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O retorno do casal espanhol mais famoso das telas

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O que esperar de um filme espanhol dirigido por um iraniano que não fala espanhol? Se o diretor em questão for Asghar Farhadi, ganhador do Oscar de melhor filme em língua estrangeira duas vezes  (“A Separação” e “O Apartamento”), o mínimo que se poderia esperar é que “Todos lo saben” (Todos sabem”) estrelado por Javier Barden e Penélope Cruz, participasse da 71ª edição do Festival de Cannes que começou na França nesta terça-feira, dia 8 de maio.

Casal Javier Bardem e Penélope Cruz na estreia do thriller psicológico ‘Todos los saben’
Casal Javier Bardem e Penélope Cruz na estreia do thriller psicológico ‘Todos los saben’

Mas o longa-metragem não apenas concorre a Palma de Ouro, principal categoria do evento. “Todos lo saben” abriu o festival de cinema, quebrando um jejum de quase quinze anos em que um filme não falado em inglês ou francês havia dado a largada oficial do Festival de Cannes – o último havia sido “Má Educação”, de Pedro Almodóvar, em 2004.

Filmado em uma pequena cidade espanhola, “Todos lo saben” narra a saga de Laura (Penélope Cruz) que retorna da Argentina com os filhos para o casamento da irmã. Mas quando um deles é sequestrado, o clima festivo rapidamente traz a tona segredos de família e um suspense com interpretações plausíveis de um elenco afiado que inclui ainda o premiado ator argentino Ricardo Darin e a espanhola Bárbara Lennie.

O clima tenso do filme, no entanto, é bem diferente do primeiro que  contracenaram juntos no início dos anos 90, a comédia romântica “Jamon Jamon”, de Bigas Luna, e depois em “Loving Pablo”, de 2017, sobre o famoso narcotraficante colombiano Pablo Escobar.

“Não levamos trabalho para casa”, confessou Penélope Cruz durante uma conferência para a imprensa realizada em Cannes nesta manhã de quarta-feira e da qual a este repórter esteve presente.

“Independente de sermos um casal, temos um método de trabalho muito parecido e isso inclui deixar o personagem no set de filmagens quando o expediente acaba. Quando eu era mais nova, durante os meus vinte e poucos anos por exemplo, eu achava que quanto mais eu me torturasse e continuasse dentro do personagem por semanas a fio eu obteria um resultado melhor. Com o tempo percebi que uma coisa não está relacionada com a outra. Hoje em dia  gosto desse vai e vem entre ficção e relidade em que, durante um mesmo dia, eu posso ser outra pessoa e voltar a ser eu mesma diversas vezes”, explica Cruz.

E em um ano onde a mesa de jurados teve a sua maioria composta por mulheres e a Riviera francesa ainda sussurra sobre os escândalos de abuso sexual em Hollywood, para aqueles se perguntando se houve igualdade salarial entre Penélope e Javier, durantes as filmagens de “Todos lo saben”, a resposta vem da boca da própria atriz: “Sim, fomos pagos o mesmo valor”, respondeu Penélope sem titubear e com um sorriso.

A distribuidora Focus Films, que estava disputando com a Netflix os direitos de distribuição do filme para o território Americano, o Reino Unido, Canadá, Nova Zelândia, Austrália e India ganhou a disputa poucas horas antes das estrelas pisarem o tapete vermelho de Cannes na tarde desta terça-feira. Essa foi uma tentativa frustrada do serviço de streaming que no ano passado participou do festival de cinema francês com duas produções, “Okja” e “Os Meyerowitz: Família Não Se Escolhe”, gerando protestos de cineastas franceses e sindicatos e obrigando a organização de Cannes a vetar que filmes que não são lançados no cinema possam concorrer a Palma de Ouro a partir desta edição.

(*) o jornalista participa a convite do Festival

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