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Oportunidade

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Itamar Ciríaco/ [email protected]

A queda do ABC para a Série D do Campeonato Brasileiro é ruim sob todos os aspectos. Primeiro para o clube cujo valor de mercado cairá abruptamente. De produto com interesse mediano para o marketing esportivo, o Alvinegro passará, em tese, a ser uma marca com menor poder de atração em termos de negócios. O Próprio futebol potiguar, com seus dois principais clubes (ABC e América), na quarta divisão do Campeonato Brasileiro, diminui de valor, fazendo com que a Federação Norte-rio-grandense de Futebol – FNF tenha trabalho redobrado para atrair investidores ao Campeonato Estadual. No entanto, um velho lobo dos negócios sempre vê, no fundo do poço, uma oportunidade para recomeço e, por estar no chão, é bem mais fácil iniciar um projeto com base sólida para crescimento tendo um bom alicerce, evitando o que os economistas chamam de “voo de galinha”, ou seja, aquela ascensão seguida de uma rápida queda.
Oportunidade 1
Em meio a todos os erros identificados na atual temporada alvinegra, um acerto parece claro. O clube identificou o verdadeiro valor de ingresso que o seu torcedor pode pagar em jogos no estádio Maria Lamas Farache – Frasqueirão. Os preços atribuídos a uma promoção levaram o torcedor raiz de volta à casa abecedista. Depois que esses valores começaram a ser praticados o time nunca deixou de receber, no mínimo, 6 mil pessoas para apoiá-lo. Amigos que frequentam a arquibancada relatam encontros com torcedores de bairros periféricos de Natal que há muito não frequentavam a praça esportiva. Acredito que, para um recomeço de história, nada melhor do que voltar às raízes, estar junto com sua massa de torcedores, trazê-los para perto, ouvi-los e acima de tudo: atendê-los.
Oportunidade 2
Os críticos aos preços populares sempre relacionam isso a questão do sócio-torcedor. Segundo os defensores da tese, o ingresso mais caro obriga o torcedor a se associar, porque isso é uma vantagem. Critico essa posição porque acredito que o programa de associados precisa ter mais vantagens do que meramente o ingresso para o jogo. Se o clube preparar um setor com facilidades, estacionamento VIP, recepção, entrada adequada sem filas, garçons para vender as bebidas, atendimento para crianças, banheiros limpos (principalmente os femininos) e cobrar mais por isso, os torcedores com poder aquisitivo melhor continuarão a se associar. Mais que isso, se sentirão seguros para levar a família inteira e consumir os produtos no estádio. Na outra ponta, o torcedor mais pobre também estará próximo do clube e será um potencial consumidor de produtos oferecidos no estádio.
Oportunidade 3
Todo esse trabalho precisa ser acompanhado por ações de marketing eficientes. O valor perdido com a queda de divisão poderá ser recuperado, ainda que na Série D, logo que as empresas observarem que, organizado, o clube tem penetração nas mais diversas classes sociais, que tem potencial e que pode, dessa forma, voltar a ser vencedor. Com essa imagem e público, o mercado publicitário com certeza abrirá as portas e as empresas voltarão a ter interesse em associar suas marcas ao clube. “O esporte tem a capacidade de atingir pessoas de todas as idades, culturas ou classe social, sendo assim considerado parte integrante em nossas vidas”, escreveram as especialistas Melissa Johnson e Jane Summer sobre Marketing esportivo. Carla Dualib, no livro Marketing Esportivo no Brasil (2005), afirma que “uma empresa que procura um clube para patrociná-lo está buscando: agregar valor à imagem, maximizar a exposição da marca, alavancar os benefícios dos parceiros através de novas oportunidades de negócio”. Diante disso tudo é enxugar as lágrimas e mãos à obra.
Prejudicado
O Globo foi prejudicado contra o Santa Cruz. Pênaltis não marcados e gol anulado de forma duvidosa foram determinantes para a derrota da Águia por 2 a 1 para a Cobra Coral. O time comandado por Higor César jogou um bom futebol e teve chances de sair com um resultado melhor na Arena Pernambuco. Agora o time precisa vencer o ABC, na última rodada, sábado, no Barrettão e torcer por um tropeço do Treze, contra o Botafogo/PB, em Campina Grande. Situação complexa. Nas redes sociais, ainda que de forma indireta, Higor César “homenageou” a arbitragem escrevendo: “O sujeito era tão mau caráter que até sozinho ele estava mal acompanhado”.
Salton
Em entrevista à rádio Globo Natal, após o resultado de vitória do Treze, que rebaixou o ABC, o ex-dirigente do clube afirmou que, caso o Alvinegro não restitua o que deve a ele encaminhará um processo contra o time potiguar. Magoado com o afastamento e com as críticas direcionadas ao período no qual geriu o futebol abecedista, Salton desabafou, disse que conseguiu investimentos de quase R$ 8 milhões para o ABC, que o clube entrou o ano com R$ 1 milhão em caixa e mais parcelas a receber da negociação de Fessin com o Cortinhians. “Se não souberam o que fazer com o dinheiro eu não tenho culpa. Só contratei até em quanto Ranielle Ribeiro era treinador”, revelou.

Crise

Apesar de marcado para hoje às 21h30, Cuiabá e Figureirense pode não acontecer. Os jogadores do time de Santa Catarina ameaçam uma greve. Com salários atrasados e sem o depósito, em suas contas, do valor referente ao FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, os atletas enviaram uma nota oficial afirmando que só entram em campo caso as situações sejam regularizadas. Após 16 rodadas da Série B, o Figueirense soma 20 pontos e aparece na 12.ª colocação. América-MG e Criciúma, com 17, abrem a zona de rebaixamento, enquanto que a Ponte Preta, com 26 em quarto lugar, fecha o grupo de acesso.

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