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O supremo deboche

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Permanece com destaque na pauta de todas as conversas, derna das bodegas do Passo da Pátria (o Potengi passando ao lado) aos salões aparentemente nobres de Brasília, em todas as esquinas deste país, a decisão do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, de conceder liminar aos condenados pela Justiça em segunda instância pondo-os em liberdade. Decisão, como se sabe, anulada horas depois pelo ministro presidente da mais alta corte do país, Dias Toffoli.  Ás vezes, no Brasil, a justiça age com rapidez. Em outros casos, atravessa anos.
Claro que a pretensão do ministro Marco Aurélio repercutiu com destaque em toda a imprensa. Das manchetes de capa aos artigos, colunas políticas e editoriais dos grandes jornais. Ontem foi a vez do jornal Estado de S. Paulo dedicar o seu principal editorial ao assunto, com o título “Deboche no Supremo”. Atendendo sugestões do mestre Gaspar transcrevo alguns trechos, começando pelo começo:

– Chega a ser tedioso ter de reafirmar o óbvio, mas não há democracia sem segurança jurídica. Um dos pilares dessa segurança é a jurisprudência assentada pelos tribunais superiores, que serve de referência para a interpretação das leis. Por esse motivo, a jurisprudência não pode ser questionada a todo instante, muito menos atropelada pela vontade individual de algum magistrado, sob pena de transformar o sistema judiciário do País numa loteria. No limite, quando esse sistema envereda pelo caminho da imprevisibilidade, falha em sua tarefa de alcançar a pacificação social e ameaça até mesmo a manutenção do Estado Democrático de Direito.

– Assim, a vergonhosa aventura protagonizada na quarta-feira pelo ministro Marco Aurélio Mello no Supremo Tribunal Federal, ao conceder intempestiva liminar para suspender a possibilidade do início de execução penal após condenação em segunda instância, constituiu gravíssimo atentado ao princípio da segurança jurídica. De quebra, deixou o País intranquilo diante da perspectiva de que, a partir da canetada de um ministro do Supremo, o ex-presidente Lula da Silva pudesse ser libertado, situação que certamente causaria tumulto e confusão, ainda mais às vésperas da posse do presidente Jair Bolsonaro.

– Como se sabe, existe jurisprudência firmada desde 2016, quando o plenário do Supremo decidiu, a partir do julgamento de um habeas-corpus, que um réu condenado por órgão colegiado em segunda instância poderia começar a cumprir imediatamente a pena. Considerou-se que, nessa situação, não há mais porque se falar em presunção de inocência, pois a culpabilidade do réu já está devidamente assentada. É o que acontece na maioria dos países civilizados.

– No entanto, desde a prisão do sr. Lula da Silva, em abril, o Supremo passou a ser pressionado a recuar. Ora, é evidente que a prisão do sr. Lula da Silva, malgrado seu evidente impacto político, não constituiu, do ponto de vista jurídico, um fato novo que justificasse uma eventual mudança de jurisprudência. Por essa razão, quando julgou pedido de habeas-corpus em favor de Lula logo após a prisão, o Supremo manteve o entendimento em vigor desde 2016.

– Naquela ocasião, contudo, os ministros Marco Aurélio e Ricardo Lewandowski, que foram votos vencidos, manobraram para tentar forçar o Supremo a pautar uma revisão da jurisprudência. Como a então presidente do Supremo, Cármen Lúcia, negou-se a corroborar a tramoia, passou a ser alvo de grosserias do ministro Marco Aurélio. O mesmo aconteceu com a ministra Rose Weber, que igualmente rejeitou a tese que favoreceria Lula. “Compreendido o tribunal como instituição, a simples mudança de composição não constitui fator suficiente para mudar jurisprudência” explicou a ministra Rosa Weber para seus furibundos colegas. ”

O Verão
A primavera findou quinta-feira, 20, sucedida pelo verão que começou ontem, calor danado, o sol dominando a paisagem já no primeiro canto do galo.  Vai ser assim até fevereiro, tempos de praia.  Mas teremos também chuvas, que já caem em algumas partes dos sertões do semiárido derna de novembro.

O setor de Meteorologia da Emparn divulgou nota sobre a nova estação, “a mais quente do ano”, temperatura podendo passar dos 36 graus em algumas regiões do Estado. Fala também sobre o El Niño, pois a estação “se inicia sob os seus efeitos”. Figa, então, para o tal do fenômeno.

Adiante, a nota faz referência as chuvas da temporada, pois é neste período, que vai até fevereiro, que ocorrem “as chuvas da pré-estação chuvosa”. O meteorologista Gilmar Bristot diz que são esperadas chuvas próximas da normalidade, mas não está descartada a ocorrência de veranicos, como também de “chuvas intensas ocasionadas por vórtices ciclônicos de ar superior”.

Isso é cara do Nordeste.

Chuvinhas  Notícias de chuvinhas finas pelo Oeste do Rio Grande do Norte de quinta-feira para o amanhecer de ontem A Emparn registra chuviscos no município de João Dias.

No Ceará as chuvas de ontem se concentraram mais na região do Litoral Norte, divisa com o Piauí. No município de Granja, 24 milímetros.

Promessa 

Acuado pela ameaça de greve da Policia Militar, o governo do Estado anunciou que pagará o 13º salário da tropa no dia 28, papai Noel já pegando a estrada e restando ao governador apenas três dias sentado no poder.

O governo paga aos policiais, mas não paga aos professores. Nem aos demais servidores.

Da Velhice 

Encontro o poeta Wellington Leiros passando por entre as mungubeiras da rua Jundiaí. No meio da conversa me mostra uma décima em decassílabos que compôs (escreveu) com o mote A velhice chegou queimando as flores / Que eu colhi nos jardins da mocidade.

“Sem vaidade, fui levando a vida, / Doando amor aos mais necessitados. / Jamais pensei em ver os resultados, / Do que fazia àqueles sem guarida. / Vivendo minha vida bem vivida, / Nunca pensei passar, na realidade, / As desventuras vindas da idade. / É que distribuindo mil amores, / A velhice chegou queimando flores / Que eu colhi nos jardins da mocidade. ”

Gostei.

Missa 

Este ano haverá missa de Natal e de Ano Novo na Concha Acústica da Praça Cívica da UFRN, dias 24 e 31 a partir das 19 horas. O arcebispo metropolitano Dom Jaime Vieira Rocha será o celebrante, tendo o cônego José Mário de Medeiros, capelão da UFRN, como concelebrante.
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