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O Woodstock negro

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Alex Medeiros

O tradicional Festival de Cinema de Sundance aconteceu entre os dias 28 de janeiro e 3 de fevereiro. E a maior surpresa do evento não foi seu caráter virtual em virtude da pandemia, mas a abertura espetacular e exuberante de um filme-documentário que estava enterrado num porão há 50 anos. Os assistentes foram presenteados com imagens históricas do Harlem Cultural Festival, realizado em 1969 no rastilho musical dos festivais de Altamont e Woodstock.

Com o título de “Summer Soul (Or, When the Revolution Could Not Be Television), na tradução livre “Verão da Alma, ou Quando a Revolução não podia ser Televisionada), o filme deixou o escuro do passado e veio à luz do presente pelas mãos do artista Ahmir Thompson, conhecido pelo codinome “Questlove”. As imagens mostram um mar de gente negra, milhares de espectadores diante de um desfile de dezenas de rostos da black pop music.
O título lá no alto tem objetivo de referência, por ser o Woodstock o festival mais famoso dos tantos que ocorreram antes e depois dele. O Harlem Cultural, em Manhattan, por exemplo antecedeu Bethel, de 29 de junho a 24 de agosto.

Durante quase dois meses, os shows de cantores e músicos do blues, soul, jazz, rock e gospel aconteceram nas tardes do Mount Morris Park. Tinha o objetivo claro (sem trocadilho) de enaltecer a cultura e os direitos dos negros.

As duas grandes referências políticas dos negros americanos, Malcolm X e Martin Luther King tinham sido assassinados naquela década, o primeiro em fevereiro de 1965 e o segundo em abril de 1968, o ano que não iria terminar.

Todos os shows foram filmados de forma bastante espetacular, e o documentário de “Questlove” leva o espectador a pensar estar no palco ao lado de ícones como Nina Simone, Stevie Wonder, Mahalia Jackson e B. B. King.

Na apresentação em Sundance, viu-se um filme musical com especial importância histórica, num clima de mudança de azimute na vida afroamericana daqueles anos. O verão de 1969 produziu um cataclismo sonoro de arrepiar.

Um ponto alto do festival esquecido é a canção “Aquarius / Let the Sunshine”, lançada um mês antes e que é a junção de duas trilhas do musical Hair, absoluto sucesso de 1967 e que se espalhou nos teatros e cinemas do mundo.

O diretor do documentário insere entrevistas com figuras que estiveram lá na juventude. É arrepiante perceber em alguns o rolar de lágrimas enquanto os olhos brilham num susto bom, diante do reencontro com o passado no Harlem.

É incrível como um evento daquele porte caiu num silêncio de meio século e não alcançou a repercussão de congêneres como Monterrey Pop (1968) e Altamont, Woodstock e The Stones in The Park, todos esses últimos de 1969.

Só para não dizer que nada ficou exposto nesse tempo todo, restaram umas imagens de Nina Simone que há alguns anos ficaram expostas no YouTube. Sua participação no Harlem, como não poderia deixar de ser, foi esplenderosa.

O filme tem 40 horas de imagens de arquivo jamais vistas. A empresa Searchlight Pictures, que pertence a Disney, e o streaming Hulu já adquiriram os direitos de exibição de Summer of Soul, a revolução negra pela música.

O Marco
Enquanto esteve no Forte dos Reis Magos, quando existia o acesso do público, o Marco de Touros era o utensílio histórico mais visitado. A transferência para o Museu Câmara Cascudo poderá torná-lo um ilustríssimo tesouro invisível.

Disfarce
O PT é especialista em criar narrativas falsas, como agora com Lula dizendo que Fernando Haddad deverá ser candidato em 22 se ele não conseguir ser. Ora, ele não vai mesmo, e o partido só tem Haddad como quadro menos ruim.

Crise
Além da Veja que já faliu faz tempo e da Época que perde leitores, a revista IstoÉ está praticamente com os dias contados. As dívidas da Editora Três chegam a R$ 200 milhões e há meses não há pagamentos aos fornecedores.

Impagável
Impossível não gargalhar nas redes da cantora Nathalia Oliveira, a bela loura do Instagram e Twitter que produz quase que diariamente hilárias paródias com episódios políticos ou grotescos do cotidiano. A do Fiuk é espetacular.

WandaVision
A série que está bombando planeta afora bate o recorde de especulações na mídia sobre sua trama. O risco de spoiler quase fez a Disney liberar dois episódios na sexta. Há quem jure que o vilão Mephisto está para aparecer.

Ufologia
Nas livrarias e na internet o livro “Os Aliados da Humanidade”, do americano Marshall Vian Summer, que escreve sobre alienígenas há 42 anos. O tema do livre é sobre seres do espaço que habitam na Terra e tentam nos proteger.

Neymar
Neste sábado o jogador do PSG e seleção brasileira completou 29 anos. As mensagens nas redes e na imprensa foram muitas, mas bem inferiores à repercussão do cai-cai na Copa 18, quando bateu o recorde da Memelândia.

Meninos
Na soma dos elencos do Bayern de Munique e Palmeiras há uns dez jogadores com idade abaixo dos 20 anos. Se ambas as equipes forem à decisão do Mundial, teremos uma plêiade de boyzinhos como campeões do mundo.

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