quinta-feira, 18 de abril, 2024
28.1 C
Natal
quinta-feira, 18 de abril, 2024

OMC começa sem perspectiva

- Publicidade -

Londres – Os seis países considerados chave para o sucesso da rodada  de Doha da organização Mundial de Comércio (OMC) iniciaram ontem uma nova reunião  para tentar superar o impasse nas negociações admitindo que o encontro não deverá  resultar em  avanços decisivos. Além disso, sinalizaram que data limite prevista  para a obtenção das as bases amplas para um acordo – 30 de abril – provavelmente  será novamente adiada para junho ou julho. “Eu não acredito que a expectativa para esse encontro é que ele venha permitir  a quebra definitiva do impasse”, disse o ministro das Relações Exteriores, Celso  Amorim, que se reunirá até amanhã com colegas da União Européia, Estados Unidos,  Índia, Japão e Austrália. Ele demonstrou cautela com a possibilidade de um acordo  até o final do próximo mês. “Toda vez que você abandona um prazo ou cronograma  isso se torna uma profecia que se auto-realiza e por isso temos que trabalhar  com a data limite.”

Para Amorim, o avanço crucial nas negociações deverá ocorrer  em junho ou julho. O comissário europeu para o Comércio, Peter Mandelson, ressaltou que as diferenças  entre as posições dos países em desenvolvimento e ricos ainda são muito grandes.  “As negociações não estão bloqueadas, mas sua conclusão é complicada por uma  grande variedade de interesses e o número de temas entrelaçados que estão sendo  decididos”, disse. Brasil e seus parceiros do G-20 pressionam os Estados Unidos a reduzirem seu  apoio doméstico a agricultura e também exigem a redução das barreiras para suas  commodities agrícolas na União Européia.

Os países ricos, por sua vez, reivindicam  a queda dos impostos sobre importação de bens industriais e a abertura do setor  de serviços nos países em desenvolvimento. “Brasil não está satisfeito” – Numa palestra a cerca de duzentos estudantes  e acadêmicos na universidade London School of Economics , Amorim disse que a  proposta de uma reunião de chefes de Estado, apresentada pelo presidente Luis  Inácio Lula da Silva e apoiada pelo primeiro-ministro Tony Blair, será crucial  para destravar de vez as negociações. “Há dois caminhos para se negociar: o  incremental, com uma melhora gradual de ofertas, e o político, que gera uma  solução definitiva”, disse. “Nós já obtivemos o máximo possível com a negociação  incremental e o Brasil não está satisfeito.” Sobre a viabilidade de um encontro de cúpula, o ministro ressaltou que a proposta  “ainda não foi rejeitada” por nenhum país. A França, no entanto, já deu sinais  que se opõe a idéia.

Segundo Amorim, a reunião poderia  ser realizada em abril ou no mês seguinte, quando então as bases do acordo poderiam  ser firmadas. Sobre o encontro em Londres do G-6, que se estenderá até amanhã, ele disse que  poderão ocorrer progressos nas discussões sobre alguns temas específicos, como  dos produtos agrícolas considerados “sensíveis” pelos europeus, ou seja, que  não são inclusos no pacote de redução de tarifas.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas