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Olhos que faltam

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Rubens Lemos Filho
Em qualquer campinho de terra, até em rua calçada, eles chegavam no silêncio dos doutos incultos, roupa surrada e olhar de águia. Eram os olheiros, velhos jogadores de futebol ou abnegados apaixonados a cirandar pelos subúrbios em busca de craques feitos de dom. Ganhavam uns trocados, descobriam fortunas. Outros, lucravam  apenas o prazer da descoberta.

No salão das saudades do redator, a voz rouca de Rubens Lemos, pai, a exaltar a perícia de Zé Neguinho, um ourives de talentos a abastecer o ABC sem o gosto podre do mercenarismo.

Vários troféus foram conquistados graças a meninos de pés descalços que usavam chuteiras como se calçassem plumas disfarçadas, intimidade sexual no trato do balão de couro pesado e dominado na leveza de uma bola de aniversário de criança. Êxtase dos remanescentes e almas penadas que ainda sobrevoam o Estádio Juvenal Lamartine.

No América, os mais experientes não esquecem de Lu, magro e discreto, percorrendo qualquer viela onde houvesse alguém capaz de domar os fundamentos básicos do jogo. Os olheiros morreram na proporção do desaparecimento dos meninos habilidosos de toque e traço, de drible de compasso. Onde havia um olheiro, agora há um esperto, muito mais interessado nos pecados rasgados e permitidos pelo dinheiro.

América age por Vinícius
O América – e sua tradição é de luta -, não negou fogo e vai ajudar o lateral-direito Vinicius, diagnosticado com um tumor congênito no tórax. O presidente Eduardo Rocha tomou à frente e  providências. Fez contato com a Ferroviária de Araraquara(SP)  a quem pertence o jogador e resta definir se a cirurgia será em Natal ou São Paulo.
Firmeza
Em contato com a coluna, Eduardo Rocha foi taxativo: “Em nenhuma hipótese, o América deixará o atleta jogado à própria sorte até porque isso não se coaduna comigo e não é prática de nossa instituição.”  Ótimo.  O  que todos desejam é ver Vinicius curado para o seu bem e da sua família, mulher e dois filhinhos pequenos.
Coquinha
Em 1984, assisti a quase todos os jogos do time de juniores do ABC, que era muito bom. Seu condutor no meio-campo, nascido e criado nas Rocas, berço do samba e de craques da cidade, era um mulato, Coquinha, habilidoso e camisa 10 de gingas e lançamentos. Coquinha morreu de infarto, aos 53 anos. O seu reserva, Dary, também havia partido, em 2013, da mesma forma.
Obituário
Deus não fará, creio com louvor, desta coluna,  obituário. Depois de Francisco Inácio e Coquinha, se foi Horácio Pedroza, plantão esportivo pioneiro. Pai do professor e jornalista Ciro Pedroza, amigo dos bons.

ESPN sob fogo

O canal de TV por assinatura ESPN Brasil está sob saraivadas nas redes sociais. Deu uma de vidente farsante, estilo Mãe Dinah e apontou como quatro semifinalistas da Copa do Brasil, Bahia, Flamengo, Atlético Mineiro e Palmeiras. Grêmio, Athlético(PR), Cruzeiro e Internacional(RS). Torço pelo Inter. Em homenagem aos idos de Falcão, Jair e Mário Sérgio.  Um time de primeira.
Propaganda diminui
Produto ruim ninguém vende, nem na tapeação. Estudo do Itaú BBA, apontou queda de 22% de investimento de verba publicitária em futebol no Brasil no ano passado . Em dinheiro,  R$ 166 milhões de reais a menos que o aplicado em 2017. Não adiante querer dizer que Thiago Silva é um grande zagueiro nem que Roberto Firmino é atacante.
Comparativo
O futebol precisa melhorar a qualidade. É comparando que o povo entende, criou Cassiano Arruda Câmara para slogan do Governo Lavoisier Maia(1979/1983). E é uma bala de prata de criatividade: O Kantar Ibope Media divulgou que a propaganda em geral cresceu quase 10% em 2018. Os empreendedores estão dizendo não ao futebol.
Idosos
O prefeito Álvaro Dias fez questão de apoiar os Jogos Municipais dos Idosos, concluídos com bom público no Palácio dos Esportes. Uma iniciativa que atraiu centenas de casais que fizeram bonito na quadra. Aprovada o projeto, na prática, haverá segunda edição.

Falta Clóvis

Vivo e redivivo pelo amor de Arthur Ferreira(Arthurzinho) e outros tantos santos loucos, o futebol de salão do Rio Grande do Norte faz vergonha. Há quase dez anos, desapareceu pelo desprezo dos maiores rivais(ABC e América). O único homem, hoje, capaz de fazer um esporte mágico renascer chama-se Clóvis Gomes, eterno presidente da Federação. Clóvis, mortal, não opera milagre nem faz aparecer um craque em estalar de dedo.

Geração

A última geração a brilhar nas quadras de Natal foi formada por Charles, Anderson, Revson, Dedé, Dentinho, todos quarentões ainda com fogo para incendiar qualquer ginásio. Não aparece ninguém com um naco de talento desses quatro.

Livro

As meninas campeãs brasileiras universitárias de handebol em 1984 , hoje distintas senhoras, planejam o livro sobre a memorável conquista. Quem começa a traçar os planos é Lúcia Leiros. O Rio Grande do Norte alcançou um feito tido como impossível.

Primeira sem Pelé

No dia 21 de julho de 1971(hoje  faz 48 anos), o Brasil começava o calvário que só terminaria 23 anos depois, graças a Romário com o Tetra de 1994. A primeira partida sem Pelé na seleção levou 38.247 torcedores para vaiar os 90 minutos de Brasil 0x0 Hungria.
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