sábado, 20 de abril, 2024
25.1 C
Natal
sábado, 20 de abril, 2024

Obama e outros chefes de Estado cumprimentam Lula por Rio 2016

- Publicidade -

Por Andrei Netto e Jamil Chade, enviados especiais

Copenhague — O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, cumprimentou o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva pela vitória do Rio para os Jogos Olímpicos de 2016 ainda no voo de volta para Washington. Durante dois minutos de conversa telefônica, Obama se disse feliz porque os jogos serão realizados no Brasil, um país da América Latina. Além dele, chefes de Estado da França, do Catar, da Venezuela e do Paraguai entraram em contato direto para felicitar Lula.

A revelação dos telefonemas foi feita pelo presidente brasileiro, durante entrevista concedida na manhã deste sábado (3), em Copenhague. Obama, afirmou Lula, telefonou do interior do Air Force 1, o avião presidencial no qual havia se deslocado para a capital dinamarquesa para, por pouco mais de quatro horas, defender a candidatura de Chicago. “Aí, ele passou por uma turbulência e a ligação caiu”, contou.

Lula disse que o diálogo durou cerca de dois minutos. “O Obama ligou apenas para dar os parabéns ao Brasil e disse que também ficou feliz porque os Jogos Olímpicos ficaram na América do Sul”, relatou. Lula também minimizou as críticas que o norte-americano enfrenta pela defesa que fez de Chicago, cidade classificada em último lugar dentre as quatro candidatas. “Não acho que o presidente pagou mico”, disse.

Nicolas Sarkozy, Hamad bin Khalifa Al-Thani, Hugo Chávez e Fernando Lugo, respectivamente, chefes de Estado da França, do Catar, da Venezuela e do Paraguai também telefonaram, segundo informou Lula. O venezuelano, disse o presidente, brincou, ameaçando roubar do Brasil o ouro olímpico no futebol em 2016.

Não tenho vergonha

Pouco mais de 12 horas depois de se emocionar com a vitória do Rio à sede dos Jogos Olímpicos de 2016 e de chorar em frente às câmeras – em um evento transmitido para 1 bilhão de pessoas em todo o mundo -, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem, em Copenhague, que não teve vergonha alguma de seu ato. E acrescentou: “faltam neste país mais dirigentes políticos que chorem”.

Lula falou sobre suas lágrimas, que comoveram o auditório durante a primeira entrevista coletiva após a vitória carioca. “Eu ia chorar no discurso. Me engasguei várias vezes”, confessou, lembrando da comoção do presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman. “No meu discurso, duas vezes em que tive de falar da cidade do Rio de Janeiro a voz travou. Eu segurei para não chorar”.

Então, o presidente explicou porque não se conteve à noite, durante o pronunciamento de Nuzman à imprensa. “Como a gente já tinha ganhado, eu relaxei e falei: ‘bom, agora que é para chorar, vou chorar mesmo’”. Lula disse que se recordou de sua própria vida, “das coisas que pareciam impossíveis”, e da apresentação do Rio de Janeiro. “Aí, comecei a chorar. E como não tenho vergonha de chorar, chorei”.

Na sexta-feira (2), o presidente brasileiro afirmara que vivera o dia mais emocionante de sua vida. Hoje (3), Lula evitou comparar a emoção pela vitória do Rio em 2016 com sua eleição à presidência, em outubro de 2002. “São emoções diferentes. Na eleição, eu tinha noção de que iria ganhar. E estava disputando internamente. Aqui, é um jogo internacional”.

Contra os que duvidavam da candidatura, o presidente respondeu: “sempre me diziam em conversas: ‘não vai dar para bater Chicago, não vai dar para bater Tóquio’. Mas aí a gente percebeu que era possível”, disse, baseando-se nas exposições feitas pelos comitês organizadores das quatro candidaturas – além do Rio, de Madri, Tóquio e Chicago. “Depois da apresentação do Brasil, a gente tinha certeza que não tinha como o Rio não ganhar”.

O presidente também entregou a emoção de outras personalidades que vieram à Dinamarca. Disse que o governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), foi atendido por um médico em função de sua pressão elevada. “Esse moço aqui estava em um estado de nervos tão grande que o conselho médico foi para que ele chorasse e gritasse, para extravasar”. Com a autoridade de quem é casado há 35 anos, Lula ressaltou nunca antes ter visto a primeira-dama, Marisa Letícia, tão comovida.

Até o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Franklin Martins, que diz “não ser de chorar”, se entregou em conversas informais: “eu mesmo chorei três vezes durante a apresentação”.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas