terça-feira, 14 de maio, 2024
27.4 C
Natal
terça-feira, 14 de maio, 2024

O sertão mágico de Aldo Lopes

- Publicidade -

Lá pras bandas da Serra do Teixeira, nas brenhas do sertão paraibano, a pequena Perdição testemunha o avanço da Revolução de 1930 que pôs fim a República Velha e conduziu Getúlio Vargas ao poder. Cidadezinha (a)típica do interior nordestino, com seus personagens mais (a)típicos ainda, Perdição tinha a peculiaridade de se manter em uma espécie de universo paralelo, envolvida por acontecimentos encharcados pelo realismo fantástico imaginado por Aldo Lopes de Araújo. O escritor compartilha a trama d”A Dançarina e o Coronel” (Edições Bagaço, 176 páginas, R$ 30) nesta quinta-feira, às 19h, na Livraria Saraiva do Midway Mall.
Novo livro de Aldo Lopes mergulha no mundo mágico do sertão
Autor do premiado “O Dia dos Cachorros”, romance que rendeu o Prêmio Câmara Cascudo de prosa em 2005, concedido pela Funcarte/Prefeitura de Natal, e elogios do saudoso Ariano Suassuna e do poeta e compositor Bráulio Tavares, Aldo Lopes criou sua nova história com apoio da Bolsa Funarte de Criação Literária 2010 – “A Dançarina e o Coronel” ficou entre os 60 projetos selecionados, entre os mais de dois mil inscritos de todo o país, e terminou no topo da lista das onze propostas contempladas na região Nordeste.

Em um artigo de Nelson Patriota, publicado nesta TRIBUNA DO NORTE dia 25 de maio passado, o jornalista e crítico literário diz que o escritor paraibano radicado em Natal repetiu uma fórmula que deu certo. “Concordo com ele, pois uso o mesmo cenário, o mesmo pano de fundo que tive em ‘O Dia dos Cachorros’. Depois desse livro (dos Cachorros) sabia que não poderia escrever qualquer coisa, fiquei depressivo até conseguir deslanchar essa nova história”, disse Lopes, que chega a sua sétima publicação.

O enredo desta nova epopeia mágica vivida no sertão nordestino gira em torno dos artistas de um circo, que chega a cidade de Perdição um dia antes dela ser sitiada pelas forças oficiais da Revolução. Sem poder seguir viagem, o circo vê seu público minguar por falta de novidades. Ao longo desse período, que dura anos, além da eterna busca por recrutar novos talentos e testes de novos números, os artistas acabam envolvidos no cotidiano incomum de Perdição – em meio a crise do conflito, o circo se desfaz, personagens morrem, outros caem em desgraça, e a história toma outros rumos.

“O mágico acaba recrutado para a guerra por ter experiência com pólvora, por saber fabricar engenhocas que podem ser usadas com fins bélicos”, adiantou Aldo Lopes, informando que a dançarina Mara Rúbia, uma das protagonistas (como bem sugere o título do livro), entra para a resistência e, findado o cerco, faz uma proposta indecente de fuga para o Coronel.

“Enquanto escrevia ‘O Dia dos Cachorros’ fui topando com assuntos que surgiram nas entrelinhas, coisas que precisavam ser escritas. Nisso levei um circo para a cidade, sabia que teria muito pano pra manga”.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas