do Brasileiro de 2006. Neste campeonato nacional ele chegou a enfrentar o América de Natal, no quadrangular final da competição, marcando um gol no alvirrubro potiguar, acertando um chute de fora da área, na vitória por 2 a 1 do Novo Hamburgo. Depois disso, Hahn passou pelo Juventude e São Caetano, voltando para o Novo Hamburgo, sendo negociado com o ABC em seguida.

Um dos fatores que levaram Marcio Hahn a acertar com o ABC foi a estrutura montada e o planejamento para 2008, segundo o próprio jogador. “Quando cheguei fiquei surpreso com a estrutura do ABC e isso porque eu já rodei por vários clubes do Brasil. Tenho certeza que com o trabalho que está sendo realizado, o ABC dará muitas alegrias ao torcedor em 2008”.

Em sua estréia com a camisa alvinegra, no jogo amistoso contra o Potyguar de Currais Novos, na última quarta-feira, no Frasqueirão, Marcio Hahn foi apontado pela mídia esportiva como o destaque entre os estreantes. Mostrando qualidade na marcação e boa chegada ao ataque, o volante surpreendeu também com bons lançamentos aos alas e atacantes.

Tradições

Márcio Hahn se mudou de Novo Hamburgo para Natal com sua esposa, Michele e seu filho de um ano e cinco meses, Luiz Eduardo. Aqui, ele se mostrou surpreso com a diferença de temperatura e belezas naturais da cidade. Mesmo longe do Rio Grande do Sul, Hahn não deixa de lado alguns hábitos gaúchos, como o de tomar Chimarrão, um tipo de chá daquele estado.

Agora, figurando entre os titulares no esquema montado pelo treinador Ferdinando Teixeira, atuando como segundo volante ao lado de Adelmo, Márcio Hahn espera ansioso pela decisão do Campeonato Estadual. Quando perguntado a respeito de qual time gostaria de enfreta na final, se mostra indiferente. “Não escolho adversários. Quem vier será um adversário difícil e terá o nosso respeito”, concluiu.

Jogadores baianos são maioria no elenco do ABC

Diferentemente do ano passado, quando o ABC jogou a Série “C” com um time predominantemente de potiguares, em 2008 a diretoria do Alvinegro optou por reforçar o elenco commais atletas de outros estados. E nesse grupo atual a maioria são baianos que totalizam sete jogadores: os goleiros Raniere, Paulo Musse e Aloísio, os volantes Marcelinho e Adelmo, e os alas Alex Santos e Alysson.

O “paredão” baiano que forma a equipe de goleiros acaba por desmistificar a teoria de que baiano é preguiçoso, pois eles são sempre os primeiros a chegar e os últimos a sair dos treinos. O goleiro recém chegado, Paulo Musse, mostra humildade e afirma que aceitaria a posição de reserva, apesar de estar trabalhando para ser titular. “Sei do carinho da torcida por Raniere e não me chatearia com a reserva. Mas estou aqui para brigar pela vaga de titular”, afirmou Musse.

No atual elenco, apenas Rogerinho, Rodriguinho, Fabiano Ivan, Danilo Lopes e João Paulo são potiguares. Além dos sete baianos, são dois cariocas (Paulo César e Rafael Rebelo), paulistas (Glauco e Éder), cearenses (Alan e Márcio Panda) e gaúchos (Ben-hur e Marcio Hahn) e o paraibano Jean.

O presidente Judas Tadeu afirma que as contratações são de jogadres que já rodaram grandes clubes nas séries A e B.

Os baianos esperam que com a benção dos orixás o ABC possa fazer uma grande final e um bom Campeonato Brasileiro.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas