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O violoncelo no RN

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Diogenes da Cunha Lima  

Escritor, advogado e presidente da Academia Norte-rio-grandense de Letras (anL)

Não é mera coincidência a floração e musicalidade do violoncelo no Rio Grande do Norte. A causa está na adoção de Natal pelo maestro italiano Thomazzo Babini (1885 – 1995).
Temos hoje, na UFRN, um dos melhores conjuntos musicais de violoncelo do Brasil. Não tenho notícia de haver outro reitor de universidade que seja também violoncelista. Surpreende e agrada ver participar do conjunto o reitor José Daniel Diniz.
Sentindo a vocação musical do Estado, o governador mecenas Alberto Maranhão criou o Conservatório de Música e fez edificar o teatro que hoje tem o seu nome, estimulando, assim, o desenvolvimento da primeira das artes.
É prazeroso para os potiguares saber de conterrâneos exímios profissionais do rabecão que encantaram e encantam o mundo. Somos naturalmente orgulhosos de termos tido entre nós a genialidade de Aldo Parisot, Mário Tavares, Waldemar de Almeida, Italo Babini. Sem contar os natalizados: a virtuosidade de Fábio Presgrave e do pianista Oriano de Almeida.
Incomum, excecional é haver violoncelista feminina. Tivemos Nany Devos (1925 – 1995), que é reconhecida como a dama do violoncelo.
Aldo Parisot teve vida centenária. Mereceu criações musicais de Villa-Lobos, Camargo Guarnieri e Cláudio Santoro, em nosso país e de compositores nos Estados Unidos.
Mário Tavares (1928 – 2003) foi reconhecido como um dos maiores regentes brasileiros e solista incomparável. Entre as suas composições, estão a “Sinfonia Guararapes”, “A Pátria” e vários concertos para cordas, viola, violino e violoncelo. Deixou inédito a “Elegia in Memoriam dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu”, dedicada ao Instituto Histórico e Geográfico do RN.
De Italo Babini (1885 – 1949) basta dizer que, por quatro décadas, foi o primeiro violoncelo da Detroit Symphony.
Reconhecido como virtuose do violoncelo e do piano, Waldemar de Almeida (1929 – 1950) organizou e foi o primeiro diretor da Escola de Música da UFRN, dando-lhe sólidas bases. Em seu tempo, foi o maior promotor da música do Rio Grande do Norte. Criou a revista “Som” e, também, é autor de uma série de peças para piano e de vários livros, entre eles “Hino Nacional Brasileiro”.
Fabio Presgrave é vice-diretor da Escola de Música da UFRN. Com bons companheiros, ele impulsiona o mais singular projeto que visa à transposição da música clássica ao interior de um Estado. Lembra-nos que Villa-Lobos tentou fazer no Brasil.
O Projeto Aldo Parisot carece de forte apoio e de muitos aplausos.
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