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O patrono dos malditos

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Por Graco Medeiros

Milton Siqueira está apenas na memória de quem vivenciou sua época. O seu deambular pelas ruas, com seus solilóquios rabugentos, sua produção instantânea de poemas feitos na velocidade do rascunho, quase todos descartáveis, pois escrevia em profusão.

Qualquer batente ou sapata servia de escritório. O bar “O Escondidinho”, na Rua Princesa Isabel, quase esquina com a Rua João Pessoa, era o seu refúgio predileto. Milton era, com a devida vênia de João Gualberto, não exatamente uma “Máquina de Lavar Poemas”, mas de fazê-los.

E nem existia celular, nem blogs ou amigos que publicassem seus escritos em colunas de jornais. Milton Siqueira era do rolé, uma figura diferente dos padrões provincianos de antanho, igual outras figuras estranhas como Rocas Quintas, Maria Mula Manca, Tubiba, Pecado, Luciano Nicotina e Cambraia, este último por força da profissão de jornaleiro ‘circuladô’.

Eu já fui um batedor solitário das ruas e bairros natalenses. Hoje, Volonté segura a onda. Milton, quase sempre enfezado, adorava um desacato. Quando falo da memória, bem sei que ela, muitas das vezes, é a única fonte de referência. Mas também pode se tornar emissária de mentiras ou ‘lendas urbanas’. Eis o perigo.

Sei, há décadas, que do irado bardo restam, apenas, alguns dos seus amarelados rascunhos e um ou dois parcos livros retratando a sua pessoa. Portanto, o resto é memória mesmo de quem testemunhou seus monólogos sempre injuriados e suas falas malcriadas, como numa manhã de sábado dos anos 1960, na frente da Confeitaria Cisne, onde muitos dos intelectuais da cidade e figuras públicas notáveis (muitos deles já se foram) confraternizavam e resenhavam, como o irmão mais afortunado de Milton, Esmeraldo Siqueira, alvo da sua fúria e destempero: – “Milton Siqueira agora vai começar a dar o cu para desmoralizar esta família de vez!” No interior do então elitizado estabelecimento, figuras como Hernani Hugo, João Machado, Meira Pires, Ticiano Duarte… além da estampa lívida de Esmeraldo, quieto, tomando cerveja com tira-gosto de queijo polenquinho. (GM)

Totalitarismos

Na nota de Jair Bolsonaro demitindo Roberto Alvim há um recado nas entrelinhas. Ele não apenas frisa que reitera repúdio às ideologias totalitárias e genocidas, mas faz questão especificar duas delas, o nazismo e o comunismo.

Recado

Antes de seguir no texto confirmando seu apoio irrestrito à comunidade judaica, a vítima maior do nazismo, o presidente escreve que além de repudiar as duas ideologias, repudia também “qualquer tipo de ilação às mesmas”. Aí tem.

Impeachment

Um novo personagem vai entrar no teatro de guerra do Senado dos EUA, durante os próximos debates sobre o pedido de impeachment de Donald Trump. É o advogado Ken Starr, que liderou a investigação de Bill Clinton.

Impedimento

É muito improvável que a prefeitura de Natal consiga regularizar sua licitação publicitária com tempo hábil de anunciar. Dentro de pouco tempo abre-se o guarda-chuva da lei eleitoral e debaixo dele os municípios ficarão impedidos.

Sufoco à vista

No caso do governo do estado, com o longevo e remendado contrato expirando em fevereiro, a soma do tempo para concluir uma nova licitação e o início das veiculações legais é demasiado para acender a luz vermelha no mercado.

Resistência

O universo literário de Portugal e Espanha começa uma reação para enfrentar a era dos autodidatas com conhecimentos de retórica digital. A ideia é reforçar a importância do livro físico como composição de repertório e de currículo.

Marcianos

O milionário Elon Musk, líder das marcas SpaceX e Tesla, foi ao Twitter avisar que quer levar um milhão de terráqueos para viver em Marte até o ano 2050. Quer construir 100 naves por ano e enviar a cada 26 meses 100 mil pessoas.

Nova York

No domingo passado, foi impossível aos olhos da mídia mundial não focalizar o clássico Bonequinha de Luxo, de 1961. A Quinta Avenida parou para a mudança da joalheria Tiffany, que passará por reformas no famoso prédio.

Ronaldo

O craque da Juventus adquiriu o apartamento mais caro de Lisboa, situado no edifício Castilho 203 com vistas para o Parque Eduardo VII e a Avenida da Liberdade. A mídia local fala que ele pagou a mixaria de 7,4 milhões de euros.

Potiguar 2020

Na tarde deste domingo, a equipe esportiva da rádio FM 93.5 estará concentrada na rodada do nosso campeonato. A tabela da FNF mostra Globo x ASSU, Palmeira x América, ABC x Santa Cruz e Potiguar x Força e Luz.

Som da Mata

Tarde de domingo no parque com todos os sons. A partir das 16h30 tem o grupo Fuxico de Feira misturando o forró tradicional, o frevo, o choro, a ciranda, o coco, o carimbo e a lambada.  Na levada de Fernandinho Régis (viola e bandolim), Felipe Erick (sanfona e flauta), Abner Moabi (percussão) e Valério Felipe (percussão), além da participação especial de Ozawa Gaudêncio (rabeca).

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