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O poder de Valdemar

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Lydia Medeiros

Cada vez mais distante de Jair Bolsonaro, o PR do ex-deputado Valdemar Costa Neto deve se unir ao “blocão” liderado pelo DEM para decidirem, juntos, quem apoiar na eleição presidencial. Com o PR, o grupo, que inclui os partidos do “centrão” — PP, PRB e Solidariedade —, soma hoje 164 deputados. Seu maior ativo é o tempo de cerca de seis minutos na propaganda eleitoral. Valdemar, condenado no mensalão, pediu prazo até terça-feira para consultas. PSC e PHS também podem aderir. Hoje, o bloco está rachado. Oscila principalmente entre Geraldo Alckmin (PSDB) e Ciro Gomes (PDT), mas conta também com defensores de Bolsonaro. Sem o PR, o tucano tem leve favoritismo, dizem líderes do DEM. A chegada de Valdemar, porém, dá uma vantagem a Ciro, preferência da cúpula do DEM, e coloca na mesa de negociação o empresário Josué Alencar para a vaga de vice. O esforço do DEM é para manter o bloco unido, mirando a reeleição de Rodrigo Maia presidente da Câmara. Mas a opção por Ciro está longe de ser pacífica no partido.

Privatização emperrada
Marcado para o próximo dia 26, o leilão de seis distribuidoras de energia da Eletrobras no Norte e Nordeste deve ser adiado. O projeto que torna viável a venda das empresas foi aprovado na Câmara e está no Senado. O líder do governo, Romero Jucá (foto), quer excluir da lista a distribuidora de Roraima. Assim, o projeto teria de voltar à Câmara e, com o recesso, seria difícil cumprir o prazo. Jucá diz que Roraima não está integrada ao sistema nacional, depende de energia da Venezuela, e vender a empresa assim poderia levar a uma situação de risco para o estado.

Oportunidade para cobrar
O governador de Alagoas, Renan Filho, quer usar a privatização da distribuidora de energia do estado para negociar com o Planalto um abatimento na dívida com o governo federal. Ele alega que a empresa foi federalizada nos anos 90, e que Alagoas só recebeu 50% do pagamento, à época, R$ 150 milhões. Renan Filho calcula que hoje, 20 anos depois, o valor que o estado teria a receber chega a R$ 1,5 bilhão. A venda da empresa foi suspensa por liminar do ministro Ricardo Lewandowski.

Novo round
A disputa pelo comando do MDB de Pernambuco entre Jarbas Vasconcelos e Fernando Bezerra ganha nova rodada. A PGR enviou ao STF pedido para reformar liminar do ministro Ricardo Lewandowski que paralisou a briga no TSE. No recesso, o caso fica na presidência do STF. Se Jarbas perder, terá de entregar o partido a Bezerra, abrir mão da candidatura ao Senado na chapa do governador Paulo Câmara (PSB) e ver o MDB passar à oposição, liderada por Armando Monteiro (PTB).

Estrelas vão à luta
A classe artística tem nova batalha no Congresso. Nomes como Caetano Veloso, Chico Buarque e Roberto Carlos se juntaram à articulação para engavetar projeto da senadora Ana Amélia (PP-RS) que isenta estabelecimentos do ramo de hospedagem da arrecadação de direitos autorais. Hoje, hotéis, motéis e pousadas são obrigados a recolher ao Ecad por execução de obras musicais e audiovisuais em suas dependências. Artistas e autores entendem que a execução das obras é pública e não pode ser isenta.

Protegendo o cofre
Prefeitos estão apreensivos com medidas provisórias que podem afetar suas finanças. A primeira, eleva o piso salarial dos agentes comunitários de saúde. Para a Frente Nacional de Prefeitos (FNP), trata-se de uma despesa criada sem fonte de receita, com impacto de até R$ 1,8 bilhão para os municípios em 2019. A segunda, editada na segunda-feira, altera o marco legal do saneamento básico e pode aumentar a conta de água. “O Brasil precisa revisar seu pacto federativo e não aprovar mudanças pontuais que mais atrapalham que ajudam os cidadãos”, diz Jonas Donizette (PSB), presidente da FNP.

Silêncio conveniente
Líder do PSOL, Chico Alencar notou que o PSL de Jair Bolsonaro, com 8 deputados, não orienta a bancada em votações. Foi assim no projeto que tratou das distribuidoras de energia e na aprovação de recursos para a intervenção no Rio, estado de Bolsonaro. O líder “desaparecido” é Delegado Francischini. O vice, Eduardo Bolsonaro, fica calado. “Bolsonaro é do PSL — partido do silêncio ladino”, diz Chico.

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