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Obama defende proposta de paz

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Nações Unidas (AE) – Em discurso à 65ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente Barack Obama pediu ontem que Israel estenda as restrições às construções em assentamentos judaicos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, afirmando que a medida “fez diferença e melhorou a atmosfera para as negociações”. A medida foi descartada pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ao declarar, no início desta semana, que as atuais restrições a novas construções, cujo prazo termina no domingo, não serão mantidas, mas que haverá alguns limites para obras em assentamentos na Cisjordânia.

Obama, na ONU, fala dos sonhos das meninas palestinas e do pesadelo dos meninos israelensesObama disse que apesar de os últimos 12 meses terem sido de “poucos picos e muitos vales”, Washington conseguiu algum avanço nas negociações diretas entre israelenses e palestinos. “Agora alguns estão pessimistas sobre este processo. Alguns dizem que as diferenças entre as duas partes são muito grandes, que o potencial para uma ruptura é enorme e que depois de décadas de fracasso, a paz simplesmente não é possível.”

Para Obama, o caminho alternativo pode significar mais derramamento de sangue e a “Terra Santa continuará sendo símbolo de nossas diferenças” ou que “desta vez será diferente”. “Que desta vez não deixaremos o terror ou a turbulência ou políticas mesquinhas atrapalharem o caminho. Desta vez, não vamos pensar em nós mesmo, mas na menina em Gaza que quer ter um teto para seus sonhos ou no garoto em Sderot (cidade em Israel) que quer dormir sem o pesadelo do barulho de mísseis”, diz o discurso do presidente.

A chamada “moratória” decretada por Israel não foi um congelamento nas construções, já que milhares de unidades cuja permissão foi expedira antes de novembro de 2009 foram mantidas. Mas com notáveis exceções, novos projetos não foram lançados. Os palestinos querem que a medida seja ampliada e os Estados Unidos apoiam publicamente essa exigência.

Danny Danon, vice-líder no Parlamento de Israel, disse que vai liderar uma manifestação com outros parlamentares do Likud, partido de Netanyahu, domingo, no assentamento de Revava, na Cisjordânia. “Nós concluímos que a melhor forma de encerrar o congelamento é começar a construir”, disse ele em comunicado. “Caminhões de cimento, escavadeiras e outros equipamentos já estão a postos em Revava e os ativistas planejam marcar as últimas horas do congelamento construindo as fundações de um novo bairro.”

Ontem, jovens palestinos lançaram pedras e entraram em confronto com policiais israelenses em uma área árabe de Jerusalém Oriental, segundo um jornalista da agência de notícias France Presse. Um dia antes, houve violência na região após um guarda de um assentamento israelense matar a tiros um palestino. A polícia lançou gás lacrimogêneo e usou jatos d´água para dispersar os grupos de jovens que lançavam pedras e queimavam pneus na cidade sagrada.

Líderes de Israel rebatem Clinton  

Jerusalém (AE) – Líderes israelenses fizeram fortes críticas a Bill Clinton sobre os comentários feitos pelo ex-presidente dos Estados Unidos nesta semana, quando chamou os imigrantes russos em Israel de um obstáculo para a paz. Clinton, que geralmente é uma figura respeitada em Israel por seus esforços para promover um acordo de paz na década de 1990, também teria dito a um grupo de discussão nesta semana em Nova York que os recém-chegados a Israel têm mais dificuldade em concordar com a divisão das terras com os palestinos.

“Um número crescente de jovens das Forças de Defesa de Israel são filhos de russos e colonos, as pessoas mais radicais contra a divisão da terra. Isso é um problema preocupante”, disse Clinton segundo um blog da revista Foreign Policy. “Trata-se de um país diferente. Dezesseis por cento dos israelenses falam russo”.

Os comentários, feitos em meio às recentes conversações de paz patrocinadas pelo presidente Barack Obama, deram início a um alvoroço em Israel.  O ministro de Relações Exteriores Avigdor Lieberman, cujo partido Yisrael Beitenu tem forte apoio dos imigrantes, criticou as declarações de Clinton como “generalizações grosseiras” e o acusou de interferência em assuntos israelenses.

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