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O Tesouro de Da Vinci

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Diógenes da Cunha Lima 
Escritor, advogado e presidente da ANL
O Louvre está comemorando, com a grandeza requerida, os 500 anos de Leonardo De Vinci (os franceses traduzem o “Da” italiano). O Museu conseguiu reunir as obras-mestras do gênio do Renascimento, além de outras documentações, tais como: livros, manuscritos, desenhos, que estavam dispersos em 11 países. São expostos 378 trabalhos que fascinam os muitos milhares de visitantes.

Os milênios produzem poucos gênios absolutos, que engrandecem a vida, excepcionais computadores humanos, insuperáveis em seu intelecto ou no talento criativo. Assim, no milênio antes de Cristo, viveram Pitágoras e Aristóteles. Cristo parece não ter admitido, no seu milênio, além Dele, nenhum outro gênio. No século XX, temos o conhecimento da genialidade que se manifestou em pessoas como: Leonardo, Bach, Beethoven e, finalmente, Einstein. É bom imaginar quem merecerá essa qualificação no século XXI.

A Exposição inicia-se com a escultura “Cristo e Tomé”, feita no ateliê de Verocchio, seu mestre. O apóstolo Tomé é apresentado tentando alcançar o peito de Cristo para poder acreditar na Ressurreição. Na obra, já se manifesta o jogo de sombra, luz e relevo. Quem sabe? Talvez a escultura tenha sido posta ali de propósito para dizer que nem Tomé acreditaria que o Museu conseguisse fazer a grandiosa Exposição do espalhado tesouro de Leonardo!

A rainha Elizabeth II, da Grã-Bretanha, cedeu, do Palácio de Windsor, a mais completa coleção científica de botânica e zoologia. O museu Hermitage, de São Petersburgo, emprestou três obras-primas, inclusive a Madona amamentando o menino. “O Homem Vitruviano” está presente apesar de, inicialmente, o Tribunal de Veneza ter proibido a remessa por “questão de segurança”. A “Santa Ceia” magnificamente reproduzida por um discípulo entre 1506 e 1507, quando Leonardo estava vivo. Durante 10 anos os organizadores buscaram tornar possível a comemoração. Diz-se até que outra, igual a esta, só acontecerá daqui a outros quinhentos anos.

Para evitar aglomeração, o retrato de Monalisa continua em sua antiga sala. Mesmo lá, milhares de pessoas acotovelam-se para tentar ver, ou rever, a “Gioconda”. Estranho que toda gente ignora a tela de Paolo Veronese do lado oposto. “As Bodas de Caná” é a maior pintura de todo o Louvre, mede cerca de 70 metros quadrados. O artista de Verona colocou, ao lado do primeiro milagre, uma farra veneziana dando festiva monumentalidade ao sagrado.

Um livro com a descrição sumária de cada um dos trabalhos expostos é distribuído aos visitantes. Nele, o registro do patrocinador: Monsieur Emmanuel Macron.

A mídia mundial não poupa elogios à realização parisiense. O jornal Le Figaro publicou uma revista “fora de série” na qual declara: “pintura que nos interroga e deixa resposta em suspense. O Museu do Louvre convida a entrar no ateliê do Mestre, ver seu processo criativo e em seu próprio espírito”.

O Brasil não se ausenta das celebrações a Leonardo. A Biblioteca Nacional, com a curadoria de Marco Lucchesi – filósofo, poeta, escritor, tradutor – faz excelente Exposição. A Academia Norte-rio-grandense de Letras, a seu pedido, enviou foto do Cavalo de Da Vinci feita por Dalécio Damázio Mariz e a correspondente escultura em bronze interpretada por Ery Medeiros.

Quem contempla Leonardo nessas exposições está enriquecendo a sua vida interior.

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