Yuno Silva
Repórter
Cones, cavaletes, desvios, trânsito, tratores e operários trabalhando em vias públicas ilustram a rotina de quem mora em áreas urbanas. Em Natal, somando as obras tocadas pela Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) com os serviços da própria Prefeitura chega-se ao número de 35 ruas e avenidas interditadas ou parcialmente interditadas, durante essa semana. A informação é da Secretaria Municipal de Obras Públicas e Infraestrutura (Semov), pasta responsável pela manutenção e conservação das vias, funcionamento do sistema de drenagem e pavimentação, entre outras atribuições.
Trecho da Avenida Bernardo Vieira é um dos que está interditado para
obras. Tráfego de veículos está reduzido a uma pista
#SAIBAMAIS#“As cidades brasileiras que passam por esse tipo de transtorno, refletem a falta histórica de planejamento urbano. Um dos grandes erros com relação a essas obras de saneamento, incluindo as que estão em curso aqui em Natal, está na ordem de execução: começam o serviço pelo final, fazem tudo ao contrário para dar visibilidade. Nesses casos, visibilidade significa transtorno”, criticou Tomás Neto, titular da Semov.
Ele explicou que, pela lógica, o ideal seria fazer primeiro as Estações de Tratamento de Esgoto (ETE), seguidas das estações elevatórias e por último a rede coletora. “Do jeito que fazem a rede fica pronta, e como não entra em operação imediata muitas vezes precisa passar por reparos antes de funcionar. Ou fazem na ordem certa ou fazem o serviço todo de uma vez”, sentencia o secretário de Obras Públicas de Natal.
Estão previstas a construção de três ETEs, que darão conta do saneamento na cidade: a ETE do Baldo, única em operação, trata de 23% a 30% do esgoto produzido em Natal; as Estações dos Guarapes na zona Oeste, e da João Medeiros Filho na zona Norte estão em andamento.
Das 35 ruas e avenidas interditadas ou parcialmente interditadas em Natal, 17 estão recebendo obras de saneamento da Companhia de Águas e Esgotos do RN e outras 18 passam por serviços de manutenção e conservação conduzidos pela Semov (drenagem, pavimentação e desobstrução de galerias).
“Há cerca de 30 dias tivemos uma reunião com técnicos da Caern para tratar dessas intervenções. Pedimos para que a Companhia encaminhe um planejamento prévio, indicando os locais onde pretende trabalhar e quais os prazos para execução. Assim podemos trabalhar para minimizar os transtornos”, disse Tomás Neto, ao reforçar que é a Semov, junto com a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU), que autoriza os serviços.
A lei municipal 5.933/2009, que versa sobre a execução de obras na cidade, dá poderes para a Prefeitura conduzir o fluxo de intervenções. “Antes as autorizações para obras da Caern eram concedidas por bacias, mas ficou inviável devido a grandeza dessas áreas. Agora estamos analisando caso a caso, junto com a STTU, para garantir viabilidade e que haja alternativas viárias para escoar o trânsito”.
A assessoria de imprensa da Caern declarou que a Companhia repassa informações diárias sobre as intervenções “justamente para causar o mínimo de transtorno”; e que o tempo médio do serviço em vias públicas (entre 5 e 20 dias) está condicionado à complexidade da obra.
