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Oitenta presos da PEP continuam foragidos

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Aura Mazda
Repórter

Na maior fuga do sistema prisional potiguar, descrita como “cinematográfica” por agentes que fazem a segurança do Rio Grande do Norte, 89 presos custodiados na Penitenciária Estadual de Parnamirim (PEP), ganharam as ruas de Natal na madrugada de ontem (25). Até o fechamento desta edição, por volt das 22h, nove presos tinham sido recapturados e 80 continuavam  foragidos. O titular da  Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania (Sejuc), Luis Mauro Albuquerque afirmou que “falhas estruturais” permitiram a fuga. A Polícia Civil de Parnamirim vai investigar se houve facilitação por algum agente ou policial.

O titular da Sejuc explicou em coletiva de imprensa que a construção de um muro sem guaritas prejudicou a visão dos guardas de plantão facilitou a ação dos apenados. “O muro atrapalhou, deu vantagem para os internos e proteção visual. Depois de fazer o muro tinha que reestruturar as guaritas ou fazer as guaritas externas, que não foram feitas. Os policiais militares ainda estão nas guaritas internas, que perderam a funcionabilidade devido ao muro que foi colocado”, afirmou o titular da Sejuc. A busca pelos detentos fugitivos continua. Sejuc deve abrir sindicância para apurar circunstâncias da fuga.

Forças táticas da Polícia Militar foram acionadas, momentos depois da fuga, e iniciaram as diligências, recapturando nove presidiários. As buscas continuam
Forças táticas da Polícia Militar foram acionadas, momentos depois da fuga, e iniciaram as diligências, recapturando nove presidiários. As buscas continuam

#SAIBAMAIS#De acordo com Luis Mauro Albuquerque, os detentos utilizaram um túnel que tem entre 30 e 40 metros de extensão por volta de 3h30 e 4h da manhã. No momento da fuga, todas as guaritas estavam funcionando e houve disparos de armas de fogo contra os agentes penitenciários. Nenhum dos agentes de segurança ficou ferido.  Para fugir, os detentos tiveram o apoio de pelo menos três veículos. Todos os detentos que estavam no pavilhão onde ocorreu a fuga pertenciam à mesma facção criminosa e estavam no pavilhão 1 da unidade.

A ação dos presos deixou rastros ao redor do presídio. Ao se aproximar do muro que cerca a unidade, era possível ver inúmeras camisetas brancas e bermudas azuis e chinelo deixados para trás. O rastro de que dezenas de pessoas tinham passado pelo local era nítido na vegetação que ladeia a penitenciária, as plantas estavam pisoteadas. Apesar de terem passado por um túnel com cerca de 40 metros, as roupas deixadas para trás estavam “limpas”.

Os presos da PEP estão soltos dentro da unidade desde 2015, quando houve uma rebelião  e as grades das celas foram arrancadas.  Em 2016, com a instalação de torres de bloqueio de sinal de celular, os presos se rebelaram. Os líderes do motim foram transferidos para penitenciárias federais.  Com isso, os detentos circulam livremente pelos dois pavilhões e áreas de convivência da penitenciária.

Presos escaparam da PEP por túnel com extensão de 30 a 40 metros e escavado sob dois muros
Presos escaparam da PEP por túnel com extensão de 30 a 40 metros e escavado sob dois muros

Por causa da fuga, a reinauguração do pavilhão 2 da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, foi adiado. Segundo o titular da Sejuc, presos que atualmente estão no Rogégio Coutinho Madruga, o pavilhão 5  de Alcaçuz, seriam transferidos para o lugar, que passou por reformas após a rebelião de janeiro passado. No início do mês, 400 presos foram retirados do pavilhão 5 e levados ao pavilhão 3, também reformado.

Até a fuga desta quinta-feira, a maior registrada havia sido em janeiro deste ano, em Alcaçuz, quando 56 detentos (segundo o Governo do Estado) conseguiram escapar da unidade prisional. Antes disso, a Cadeia Pública de Natal já havia registrado a fuga de 46 detentos, em janeiro de 2016. 

#ALBUM-5978#

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