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O papo na Cova

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Woden Madruga
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Meio da tarde de ontem dei uma esticada até  ao  Cova da Onça. Fazia tempo  que não puxava um papo com Mestre Gaspar. Continua difícil andar pelas calçadas esburacadas ou desniveladas da Ribeira. O cristão teme também que  uma marquise daquelas caia na  cabeça. Mas a conversa estava animada ao redor de uma pauta variada, variadíssima,  que ia da reforma politica aos escândalos da Fifa, mais ainda o trivial da paróquia. Mestre Gaspar muito entusiasmado com a notícia de que a Câmara dos Deputados tinha acabado,  noite de quarta-feira,  com a reeleição de presidente da República, governadores e  prefeitos. Agora um mandato só. Lamentava apenas que a medida não valesse já para a eleição do ano que vem.

A roda toda tinha a mesma opinião.  Gaspar acha que a Câmara precisa aprimorar a reforma politica. Por exemplo: diminuir o número de partidos, deixando, no máximo,  seis legendas. O resto só serve para caça de níquel, fazer grandes negociatas, padrão Fifa. O Brasil tem hoje mais de trinta partidos, quase o mesmo número de ministérios. Mais bagunça.

Outra sugestão defendida ardorosamente pelo Mestre Gaspar, que devia ser, na sua opinião, o carro chefe da reforma, a grife da lei: o cargo de vereador não seria remunerado. Vereador não teria salário. Receberia apenas um jeton, por sessão que comparecesse. Uma remuneração simbólica. Mais nada. Se quiser servir ao seu povo, que seja assim: de alma e de bolsos abertos. Outra coisa que a lei deveria conter: além de  não ter salário,  vereador não poderia nomear assessor. Vereador não teria assessor. Ponto final. 

A galera toda, por unanimidade, aprovou a proposta de Gaspar, que fez questão de lembrar o tempo que  assistia as sessões da Câmara de Vereadores de Natal, quando ela funcionava, no final dos anos 40, no segundo andar do Banco do Doutor Aldo Fernandes, na esquina da rua Frei Miguelinho com a Nísia Floresta, a poucos metros do Cova da Onça.  Eram os  vinte , 22  vereadores, mais ou menos o mesmo número de  funcionários. Se passasse, passariam uns dez servidores, entre eles os serventes, contínuos e porteiro. Não havia assessor. Todos trabalhando no mesmo salão do segundo andar.  Vereador não tinha gabinete. Só quem tinha  era o presidente da Casa, Eliseu Leite.

Na conversa de ontem à tarde Gaspar também se dizia preocupado com essa decisão do Senado de aumentar as taxas de importação de produtos estrangeiros, incluindo as bebidas. O uísque, por exemplo. Vai ver se organiza e providencia um estoque de Old Parr.   Já no escurecer da tarde, quando eu ia saindo,  me pergunta se   tinha lido na internet a coluna de  Ricardo Noblat. Tirou do bolso uma cópia que havia impresso da edição de O Globo e foi dizendo: leia e depois passe para o doutor Ticiano Duarte.

O PT parece biruta de aeroporto
Este é o título do comentário de Ricardo Noblat, no rasto  das decisões aprovadas pela Câmara dos Deputados. Vai na íntegra:

“Na votação, ontem, da reforma política, o PT perdeu uma vez e, por pouco, não perdeu a segunda vez.

A primeira foi quando a Câmara dos Deputados aprovou a emenda à Constituição que permite o uso de dinheiro de empresas para financiar partidos. O PT defende há anos o uso unicamente de dinheiro público.

A segunda foi quando a Câmara acabou com a reeleição para cargos majoritários – presidente da República, governador e prefeito.

Sibá Machado, líder do PT, chegou a anunciar que seu partido obstruiria a votação por ser contra o fim da reeleição. Em seguida, depois de ter recebido um telefonema, mudou de posição e disse que o PT votaria a favor do fim da reeleição.

Era só o que faltava!
O PT votou contra o direito à reeleição quando ele foi instituído durante o primeiro mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso.

Como poderia agora se opor ao fim dele?

É fato que o fim da reeleição  não estava nas contas do partido. Lula imaginava voltar em 2018 e se reeleger em 2022.

O PT parece desarvorado.  Sem direção. Se quem o comande com firmeza.

Está como biruta de aeroporto – ao sabor da direção dos ventos.”

Chuva
Algumas chuvas animadoras em meia dúzia de municípios da faixa litorânea, anotadas pela Emparn: Senador Georgino Avelino, 61 milímetros, Parnamirim, 39, Nísia Floresta, 26, São Gonçalo do Amarante, 22, Pureza, 18, Maxaranguape, 12. A chuva de Natal foi de 15 milímetros.

O Agreste permanece na estaca zero: um pingo aqui e outro lá longe: Ielmo Marinho, 3,7, Monte Alegre, 3. Uma  chuva mais ou menos em Coronel João Pessoa, na região Oeste: 13 milímetros. No Seridó, nada.

Música na Livraria  Hoje, sexta-feira, 29, última do mês, é dia do Projeto Música na Livraria, da Cooperativa Cultural da UFRN.  Flauta, gente! Quem puxa  o espetáculo é Rodrigo Borges com sua flauta transversa. Com ele o Grupo  de Flautas de João Paulo Araújo.   Começa às 11:30. Boa música, bons livros, bons papos.

Livro  Amanhã, sábado, tem lançamento no Sebo Vermelho. Abimael Silva preparou uma edição fac-similar de “Terra Natalense”, do historiador Olavo de Medeiros Filho. Das 9 horas ao meio dia na loja do Sebo Vermelho, avenida Rio Branco, 705, Cidade Alta.

Biografia  Deu na coluna de Ancelmo Gois, de O Globo:

– O STJ encerrou a briga entre Vilma Guimarães Rosa e a LGE Editora que publicou, e depois teve que recolher, a biografia do escritor mineiro feita por Alaor Barbosa. Vilma e a Nova Fronteira, editora da obra de Guimarães Rosa, não podem recorrer da decisão que garantiu a publicação da biografia.

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