São Paulo (AE) – O engenheiro Zwi Skornicki, apontado pela força-tarefa da Lava Jato como operador de propina do esquema na Petrobras, disse ao juiz federal Sérgio Moro que 50% da propina sobre contratos da estatal era destinada ao PT e que “tratava da parte do partido com João Vaccari (Neto)”, ex-tesoureiro da sigla. Em depoimento, ao juiz da Lava Jato, em Curitiba, Skornicki relatou a existência de uma “conta corrente” por meio da qual repassava valores ilícitos a ex-dirigentes da Petrobras e a credores do PT por indicação de Vaccari.
#SAIBAMAIS#Skornicki confirmou ainda ter pago, entre 2013 e 2014, US$ 4,5 milhões aos marqueteiros João Santana e Mônica Moura – o casal atuou nas campanhas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2006) e da presidente afastada Dilma Rousseff (2010 e 2014). Ele disse que “acertou” os repasses com Vaccari – preso e condenado na Lava Jato.
O operador disse que “não sabia” que os valores depositados em conta secreta dos marqueteiros na Suíça eram relativos a uma dívida de campanha de Dilma. Mas afirmou que os US$ 4,5 milhões que entregou ao casal tiveram origem em “propina da Petrobrás”. O casal declarou a Moro, também na quinta, que recebeu, via Skornicki, US$ 4,5 milhões de caixa 2 da campanha de Dilma em 2010. Skornicki assinou acordo de delação premiada, que ainda não foi homologado por Moro. Ouvido como “colaborador”, afirmou que pagou propina em todos os contratos referentes às plataformas P-51 e P-52, “com o conhecimento de que ia para agentes das Petrobras”.
O PT nega ilegalidades. “As contas da campanha de 2010 foram aprovadas pela Justiça Eleitoral”, informou o partido. O advogado Luiz Flávio Borges D’Urso, que defende Vaccari, reagiu às menções ao ex-tesoureiro petista. “Isso depende de provas, caso contrário não vai passar de mera informação trazida por delatores. E prova não será obtida porque isso não reflete a verdade”, afirmou. Dilma disse que, se houve caixa 2, não teve conhecimento.
