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ONG mapeia analfabetismo no RN

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Parnamirim e Natal são os únicos municípios potiguares com taxa de analfabetismo abaixo de 10% da população acima de 15 anos de idade. Na outra ponta estão 13 municípios com taxa acima de 33%, ou seja, um em cada grupo de três moradores  faixa etária é analfabeta. Além disso, o Rio Grande do Norte ocupa o 23º lugar no ranking nacional, com taxa média de 17,8%. Os números foram divulgados nesta terça-feira (7) pelo Observatório da Educação do RN e são uma colaboração às comemorações dos 40 anos do método Paulo Freire, implantado  em Angicos pelo então governador Aluízio Alves. O estudo mostra como o problema foi enfrentado no período de 19 anos, entre 1991 e 2010.
Cláudia Santa Rosa considera lento ritmo de redução do analfabetismo no Rio Grande do Norte
O relatório conclui que essa posição negativa do Rio Grande do Norte na redução do analfabetismo é resultado dos baixos investimentos na educação básica e da ausência de políticas públicas eficazes de combate ao analfabetismo nos municípios. O levantamento mostra que 34 municípios do estado tinham em 2010, segundo os dados do IBGE, taxas de analfabetismo entre 30% e 39%. Além disso, nenhum desses municípios conseguiu decréscimo acima de 49%, quando comparadas as três edições do censo.

A melhor situação hoje é a de Parnamirim, que conseguiu reduzir a taxa de analfabetismo de 25,1% da população acima de 15 anos, para 7,6% em 2010, apesar do grande crescimento populacional verificado no período levantado pelo estudo. O prefeito Maurício Marques lembrou que entre 2001 e 2012 o município reformou todas as escolas, construiu novas unidades e investiu na capacitação dos professores. Hoje, 98% tem formação de nível superior e são concursados.

Os números do IBGE mostram que a taxa de analfabetismo na população mais jovem de Parnamirim – entre 15 e 24 anos de idade – é de apenas 2,3%, enquanto a dos adultos com mais de 60 anos, que resistem a entrar nos programas de alfabetização por doenças ou outros motivos, é de 27,6%. Levasse em conta a população entre 15 e 59 anos, a taxa ficaria em torno de 4,8%.

O estudo do Observatório da Educação do RN mostra ainda que os municípios com maior poder econômico tem taxas menores. Entre os piores, três foram criados depois de 1996. São eles Fernando Pedroza, com taxa de analfabetismo de 30,9%; Venha-Ver (33,0%) e Jundiá (34,8). Esses municípios eram povoados ligados politica e administrativamente a Angicos (taxa de 26,5%), São Miguel (28,7%) e Várzea (30,5%).

Uma outra constatação que pode ser feita através do cruzamento de indicadores sociais e econômicos.  Nos três municípios com menores índices de analfabetismo a taxa média de pobreza é de 11,86%, enquanto nos três com maiores essa média é quase cinco vezes maior: 50,03%.

Diretora alerta gestores e defende mais investimentos

“Quantos anos vamos precisar para zerar a taxa de analfabetismo dos nossos municípios se continuarmos no mesmo ritmo e mantendo as mesmas políticas públicas e programas?”, alerta a diretora executiva do Instituto de Desenvolvimento da Educação, Cláudia Santa Rosa, coordenadora do estudo. O objetivo da compilação de informações é contribuir para o planejamento de políticas públicas na área de educação e que tenham por meta zerar a taxa de analfabetismo. Ter acesso aos dados, compará-los e significá-los no âmbito de um planejamento é um dos passos mais importantes para avanços nos resultados, segundo o relatório.

A metodologia de coleta foi organizada em três etapas: 1ª etapa: Tabulação das taxas de analfabetismo do estado e cada um dos seus municípios, por ano, nos três últimos censos (1991, 2000 e 2010 ); 2ª etapa: cálculo da diferença relativa (%) para conhecer a redução das taxas e 3ª etapa: produção de análises e recomendações, considerando os municípios com taxas de analfabetismo mais baixas, com taxas abaixo de 20%, taxas mais altas, decréscimos em alguns intervalos, entre outras.

O relatório do Observatório conclui pela necessidade de avaliação dos gestores públicos sobre os programas e projetos das últimas décadas; ações integradas entre o poder público e a sociedade civil para acelerar o ritmo do combate ao analfabetismo, considerando o baixo decréscimo nos últimos 20 anos e maiores investimentos na alfabetização das crianças.

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