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O que teria dito Materazzi?

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Vi o jogo em Queimadas de Baixo. O dia foi todo nublado e no final da tarde descia um vento bem frio da Serra de Joana Gomes. Mas não choveu, a não ser uma “noruega” rápida na parte da manhã e uma outra, coisa de meio-dia, dando apenas para apagar a poeira. Como diriam os cronistas de antigamente “uma tarde ideal para a prática do futebol” Bom, isso se alguém daquelas bandas fosse arriscar uma pelada. Que não foi o caso. Como eu, estavam todos em suas casas diante da televisão para ver o grande  jogo.  Que não foi grande coisa nenhuma. Pelo contrário, foi dos mais fracos, dos mais chochos desta Copa. Me estribo também  no que disse João Ubaldo Ribeiro, que estava lá, no Estádio de Berlim, e sabe das coisas: “Foi de fato uma partida medíocre e às vezes monótona. Gostei mais da disputa pelo terceiro lugar”. Fosse o saudoso João Alfredo Pegado Cortez, o nosso querido “Conde de Miramonte”, usaria o mesmo adjetivo que o xará João Ubaldo usou, só que colocaria mais na frente a sílaba tônica. Teria dito que foi um jogo: MO-NO-TÔ-NO. Era assim  que respondia quando se perguntava a ele, na saída da sessão das seis no Rio Grande, se o filme era bom: “Não”.  E  escandindo bem as sílabas, acrescentava: “é muito mo-no-tô-no”. A cangalha do circunflexo no  espinhaço  do  terceiro O.

Tanto foi que,  em algumas vezes, até mesmo na prorrogação, deixei a sala para vir ver, cá fora, uma lua quase cheia vagando por aqueles cantos celestiais. Muito mais emocionante. Nem se compara. Aí veio aquela cabeçada de Zidane nos peitos do zagueirão Materazzi, aí o jogo, mesmo ruim,  deu uma sacudidela. Todos na sala  pedindo a expulsão do francês. O juiz demorou, mas atendeu. Em seguida vieram os pênaltis, que é o antifutebol. De qualquer modo, foi a parte mais emocionante do jogo. A dramaticidade superou a falta de qualidade de uma final de Copa que merecia coisa bem melhor, até em homenagem ao povo alemão que soube organizar um grande evento e ressuscitou a alegria de sua gente. Um jogo sem graça, sem tutano, sem música.

Luís Fernando Veríssimo disse que foi uma Copa de “tão pouco futebol que o maior divertimento estava na platéia”. Disse ainda o escritor e também excelente cronista esportivo que esta foi a sua última Copa: “O Cafu e eu não estaremos na África do Sul, em 2010. Vou tentar esquecer esta e lembrar as outras. Principalmente as que ganhamos”.

E disse mais Fernando Veríssimo: “Foi finalmente a Copa e que estava consagrando uma legenda que a própria legenda se encarregou de destruir. Seria a Copa do Zidane. Foi a Copa da desgraça do Zidane, que saiu de campo sob vaias. Pelo menos um pouco de drama para temperar a mediocridade.”

A propósito,  o mundo inteiro, por conta da mídia, discute, agora, o que foi que o Materazzi disse de tão grave que resultou naquela atitude animalesca do Zidane. Há várias versões. Uma,   que o italiano disse que a mãe de Zidane era uma prostituta; outra,  que a prostituta não era a mãe, era a irmã do craque; uma terceira, de que as duas, a irmã e a mãe, eram prostitutas. Uma quarta versão é de  que o italiano teria acusado o  Zidane, que é argelino, de “terrorista islâmico”. Criou-se  a partir daí  um suspense em torno de tudo isso, mais ainda porque um assessor de Zidane informou ontem à imprensa de que nos próximos dias o craque, que ontem almoçou com o presidente da França, Jacque Chirac,  irá  revelar o que Materazzi disse para ele.

E por falar em islamismo, estou lendo um livro lindo, “Os Poemas Suspensos”, uma seleção de dez poetas árabes, do período da poesia pré-islâmica, bote aí coisa dos anos 500 a 600.  Foi organizado por Alberto Mussa, que também traduziu,  escreveu uma  introdução e  muitas notas. É da Record.

Cada vez mais cínicos

Leio o blogue de Ricardo Noblat, e destaco:

– Os anais do Congresso e os arquivos dos jornais estão repletos de ataques contundentes feitos no passado por líderes do PT à  política de todos os governos  de barganhar apoios em troca de cargos públicos. Bastou que o PT subisse a rampa do Palácio do Planalto para esquecer o que dizia.

– Na maioria das vezes, o que pretende um político quando indica alguém para um cargo no governo? Pretende que use o cargo mais tarde para retribuir a indicação. É por aí que se compromete o bom desempenho da administração pública. E também é por aí que o vírus da corrupção se costuma a se infiltrar com freqüência.

– Lula e seus companheiros poderiam ter aproveitado os episódios do mensalão e do caixa 2 do PT para se reconciliar com antigos valores que pavimentaram sua ascensão ao poder – mas não foi isso o que ocorreu. Apenas se tornaram mais cínicos.”

Reeleição

A Comissão de Constituição e Justiça do Senado votará amanhã a emenda constitucional que acaba com a reeleição para presidente, governador e prefeito. Ufa!

Padre Sabino

O universo humano de Natal fica mais triste com a morte do padre Sabino Gentilli, sábado na Itália.  Educador,  foi professor do Salesiano e,  desde que aqui chegou, há mais de vinte anos, envolveu-se  integralmente com a vida da cidade.  Foi diretor da Rádio Rural de Natal. Exercia um grande trabalho na área social, a partir da comunidade de Mãe Luiza onde era vigário da paróquia de Nossa Senhora de Lourdes.

Culto, bom papo (excelente comunicador),  bom companheiro, simples. Ia fazer 61 anos agora no dia 13.  Morreu do coração.

Às 19h30 de hoje, na Capela de Nossa  Senhora da Conceição, em Mãe Luiza, será celebrada missa  pelo Arcebispo Dom Matias. A TV Universitária exibe a partir das 19h de hoje entrevista do Padre Pio ao programa Memória Viva.

Chuvas

Estão mesmo no fim. Neste final de semana choveu em apenas 30 localidades do Estado, na maioria, finas. A melhor chuva foi em Maxaranguape, 22 milímetros, depois Ceará Mirim (Jacumã), 16, Parnamirim, 12, Lagoa de Pedras, 9, Espírito Santo, 7,9, Várzea, 7, Touros, 6.  A chuva de Natal foi de 10 milímetros.

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