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Oito artistas para ver nas galerias

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Ramon Ribeiro
Repórter

Crianças e bonecas surgem em cenários obscuros carregados de simbolismo. As imagens extremamente detalhadas são capazes de levar o espectador para uma zona muito além da mera objetividade realista. Assim é boa parte das pinturas que a jovem artista Renata Lisieux apresenta na exposição “Empatia”. Montada no Bardallos Comida e Arte (Cidade Alta), a primeira individual da potiguar será aberta na próxima quinta-feira (14), a partir das 19h, com entrada gratuita. A visitação vai até dia 14 de outubro.

 Corpo Fendido traz a relação do lugar com o indivíduo

Corpo Fendido traz a relação do lugar com o indivíduo

A exposição reúne 17 pinturas, todas óleo sobre tela, feitas entre 2016 e 2017. Enquadradas no surrealismo pop, as obras da artista mostra situações prosaicas do universo infantil, no entanto, sob uma atmosfera um tanto sombria e misteriosa, proporcionada pelo tom das cores e o jogo de luz e sombra.

Embora alguns dos trabalho proponham um questionamento crítico, esse aspecto fica um pouco sutil diante da carga emocional forte das imagens. “Eu diria que seria uma forma mais intimista de olhar as situações, de se colocar no lugar do outro e tentar entender de mais perto o que acontece. O que nos leva diretamente ao título da exposição: ‘Empatia’”, comenta a artista.

Renata tem 25 anos, mas desenha desde os 10. Seu traço sempre foi mais voltado para o realismo. Em 2013, de forma autodidata, ela enveredou para a pintura, primeiro com acrílica, depois com tinta à óleo. Na busca por um estilo próprio, a potiguar encontrou se identificou com a escola do Pop Surrealismo, tendo como referência os artistas Paul Neberra, Bob Doucette, Dustin Bailard, Jasmine Becket-Griffith, Mark Ryden e Margaret Keane.

No entanto, sua maior influência na arte é o pai, o artista visual Lavoisier Cunha. “Suas paisagens e os lindos trabalhos saudosistas que resgatam a infância da sua época, foi minha primeira e grande referência”, diz sobre o pai.

Renata participa de exposições e concursos de arte desde 2005. No Assembleia Legislativa integrou a coletiva “Cenas Urbanas”, no ano passado. Em 2017, fez parte da mostra “Olhares Atemporais das Artes do RN”, no Bardallos. Ainda neste ano, em maio, Renata alcançou o terceiro lugar no prêmio Ruy Pereira da sétima edição do Ateliê a Céu Aberto, no IFRN Cidade Alta.

As marcas do “Corpo Fendido”
Foi com o intuito de mostrar as marcas que um lugar é capaz de imprimir no indivíduo que o artista potiguar Artur Souza montou a exposição “Corpo Fendido/Entre JPA-NAT”, em cartaz até o dia 22 de setembro, na galeria Conviv’Art, no Centro de Convivência da UFRN. A exposição, uma grande instalação com 36 peças que ocupa toda a área da galeria, une dois momentos de pesquisa do artista. O primeiro, em Natal, em 2011, e o segundo, em João Pessoa, em 2017, por ocasião de um mestrado em Artes Visuais na UFPB. As peças apresentam impressões de gravura em metal, fotografia, desenho e objetos. Todas resultantes de eventos-performance em que Artur realizou nas duas cidades.

Nas performances o artista utilizava uma parafusadeira com uma chapa de alumínio acoplada na ponta. A chapa era atritada em lugares de movimento da cidade. Com as ranhuras da cidade registradas na chapa, ele imprimiu em si e em outras superfícies as marcas, seja numa perspectiva de nativa (em Natal) ou migrante (João Pessoa).

“As chapas de alumínio funcionam como extensão do meu corpo, como um instrumento para a transposição da invisibilidade destas marcas, que gravam, fendem, a superfície da minha pele”, comenta o artista.

Arquétipo feminino em “Selváticas”
O arquétipo do selvagem feminino, tratado pela escritora e psicanalista americana Clarissa Estés, foi o que suscitou a série de colagens que a artista Laíza Ferreira apresenta na exposição “Selváticas”, em cartaz até 14 de outubro na Galeria de Arte do IFRN Cidade Alta.

Elaboradas entre os anos 2014 e 2016, as peças contam com imagens apropriadas de livros e revistas, mas desconstruindo o contexto original delas e levando para uma poética que faz relação com a natureza instintiva da mulher, a partir da perspectiva da psicanálise.

4 em 1 na Pinacoteca
Retrospectivas e novas conceituações dão o tom de quatro novas exposições que serão abertas de uma só vez na Pinacoteca Potiguar (Cidade Alta), nesta quarta-feira (13), a partir das 18h30, com entrada gratuita. Em comum nas mostras, o fato de todos os artistas serem nordestinos.

Dos quatro artistas, três são potiguares. Rosa MC ganha uma retrospectiva de 20 anos de carreira dedicada a pintura. Damião Sobrinho mostra seu trabalho com metais, unindo arte e reciclagem por meio da latonagem. Allan revisita suas raízes nordestinas com pinturas que retrataram a areia, o sol e outros elementos. Já o baiano Ricardo Bahia apresenta “Lux”, série de pinturas abstratas que dialogam com projeções de luz.

Desenhos de Beto Leite na Câmara Clara
Depois de uma série de desenho realistas, o artista Beto Leite mostra um novo percurso criativo com a exposição “Me Chamam de Piada”, montada na Galeria Câmara Clara (Capim Macio). A vernissage acontece na sexta-feira (15), a partir das 19h, com lançamento de zine homônimo. A  mostra reúne oito desenhos em que a base são figuras observadas pelo artista nas ruas e em páginas de jornal. Seus desenhos mostram uma desfiguração poética do ser, por meio das linhas. A exposição fica em cartaz até o dia 21 de outubro. A entrada é gratuita.

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