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O Rio Grande do Norte merece mais

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Editorial
É desalentadora a performance dos pré-candidatos ao governo do Rio Grande do Norte. Candidatas e candidatos parecem empenhados num pacto tácito para ignorar a realidade, subestimando a inteligência e os desejos imediatos da sociedade, tangenciando os problemas concretos e o futuro do estado. Assiste-se a um torneio de retórica e a um embate meramente ideológico que reproduz a esterilidade do cenário na disputa nacional, com pautas sectárias e verborragia que disfarçam mal a falta de conexão com a vida cotidiana.
Ideologia e sua expressão formal – a retórica – são elementos inerentes à política, mas não podem ser tomados por absoluto. É preciso relativizá-los, para que cumpram sua função real no processo. Eles são a moldura que delimita e sustenta o quadro, mas o elemento principal na composição tem de ser a pintura. Ignorar essa compreensão primária é sinal de pobreza de ideias, de alienação social, de incapacidade para ocupar o principal gabinete do Centro Administrativo do Estado.
A situação apregoa como motivação de voto o avançar com um “projeto” que teria dado ao estado o norte e a grandeza espetados no nome. Para amparar a propaganda, esgrime a quitação de débitos com o funcionalismo e o crescimento da arrecadação. Esconde, porém, que os gastos com pessoal ultrapassaram a prudência recomendada na Lei de Responsabilidade Fiscal, o que denota má gestão e incapacidade para investir no desenvolvimento da economia, na geração de trabalho e renda, na melhoria efetiva da educação, da saúde, da segurança, da infraestrutura. 
Também não revela quanto dos recursos utilizados para tais pagamentos veio do Governo Federal.
A oposição não faz melhor. As ideias postas até o momento espelham a retórica sem substância e a falta de um projeto claro e consistente. Os dois lados podem alegar que ainda há tempo para qualificar o debate. Mas a construção puramente demagógica e o deserto de ideias têm se alargado a cada nova eleição, seja qual for a coloração ideológica do eleito. Essa constante histórica explica um dado da primeira pesquisa Ipespe/Tribuna do Norte: 71% dos entrevistados declararam espontaneamente não ter candidato ou pretender votar nulo ou branco. O número não mente: o Rio Grande do Norte quer, precisa e merece mais do que o pacto de mediocridade vigente na pré-campanha.
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