domingo, 5 de maio, 2024
25.1 C
Natal
domingo, 5 de maio, 2024

O telefone e o primeiro aparelho da cidade

- Publicidade -
Gustavo Sobral 
André Felipe Pignataro
Sócios do IHGRN
Em 1911 foram instalados os primeiros telefones da cidade do Natal. O telefone nasceu no rumo do progresso, veio com a luz elétrica e o bonde elétrico, tudo no entusiasmo do governo Alberto Maranhão, o mecenas. Se começou empreendimento privado, não demorou para passar ao controle do estatal que inventou a Repartição dos Serviços Urbanos de Natal, instalada em um sobrado na Rua Tavares de Lyra, Ribeira.
Quem conta é Gil Soares, testemunha ocular: “nomeado em 15 de dezembro de 1922 escriturário-auxiliar, com vencimentos mensais de cem mil réis, coube-me, além de serviços de datilografia, a escrituração do livro destinado às taxas de telefones”.  E a vida não começou fácil. Soares: “como a capital ficou três anos sem bondes (de 1920 a 1923), tínhamos, às vezes, para chegar à Ribeira nos dias de grandes chuvas, de esperar algum tempo à entrada da antiga Chefatura de Polícia (hoje sede da Imprensa Oficial), que cessassem as grandes enxurradas”.
A cidade começou com 100 números de telefone entre privados, comerciais e governamentais nas três esferas (federal, estadual e municipal) e atendia aos bairros da Ribeira, Cidade Alta, Petrópolis, Tirol e Alecrim. Um dos primeiros aparelhos utilizados na cidade é, hoje, peça do museu do Instituto e pertenceu a Sinhá Galvão.
Trata-se de um telefone de parede, em madeira, metal e cobre, movido à manivela, cujo design se assemelha a um dos modelos disponíveis, em 1895, pela marca sueca LM Ericsson & Co Estocolmo, que fabricava e vendia aparelhos telefônicos.
O Museu do Telefone, em Bragança Paulista, São Paulo, em consulta, respondeu, por meio de sua monitora e pesquisadora, Roseli Apda Cipriani, que o aparelho pertencente ao Instituto é um telefone magneto de parede, modelo da marca Ericsson e um dos primeiros aparelhos que chegaram ao Brasil por volta de 1884. 
Provavelmente fabricado entre 1880 e 1882. “Uma relíquia da era da telefonia, poucos museus possuem um modelo como este”, afirma Cipriani. E explica: os telefones usavam pilhas para a transmissão da voz e o magneto para sinalizar a mesa operadora da telefonista. Bastava girar a manivela. “Todos os telefones, seja de parede ou de mesa, eram ativados por uma manivela que contactava a uma central telefônica, ali, uma telefonista auxiliava a completar as chamadas”.
Os artigos publicados com assinatura não traduzem, necessariamente, a opinião da TRIBUNA DO NORTE, sendo de responsabilidade total do autor.
- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas