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Obama admite impasse militar

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Chicago – O presidente dos EUA, Barack Obama, admitiu que existe um “impasse militar” em campo na Líbia, mas descartou que seja necessária uma mudança da postura americana sobre o país africano. O presidente ainda afirmou que os americanos e seus aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) evitaram uma “carnificina” e que o ditador líbio Muamar Kadafi está sob crescente pressão para deixar o cargo.

Obama, em um novo atoleiro militar no Oriente Médio, espera que países aliados aumentem ajuda com forças militares para ataquesObama também afirmou, ontem, que não vê a necessidade de retomar a participação direta dos EUA na execução da zona de exclusão aérea sobre a Líbia. Segundo ele, os EUA estão auxiliando seus aliados europeus e o Catar com inteligência, abastecimento e transporte. Ele reconheceu que no momento existe um impasse militar, mas ressaltou que a operação da Otan não completou nem um mês.

Segundo o presidente americano, Kadafi começa a ficar sem dinheiro e suprimentos. Ele acredita que o ditador, no final, será obrigado a entregar o poder e que, por isso, não é necessária uma mudança na política americana no momento. Enquanto Obama se disse satisfeito com a participação americana na operação de ataque a Kadafi, o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, afirmou esperar que os países da organização forneçam rapidamente mais caças e bombardeiros para as operações contra Kadafi. Um encontro informal da organização, que acabou nesta sexta em Berlim, na Alemanha, terminou sem resultados concretos, apenas com boas intenções.

“O que nós precisamos é de um pequeno número de caças de combate com maior precisão. Sem dar mais detalhes, eu acredito que os países fornecerão esses caças”, disse o almirante James Stavridis, dos EUA. Rasmussen afirmou que a necessidade de mais aviões ocorre no momento em que a situação em campo na Líbia mudou.

“No começo, atacamos edifícios militares e alvos fixos no solo e então, gradualmente, passamos a atacar tanques, veículos blindados e outros objetivos militares móveis”, disse ele. “Nós também percebemos que Kadafi mudou sua tática e passou a usar veículos civis, escondeu tanques e veículos blindados nas cidades, usou escudos humanos, etc. Isso tudo torna necessário adaptarmos novamente nossas táticas”, disse Rasmussen.

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, estava mais otimista no final do encontro em Berlim e acredita que os países da aliança atlântica estão se apoiando. “Eu acredito que o ponto mais importante é que nós na Otan conquistamos um sólido consenso sobre nossos objetivos e sobre o que faremos para alcançá-los”.

Saad anunciou novo governo

A agência de notícias estatal Sana apresentou a formação de um novo governo, anunciada pelo presidente Saad na quinta (14), como “um ato para acalmar os manifestantes que pedem reformas”. O primeiro-ministro sírio, Adel Safar, que assumiu o cargo recentemente, formou o novo governo. Segundo uma rede de televisão estatal, o ato foi promulgado pelo presidente em um decreto.

A Síria tem sido abalada desde 15 de março por protestos, que eclodiram na cidade de Derra e se espalharam por todo o país. Os manifestantes exigem reformas políticas.

Adel Safar era ministro da Agricultura no governo de Naji al-Otari, que renunciou ao mandato em 29 de março, após o início dos protestos. Há duas semana, Assad demitiu seu gabinete e nomeou Safar.

Em outro desdobramento relacionado, e televisão estatal síria informou que o presidente al-Assad ordenou nesta quinta-feira a soltura de centenas de prisioneiros no país envolvidos com os protestos pró-reformas.

De acordo com a informação da TV, a maioria das pessoas presas nas manifestações, que começaram há cerca de um mês no país, deverão ser soltas, com exceção daquelas que tenham envolvimento direto em “atos criminais”.

À exemplo da reforma no governo, o anúncio sobre a soltura dos prisioneiros vem em resposta às exigências da população. O presidente está buscando acalmar os manifestantes com concessões que atendam suas reivindicações.

Religiosos pedem renúncia de Saleh

Clérigos e líderes tribais do Iêmen se uniram à oposição  pedindo a renúncia imediata do presidente Ali Abdullah Saleh e deixando dúvidas sobre o destino dos esforços do Golfo Árabe na mediação da crise. Os ministros de Relações Exteriores do Golfo, em uma tentativa de diminuir a ameaça que a instabilidade no Iêmen poderia trazer à região, convidaram Saleh e seus opositores para negociações sobre a transferência de poder, buscando encerrar um impasse político que corre o risco de se tornar violento.

Mas os partidos da oposição rejeitaram na quinta-feira a oferta de participar das negociações em Riad, capital da Arábia Saudita, sobre a transferência de poder no país e estabeleceram um prazo de duas semanas para a renúncia do presidente Ali Abdullah Saleh.

“Renovamos nossa ênfase sobre a necessidade de acelerar o processo da saída de (Saleh) dentro de duas semanas. Portanto não iremos a Riad”, afirmou Mohammed al-Mutawakkil, um proeminente líder da oposição iemenita.

Ele fez a declaração depois que a delegação da oposição se reuniu com embaixadores do Golfo em Sanaa, capital do Iêmen, para buscar esclarecimentos sobre quando Saleh deixaria o cargo.

Em comunicado, os clérigos e líderes tribais disseram que Saleh deve renunciar imediatamente, e exigiram “a demissão de todos os seus parentes no âmbito militar e de segurança do Estado”.

Segundo fontes diplomáticas, as negociações das últimas semanas para resolver a crise estão em um impasse por conta do desejo de Saleh de obter imunidade jurídica para ele e sua família. A crise no Iêmen começou em fevereiro quando manifestantes montaram acampamento em Sanaa, pedindo reformas políticas.

Contra o rei

Na Jordania, um confronto nesta sexta-feira, 15, entre muçulmanos conservadores que protestavam contra o governo da Jordânia e partidários do rei Abdullah II acabou com dezenas de feridos nas proximidades da capital do país, Amã. Cerca de 350 muçulmanos salafistas enfrentaram um grupo ligeiramente menor de apoiadores do monarca na cidade de Zarqa, a terceira maior do país.

A manifestação ficou violenta quando um partidário do rei jordaniano foi agredido. Um repórter da AP viu pessoas que lançavam pedras e eram golpeadas com paus. Os protestos na Jordânia têm sido menores que em outras nações árabes e não pedem a saída do rei Abdullah II. Porém os manifestantes exigem reformas, como a eleição direta para primeiro-ministro. Zarqa é a terra natal de Abu Musab al-Zarqawi, líder da Al-Qaeda no Iraque morto em 2006 em uma operação liderada pelos Estados Unidos.

O porta-voz Mohammad Khatib disse que a polícia utilizou gás lacrimogêneo para dispersar a manifestação dos conservadores em Zarqa. Segundo o porta-voz, três policiais foram esfaqueados em meio aos confrontos.

Governo sírio volta a usar força militar

AMÃ – Os protestos contra o presidente da Síria, Bashar al-Assad, chegaram à capital, Damasco, após as orações da sexta-feira (ontem), pela primeira vez desde o início da onda de insurreições pró-democracia que coloca pressão sobre o governo há 11 anos no poder.

Gritando “Deus, Síria, Liberdade”, os manifestantes repetiram a mesma demanda por reformas democratizantes e liberdade em várias cidades. Em Damasco, as forças de segurança usaram cassetetes e gás lacrimogêneo para evitar que os milhares de manifestantes marchando a partir de diversos subúrbios chegassem à Praça Abbasside.

“Eu contei 15 ônibus da mukhabarat (polícia secreta síria)”, disse uma testemunha. “Eles iam pelas alamedas ao norte da praça em busca de manifestantes e gritando ‘Cafetões, infiltradores, vocês querem liberdade? Vamos dá-la a vocês’”. Uma testemunha que acompanhou os manifestantes desde o subúrbio de Harasta disse que milhares de pessoas cantavam “o povo quer a derrubada do regime” e derrubavam cartazes de Assad pelo caminho.

O uso da força, as prisões em massa e as acusações de Assad de que grupos armados instigaram o levante – além de promessas por reformas e concessões aos grupos minoritários e aos muçulmanos conservadores – não aplacaram os manifestantes que se inspiram nas insurreições populares que derrubaram os líderes da Tunísia e do Egito.

Na quinta-feira (14), o presidente anunciou um novo governo, que tem pouco poder no país unipartidário, e determinou a libertação de alguns presos – medida que um advogado de direitos humanos classificou de uma “gota em um oceano”, diante dos milhares de prisioneiros políticos ainda detidos. Entretanto, os manifestantes se reuniram em números maiores na sexta-feira, dia das orações dos muçulmanos.

Mais protestos

Em Deraa, milhares de pessoas foram às ruas depois das orações gritando “liberdade”, segundo um ativista no epicentro da onda de protestos contra o governo autoritário do partido Baath. Protestos começaram em todas as mesquitas da cidade. “O número de pessoas supera 10 mil manifestantes até o momento”, disse o ativista à Reuters por telefone, de Deraa.

Protestos populares contra o governo de 11 anos do presidente Assad, cujo partido Baath governa a Síria com mão de ferro há mais de 50 anos, irromperam em Deraa no mês passado e se espalharam para o restante do país.

Segundo o ativista, não havia presença do Exército em Deraa desde a noite de quinta-feira, após uma reunião entre o presidente Bashar al-Assad e líderes locais. “O Exército não está dentro da cidade, há muitos oficiais de segurança aqui, mas não estão presentes nas ruas”. afirmou. “Houve melhora desde a noite passada, mas as pessoas ainda não estão satisfeitas.”

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