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O saber e o sabido

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Vicente Serejo
Não basta ser doutor de borla e capelo. Não basta. Se bastasse, tudo acabaria naquelas assinaturas da banca examinadora, encimadas pelo orientador. A produção acadêmica não tem um nível regular. Quem anda, como este cronista, de vez em quando, nos caminhos dos sempre variados repositórios acadêmicos, onde estão disponíveis as dissertações e teses, sabe que existe ali exemplos de grande erudição e talento, mas também há verdadeiros monstrengos pedantes. 
Não diria que a pós-graduação acabou reduzida a um crivo convencional de ascensão funcional, mas, às vezes, só cumpre as dicas de uma cartilha de embustes. Mestrado e doutorado não precisam ser obras primas, mas não podem abrir mão do bem escrito. Não são só acessos aos níveis da carreira. A produção acadêmica perdeu ao abrir mão da qualidade do texto e optar pelo habilidoso engendramento de citações pré-moldadas ditas científicas em razão do método.  
Esta, por sinal, não é uma opinião cara ao mundo acadêmico, território capaz de produzir grandes estudos, mas também grandes e inócuos pedantismos. Na academia universitária, como de resto em todas as atividades intelectuais, convivem, sem atrito, o genial e o medíocre. Tanto mais facilmente quando sua produção nem sempre é submetida aos leitores comuns e muito menos à crítica aberta. O genial e o medíocre passam, quase sempre, nas bancas examinadoras. 
Depois, o mestre e o doutor escrevem para mestres e doutores, e não para os alunos e os leitores comuns, e só publicam para o público interno. Um departamento não conhece o que se produz no outro e de um mesmo centro. Aprovadas pelas bancas, as dissertações e teses vão ao escrutínio da contagem de pontos curriculares, e morrem. O autor sabe que não precisa prestar contas a ninguém, nem à própria consciência ou à sociedade, a financiadora do ensino público.
Em razão de alguns assuntos que interessam mais de perto e só por simples curiosidade, tenho localizado e mandado imprimir algumas dissertações e teses. Há muita coisa boa, jamais negaria, mas há rebotalhos que se espicham em títulos longos e pedantes numa ciência de araque atestada como algo do qual os orientadores ficam livres e contam os pontos nas olimpíadas das progressões. Textos que são verdadeiros amontoados de citações costuradas como remendos. 
Da autonomia acadêmica, preciosa e essencial, a universidade passou a uma ilha livre de controle interno e externo e se salva pela performance e o desempenho individuais e nunca pelo falso rigor da ciência que alguns simulam produzir no seu conjunto. Para não chegar aos egos e aos seus jogos pueris. Alguns poucos salvam os muitos pela cultura e o talento inegáveis. Enquanto os muitos lustram a placa de pós-doutor na porta da sala no torneio das vaidades… 
MILHO – O deputado Getúlio Rego não gostou nem um pouco quando a deputada Eudiane Macedo disse que todo o erro da governadora Fátima Bezerra foi não conversar com a oposição. 
QUAIS? – Ao insinuar que uma conversa teria apascentado a oposição, a afirmação foi recebida pela oposição como algum tipo de acordão. Getúlio cobrou da presidência uma posição firme.  
CASCUDO – Familiares, instituições culturais e convidados reunidos hoje, 16h30, na sede da Academia de Letras, no lançamento da edição comemorativa dos 100 anos de ‘Alma Patrícia’. 
DÚVIDA – De um Guaxinim escolado no mangue da política local: “A estratégia do ex-prefeito Carlos Eduardo ou está muito certa ou muito errada”. E jogou o silêncio escondido nos olhos.
AVISO – O governo, via Controladoria Geral, não auditou apenas as contas da Arena das Dunas. Há quem afirme que também flagrou a prática do sobrepreço nos restaurantes populares. 
RUÍDO – Com duas CPIs e o permanente conflito de denúncias, o segundo semestre legislativo vai ser um tiroteio de governo versus oposição. Como diz um deputado, “bala trocada não dói”.  
BLAGUE – Pode ser, como disse o policial, que bala controle os presos. Mas, e pelo jeito, bala não mata as relações promíscuas de bandidos e seguranças. Ninguém foge sem ajuda. Ninguém.   
POESIA – De Letrux, a jovem poetisa que é compositora da novíssima geração da MPB, na página em branco do livro ‘Tudo que já nadei’, de capas cor de rosa: “Vim ao mar pedir perdão”. 
ARENA – O controlador geral do Estado vai mostrar na sua exposição na CPI da Arena das Dunas o prejuízo da ordem de R$ 16 milhões causado pelo contrato com a empresa Arena das Dunas Concessões e Eventos. Um contrato leonino e declaradamente lesivo ao cofre estadual.
COBRA – Além de ajustar o contrato às normas legais de repartição das receitas adicionais, o corregedor Pedro Lopes, por ordem da governadora Fátima Bezerra, encaminhou o resultado da auditoria para cobrança judicial no valor de R$ 13 milhões de reais. O que mostra o rombo. 
VALOR – Com o ajuste do corregedor, auditor de carreira do quatro técnico da Secretaria de Tributação, o RN passou a receber, desde o segundo semestre de 2020, R$ 308 mil mensais e aguarda ser ressarcido em R$ 13 milhões, desde 2014. Sem falar nos valores da construção.  
Os artigos publicados com assinatura não traduzem, necessariamente, a opinião da TRIBUNA DO NORTE, sendo de responsabilidade total do autor.

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