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O Sebo no Senado

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Redação
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O sebista Abimael Silva e o seu Sebo Vermelho (livraria e editora) foram motes do discurso do senador Garibaldi Filho no plenário do Senado, sessão de terça-feira, começo da noite em Brasília. Garibaldi destacou a importância do trabalho desenvolvido por Abimael para a preservação e a difusão da cultura potiguar.  O Sebo Vermelho, em 33 anos de atividades, já publicou 505 títulos, verdadeiro recorde nacional. Merece todas as comendas e medalhas. Transcrevo o discurso de Garibaldi:

“ O meu estado, o Rio Grande do Norte, é conhecido por sua exuberante natureza, a hospitalidade do seu povo, riquezas naturais como o petróleo, a chelita e o sal, a agroindústria da fruticultura irrigada. As praias de Pipa, Genipabu, Ponta Negra, Pirangi, São Miguel do Gostoso, Tibau povoam o imaginário de quem pensa em tirar férias. Durante a Segunda Grande Guerra, sediamos a Base Aérea que ficou conhecida como “Trampolim da Vitória”.

“As mulheres potiguares foram pioneiras. Clara Camarão, por exemplo, é considerada uma das percussoras do feminismo. A escritora e educadora Nísia Floresta publicou textos em jornais em que estes eram um espaço estritamente masculino.  Celina Guimarães foi a primeira eleitora do Brasil. Alzira Soriano, a primeira mulher eleita prefeita na América Latina. Os homens também deram sua colaboração no enriquecimento da história potiguar. Câmara Cascudo, por exemplo, foi o maior folclorista do Brasil.

“Hoje, senhoras e senhores senadores, quero prestar uma homenagem ao Rio Grande do Norte e a todos estes nomes que citei e tantos outros. Farei isso celebrando, antecipadamente, o 33º aniversário do Sebo Vermelho e os 55 anos de seu proprietário, o sebista e editor Abimael Silva. Alguns devem estar perguntando: por que comemorar a data de fundação de um sebo poderia significar homenagear potiguares ilustres? Respondo: o Sebo Vermelho há muito deixou de ser apenas um espaço para o comércio de livros usados, e transformou-se numa editora.

“A transformação ocorreu em 1993, quando Abimael resolveu reeditar um livro, “Poetas do Rio Grande do Norte”, de Ezequiel Wanderley, originalmente publicado em 1922, em Recife.  O Jornal do Brasil publicou uma resenha incluindo o título entre os lançamentos do mês. Foi um sucesso. Dez anos depois, a editora Sebo Vermelho atingiu a marca de 100 títulos lançados. E Abimael foi convidado para ser entrevistado no programa de Jô Soares. Na conversa, ele contou sua ousadia de reeditar obras de interesse histórico, político e cultural para Natal e o Rio Grande do Norte.

“Senhoras senadoras, senhores senadores. Os livros do Sebo Vermelho contam histórias como a descoberta do historiador Lenine Pinto, de que o descobrimento do Brasil ocorreu em Cabo de São Roque, em Touros, no litoral potiguar, e não em Porto Seguro, na Bahia. Outra publicação reúne as mais de 60 cartas que Carlos Drummond de Andrade escreveu à poetisa potiguar Zila Mamede. Abimael também lançou “Lampião em Mossoró”, do historiador Raimundo Nonato, “Os Holandeses na Capitania do Rio Grande do Norte”, de Olavo de Medeiros Filho, “Cascudo, Mestre do Folclore Brasileiro”, de Djalma Maranhão.

“Hoje, são mais de 500 títulos publicados por Abimael Silva, natural do município de Várzea, no Agreste potiguar. Em 1985 ele desistiu da vida de bancário e comerciário para criar o Sebo Vermelho. Único sebista editor brasileiro, ele resgata a história potiguar sem receber incentivos do Poder Público. Filho do carpinteiro Severino Hercílio e da dona de casa e artesã Maria Rodrigues, Abimael e sua cria, o Sebo Vermelho, merecem todas as homenagens dos que se interessam pela cultura potiguar e brasileira”.

Chuva
Poucas e finas chuvas de terça-feira para o amanhecer de ontem no Rio Grande do Norte, segundo o boletim da Emparn. Não choveu no Oeste. No Seridó, a chuvinha melhor foi em Equador, 4 milímetros. No Agreste, Monte das Gameleiras, 5,9. Na região Leste, Parnamirim, 8 milímetros, Montanhas e Canguaretama, 3.

A Funceme registrou chuvas em 26 municípios do Ceará.  As maiores foram em Itatira (Sertão Central), 47 milímetros, Camocim (Litoral Norte), 45, Maracanaú, (Litoral de Fortaleza), 28, e Milagres (região do Cariri),25.

Na Paraíba choveu em mais de 30 municípios, maioria na região do Brejo. A maior chuva foi em Itabaiana, terra de Sivuca e do cineasta Vladimir Carvalho (“O País de São Saruê”), 57 milímetros.

Homenagem 
Por proposta do conselheiro Valério Mesquita, o Conselho Estadual de Cultura aprovou, em sua sessão de terça-feira, voto de pesar pelo falecimento do advogado e procurador Hélio Santiago, ocorrido domingo, 15. Foi Chefe da Casa Civil no Governo Tarcísio Maia.

Cachaça 
Hoje, no Rio de Janeiro, haverá o lançamento de dois livros do jornalista e escritor Marcelo Câmara, também editor e cachaçólogo:  “Cachaça – Prazer Brasileiro”, numa segunda edição ampliada, e “Ficha de Degustação de Cachaças Marcelo Câmara”, seu sexto livro. O autor é fluminense de Angra do Reis, está no ramo há muitos anos e, aqui e acolá, atua como “consultor de cachaça” e “degustador profissional”. Os livros têm o selo da Editora Mauad X. O lançamento será no Instituto Casa do Choro, na rua da Carioca, centro boêmio do Rio. Não podia ter balcão melhor.

Livro 
A escritora Araceli Sobreira, paulista/cearense com sotaque potiguar lança hoje à noite (18h30), no Temis Clube (sede do América F.C., Rodrigues Alves, 950) o seu livro “O Espelho de Eloísa: e outras histórias de mulheres sábias”.

A autora é professora de Literatura da UERN (Campus de Natal).

Falta preto 
Deu na coluna de Ancelmo Gois, em sua coluna de O Globo:

– Falta preto na ABL. Da coleguinha Flávia Oliveira sobre a vaga na ABL aberta com a morte de Nelson Pereira dos Santos: – Eu voto em Nei Lopes ou em Martinho da Vila. Sem falar na Conceição Evaristo. ‘Tá’ faltando preto na Casa de Machado de Assis.

– Faz sentido.

Política 
Sugiro aos que gostam ainda de política uma leitura na coluna de Elio Gaspari, na Folha de S. Paulo, de ontem. O título é este: “O PSDB está desunido e desorientado”. Logo abaixo o sub: “Nas mãos de Geraldo Alckmin, o partido fundado por Mário Covas virou um PT chique, e FHC fez que não notou. ”

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