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O papel pioneiro de uma jornalista

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Alex Medeiros 
Desde que reestreei na Tribuna (a primeira vez foi em 1995) fiquei com os dias de sexta-feira reservados para a confecção das duas colunas de fim de semana. Mas, ontem, imprensei o tempo para poder maratonar a espetacular série “O Gambito da Rainha”, em cartaz na Netflix. Após me encantar com seus sete episódios, fui ler algumas resenhas sobre a bela produção. Encontrei diversas reportagens e artigos, todos destacando os papeis das atrizes que encarnam a protagonista, Beth Harmon, uma mente brilhante como enxadrista.
E aí em pelo menos dois textos em sites norte-americanos de cinema, encontro comparações da jovem jogadora com mulheres que foram além do seu próprio tempo e estabeleceram pioneirismo e quebraram paradigmas em conjunturas de predomínio masculino. Uma dessas mulheres foi a jornalista Elizabeth Jane Cochran (mesmo nome da personagem), que se tornou popular com o pseudônimo Nellie Bly e pelo hábil exercício de repórter investigativa.
Nellie foi a primeira mulher dos EUA a trabalhar como jornalista de apuração de casos numa redação de jornal. Ganhou notoriedade quando para mostrar a realidade de um hospital psiquiátrico se fingiu de louca só para ser internada.
Quando saiu do inferno, expôs em grandes matérias a brutalidade dos tratamentos, principalmente aqueles dedicados às presidiárias do asilo feminino na conhecida Ilha de Blackwell. Era o jornalismo denúncia em ação.
No entanto, o que fez de Nellie Bly a personalidade mais conhecida na época foi desafiando Júlio Verne a viajar ao redor do mundo em 72 dias, 8 a menos que seu personagem Phileas Fogg no romance A Volta ao Mundo em 80 Dias.
Ela propôs a ideia ao seu editor, que respondeu “uma mulher precisa de um protetor ao lado. Só um homem pode fazer isso”. O que a deixou indignada.
Pouco tempo depois ela entrou na sala do chefe e avisou: “Faça seu homem andar, porque e vou fazer no mesmo dia para outro jornal e vou vencê-lo”. Nas suas memórias, ela narrou que a viagem foi o maior desafio de toda sua vida.
Mesmo conhecida e admirada, ela não atraiu a confiança dos apostadores no duelo com o viajante do ex-jornal. Todos diziam que as bagagens de uma mulher eram determinantes para o atraso nos deslocamentos pelo mundo.
No dia da partida, calou todos se apresentando com uma única bolsa e dispensando os baús. Num artigo, publicou o conteúdo: dois vestidos, um par de sapatos, calcinhas, 2 véus, 3 gorros, uma camisola, chinelos e lenços. 
No texto ela dizia que usaria sempre os mesmos sapatos e os vestidos, se planejando a lavá-los de forma alternadas em cada uma das suas escalas. A largada foi no cais da empresa Hamburg American Line, em Nova Jersey.
Embarcaram no transatlântico Augusta Victoria, considerado o mais rápido da época, com destino a Londres. Na aventura tinha percursos de barcos, em trens e balões de ar quente. Era uma façanha que se sabia impossível para uma mulher fazer sozinha, nem mesmo na ficção. Mas ela provou o contrário.
Atravessou diversos países, cruzou o Canal de Suez e fez paradas em locais exóticos para a época, como Sri Lanka, Cingapura, Hong Kong e mesmo o Japão, onde as gueixas se derramaram de admiração por sua ousadia. 
Na França, encontrou tempo para um desvio até Amiens, a cidade de Julio Verne, onde o escritor a recebeu com carinho, apesar de convencido que era praticamente impossível ela vencer o desafio contra o adversário masculino.
“Se ela tiver sucesso em 79 dias, vou aplaudi-la com as duas mãos”, disse o grande escritor aos muitos “homens” de imprensa que cobriram aquele encontro. Pois Nellie Bly concluiu a viagem em 72 dias, 6 horas e 11 minutos. 
Alcimar
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Petismo
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Camaradagem
Agora que chegou a hora da onça beber água, uma dica para os novos candidatos ao universo político. Antes de irem às ruas encarar o eleitor desconhecido, seria imprescindível aparentar que seus amigos lhes apoiam.
Panfletagem
Não bastou a histeria dos jornalões e TVs do Rio e SP tratando como possível um conflito bélico entre Brasil x EUA, e as revistas semanais, todas falimentares, pautaram um mesmo tema de agressão paga ao presidente.
Datapio Tradição da confraria do porquinho, o instituto 
DataPio vai se instalar neste domingo no restaurante Me Leve, em Candelária, a partir das 11h00, para sua habitual pesquisa de boca de urna. Com direito a cardápio de toque eleitoral.
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