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Operação Hígia: PF apreendeu R$ 35 mil de propinas

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OPERAÇÃO HÍGIA - Polícia Federal apreendeu computadores e documentos

O superintendente da Polícia Federal no RN, delegado Hélio Sant’Anna, confirmou que na investigação da Operação Higia  um dos flagrantes foi a apreensão de R$ 35 mil destinados ao pagamento de propina para a continuidade do esquema fraudulento em licitações junto a Secretaria Estadual de Saúde. O dinheiro foi apreendido como prova do esquema, mas o delegado manteve o sigilo sobre quem pagaria e quem receberia o dinheiro.

A PF mostrou a fotografia do dinheiro apreendido à imprensa. O delegado, Caio Bezerra, explicou que o dinheiro foi arrecadado logo após o corrompido receber o pagamento da propina, mas ele não entrou em detalhes alegando que, nessa fase, tal divulgação atrapalharia as investigações. “Só posso adiantar que os pagamentos aumentavam perto da renovação dos contratos”, destacou. “Os contratos  eram de aproximadamente R$ 2,4 milhões mensais, o que dá R$ 36 milhões desde 2005, mas não temos certeza de quanto foi desviado”.

Material apreendido

Nos 42 mandados de busca e apreensão, a Polícia Federal recolheu veículos, documentos, computadores. Todo material foi lacrado em malotes e identificado para ser analisado posteriormente pelos investigadores. O caso está sob a responsabilidade do delegado Caio Bezerra, da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários da PF.

A polícia apreendeu 14 carros de luxo, entre eles, um  Jaguar, um Fusion, uma Pajero Full, um Troller e uma moto Honda de 1000 cilindradas avaliada em mais de R$ 60 mil. Todo material está a disposição da Justiça Federal para, se confirmadas as denúncias, amortizarem os prejuízos aos cofres públicos.

Servidores ficaram sem acesso durante buscas

Os policiais federais passaram quase 10 horas recolhendo documentos e computadores em algumas repartições públicas do Governo do Estado, dentro da “Operação Higia”. Às 6h30 de ontem, equipes da PF já estavam dentro da Secretaria Estadual de Saúde (Sesap) e da Procuradoria Geral do Estado (PGE) e só deixaram os locais por volta das 16h.

Na secretaria, dezenas de servidores não puderam ter acesso ao local de trabalho, pois foi proibida a entrada da imprensa e dos funcionários no 8º, 10º, 11º e 12º andares, onde funcionam o gabinete do secretário e as coordenadorias Administrativa e Financeira do órgão. Cerca de 10 policiais se revezavam no cumprimento do mandado de busca e apreensão. Fiscais da Receita Federal também estiveram no prédio, no período da tarde.

Na Sesap, trabalham três dos presos na operação “Higia”, os servidores Marco Antônio França, Ulisses Fernandes e Eleonora Lopes Castim, que é coordenadora de Orçamento e Finanças da Secretaria de Saúde. Pouco antes das 16h, os policiais deixaram o prédio levando os documentos e computadores apreendidos em veículos de passeio e em uma camionete, que passou todo o dia estacionada em frente ao local.

Já na avenida Afonso Pena, no Tirol, as equipes da Polícia Federal ocuparam principalmente dois setores da Procuradoria Geral do Estado: a Procuradoria de Licitações e Contratos e a coordenação de Assessoria Jurídica. Esta última é coordenada pela procuradora Rosa Maria D’Apresentação Figueiredo Caldas, presa na manhã de ontem. Além dela, também foi preso o servidor da PGE ,Francenildo Rodrigues de Castro.

Os policiais federais, pelo menos quatro, chegaram à procuradoria em dois veículos. Por volta do meio-dia, dois integrantes da PF entraram no prédio com quatro maletas e ainda material plástico para acondicionar os objetos apreendidos. A busca e catalogação do material apreendido durou toda manhã e tarde e também foi acompanhada por testemunhas da PGE.

Governadora recebe solidariedade

A manhã na residência oficial da governadora foi movimentada. Deputados, secretários, parentes e amigos foram visitar Wilma de Faria com a intenção de prestar solidariedade. Secretários como o de Turismo, Fernando Fernandes; o de Administração, Paulo César Medeiros; e o de Comunicação, Rubens Lemos Filho, foram levar seu apoio à mãe de Lauro Maia.

Deputados estaduais, como o presidente da Assembléia legislativa, Robinson Faria (PMN); Nélter Queiroz (PMDB); Raimundo Fernandes (PMN); Ezequiel Ferreira (PTB)e Gustavo Carvalho (PSB) também visitaram a governadora. Os deputados federais João Maia (PR) e Fátima Bezerra (PT) foram outros dois parlamentares que se dirigiram à  residência oficial para prestar solidariedade à líder do PSB. Pela parte da tarde as visitas continuaram.

Nenhum dos que visitou a casa da governadora fez qualquer avaliação sobre o episódio. No máximo, como o secretário Fernando Fernandes (Turismo), explicaram que estavam indo prestar solidariedade.

As informações obtidas pela reportagem foram de que a governadora Wilma de Faria estava abalada e que se manteve durante um bom tempo da manhã recolhida. Ao final da manhã, após receber alguns dos aliados, a governadora retomou o descanso. 

Prisão de Bahia assustou aos vizinhos dele

Moradores do edifício Therra Luna, na rua Ilíria Tavares Galvão, no bairro do Tirol, foram acordados nessa sexta-feira pela chegada dos policiais federais que cumpriam o mandado de prisão do secretário estadual adjunto de Esportes, João Henrique Bahia. Equipes da PF com dois delegados e diversos policiais de outros estados entraram no prédio, mas tiveram de arrombar a porta do apartamento do secretário adjunto para poder efetuar a prisão.

O secretário foi levado sob alegação de que iria apenas prestar depoimento, mas integrantes da PF advertiram a João Henrique Bahia que “seria bom” trazer consigo objetos de higiene pessoal, como a escova de dentes. Os policiais entraram no edifício por volta das 6h30 e também cumpriram um mandado de busca e apreensão no apartamento do acusado. Dentre os policiais estavam  agentes das superintendências da PF dos demais estados do Nordeste e até mesmo de Santos, em São Paulo.

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