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OMS vai retomar testes com hidroxicloroquina

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou ontem que vai retomar os testes com a hidroxicloroquina em pacientes da covid-19. O remédio estava temporariamente suspenso do ensaio clínico global da entidade — o projeto Solidariedade — desde o último dia 25, por precaução, mas agora voltará à ativa. Apesar da retomada, a OMS reafirmou ainda não há evidências científicas sobre a eficácia da droga.
Tedros Adhanom Ghebreyesus diz que comitê continuará monitorando a segurança dos tratamentos
A decisão se baseia em dados recolhidos pela própria OMS, no Solidariedade, em pacientes que tomaram a hidroxicloroquina. De acordo com o Comitê de Segurança e Monitoramento de Dados do órgão, não há riscos evidentes no uso do medicamento. 
O projeto conta com a participação de 35 países ao redor do mundo, que já recrutaram 3,5 mil infectados pelo novo coronavírus em hospitais para testar a eficácia de possíveis tratamentos.
“Com base nos dados de mortalidade disponíveis, os membros do comitê afirmaram que não há motivos para modificar o protocolo dos testes com hidroxicloroquina. O Grupo Executivo endossou a continuidade e vai comunicar a decisão aos principais pesquisadores do Solidariedade. O comitê continuará monitorando de perto a segurança de todos os tratamentos testados no ensaio clínico”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Além da hidroxicloroquina, outras três drogas são analisadas pelo Solidariedade como alternativas para combater a covid-19: o remdesivir (usado no tratamento do ebola), o lopinavir/ritonavir (HIV) e o interferon beta-1a (esclerose múltipla).
“Estamos falando de um ensaio clínico, para provar a eficácia e a segurança desses medicamentos em pacientes hospitalizados. Precisamos de uma resposta clara a respeito do que funciona ou não para os pacientes. É possível que, no futuro, haja novas mudanças no ensaio. Ele é flexível, pode incluir novos protocolos, suspender outros. Baseia-se em dados científicos disponíveis em cada momento”, esclareceu a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan.
Na suspensão temporária da hidroxicloroquina, de semana passada, a interrupção se apoiava em um estudo externo, publicado na revista científica The Lancet, que alertou para os riscos de aumento da mortalidade e de arritmia cardíaca em infectados que tomaram o remédio.
Nesta terça-feira, 2, porém, o periódico emitiu um “manifesto de preocupação” sobre esse estudo, pois especialistas levantaram “sérias dúvidas científicas” sobre a metodologia utilizada. A pesquisa está sob auditoria independente para apurar a proveniência e a validação dos dados.
No Brasil, o uso do medicamento é fortemente encorajado por Jair Bolsonaro, mesmo diante da falta de comprovação científica sobre sua eficácia. Por pressão do presidente, o Ministério da Saúde liberou a droga para todos os pacientes com covid-19 no País, desde os casos mais leves até os mais graves. No último domingo, 31, os Estados Unidos enviaram ao Brasil dois milhões de doses da hidroxicloroquina.
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