sábado, 20 de abril, 2024
25.1 C
Natal
sábado, 20 de abril, 2024

Orlando Silva de Jesus Júnior: “O mundo vai descobrir o Brasil”

- Publicidade -

Por Anna Ruth Dantas

A confirmação da Copa do Mundo de 2014 para o Brasil trouxe uma grande projeção para o ministro dos Esportes Orlando Silva. Ele ganhou notoriedade, distribui autógrafos, é parado nas ruas para fazer foto. O auxiliar de primeiro escalão do presidente Lula é um entusiasta da competição mundial de futebol.

Aposta no “sucesso” das parcerias público-privadas para a construção das arenas esportivas e já assegura que o governo federal está “fazendo a sua parte” para criar as condições necessárias aos investidores internacionais.

“Nós estruturamos junto com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) uma linha de financiamento que pode chegar até R$ 5 bilhões para financiar construção ou reforma das arenas para a Copa do Mundo. Claro, é financiamento, dinheiro vai e volta. Mas o Estado terá juros baixos, prazo longo de carência e pagamento, nós vamos ajudar a viabilizar as parcerias público-privadas”, comentou o ministro Orlando Silva, que esteve em Natal para participar do Fórum da Copa do Mundo de 2014.

Para o ministro, a principal competição de futebol é uma oportunidade única de atrair investimentos e até de trazer um novo cenário, diante da crise econômica mundial. “A Copa do Mundo é uma oportunidade de investimento que deixará um legado importante para o país. Investimentos que, inclusive vão gerar emprego. A Copa vai servir no Brasil, inclusive, como uma medida anticíclica para estimular o crescimento da economia”, observou. O ministro confirma que tem pretensões políticas e deve-rá ser candidato em 2010. “Vivo em São Paulo, apesar de baiano. Provavelmente, o partido (PC do B) poderá oferecer o meu nome para disputar um mandato em São Paulo. Diria até que é provável”, destacou.

Já passava das 22h30 da quinta-feira passada, quando o ministro Orlando Silva concedeu essa entrevista a TRIBUNA DO NORTE. Foi um dia de agenda cheia, onde começou em Salvador, passou por Natal e terminaria em São Paulo. O “ministro da Copa” tem agenda cheia. Mas, nem por isso, perde o bom humor e a simpatia.

O convidado de hoje do 3 por 4 é o ministro dos Esportes, Orlando Silva.

O senhor vê algum risco da Fifa reduzir o número de cidades de 12 para 10 sedes na Copa do Mundo de 2014?
Dizer que uma cidade ou outra será excluída da Copa do Mundo é mera especulação. Claro que temos que cumprir os compromissos com a Fifa e tenho certeza que todas as 12 cidades escolhidas cumprirão com os compromissos com a Fifa e isso é importante para que a Copa do Mundo seja um evento nacional e todo país se beneficie com o desenvolvimento que a Copa induz. Portanto, não tem nenhum fundamento essa história da Fifa reduzir o número de cidades. Agora é hora de trabalhar. 2009 a gente discutiu as prioridades e em 2010 vamos tirar as obras do papel para o grande mundial de 2014.

O desafio é conseguir os recursos para concretizar os projetos dos estádios, que juntos somam R$ 5 bilhões?
Veja haverá um investimento do Governo Federal em infraestrutura. Por exemplo, há um plano de investimento em aeroportos de todas as cidades que receberão os jogos da Copa do Mundo. Todas elas (as cidades-sedes) receberão melhorias (nos aeroportos), ampliação de pistas, ampliação do terminal de passageiros, ampliação de estacionamentos. Haverá melhoria também em portos. O Governo Federal vai investir na construção de terminais turísticos e qualificação dos portos para receber turistas durante o mundial. O Governo Federal criará uma linha de financiamento para a mobilidade urbana. Inclusive Natal, Governo e Prefeitura estarão em Brasília no próximo dia 15 para discutir com o Governo Federal as prioridades de investimento em mobilidade urbana para melhorar o sistema de transporte das cidades. Aqui são investimentos públicos, financiamentos diretos que melhorarão as cidades. A Copa do Mundo precisa de investimento em infraestrutura para melhorar as nossas cidades.

É possível afirmar que Natal está cumprindo a contento as exigências da Fifa?
Posso dizer que tenho muita confiança que Natal fará uma grande sede da Copa de 2014. Eu sou nordestino e sei como nordestino honra os compromissos que firma. Por isso tenho convicção que a cidade de Natal irá cumprir com cada compromisso que foi firmado com a Fifa e oferecerá infraestrutura e serviço de qualidade de modo que quem venha ao Brasil e a Natal durante a Copa do Mundo se apaixone e volte muitas outras vezes. Um dos objetivos da Copa do Mundo é promover o Brasil, promover os nossos destinos.

O senhor confirma o prazo final de que que as obras dos estádios deverão ser iniciadas em março?
O comitê local  percebeu que as realidades são muito diferentes. Tem Estados, cidades que o estádio é público e haverá investimento público. Outros haverá parceria público privada, outros são estádios privados e a obra será toda privada. Essa diferenciação gerou uma determinação da Fifa de que o que vai importar é que no começo de março as obras sejam iniciadas. O prazo que vale é começar as obras de reforma ou construção dos estádios em março de 2010.

Muitos críticos do projeto da Copa do Mundo no Brasil afirmam que o país deveria ter outras prioridades de investimento que não o mundial de futebol.
O Mundial da Fifa é uma grande oportunidade de investimento para o Brasil.  Ele (o mundial) é uma chance de promoção do país única. É o maior evento midiático do planeta. A repercussão é maravilhosa. Para você ter uma ideia a Alemanha teve em 2006, na última Copa do Mundo, um incremento de 2 milhões de turistas durante a realização do Mundial. A média das outras Copas tem sido 500 mil turistas durante o mês do Mundial. A Copa é um grande ingresso de recursos a partir do turismo. Aliás, essa é uma repercussão que tem durante a Copa porque o mundo vai descobrir o Brasil. Segundo, grande parte dos recursos utilizados serão para investimentos que ficarão depois da Copa. O que for melhorado de infraestrutura, de novos terminais de passageiros, novas pistas de aeroportos, os terminais turísticos dos portos, o que vai melhorar de mobilidade urbana, tudo ficará para as cidades depois que a Copa passar. E o investimento em qualificação das pessoas que trabalham nessa área também ficam depois da Copa. Em síntese, a Copa do Mundo é uma oportunidade de investimento que deixará um legado importante para o país. Investimentos que, inclusive vão gerar emprego. A Copa vai servir no Brasil, inclusive, como uma medida anticíclica, nessa crise mundial para estimular o crescimento da economia. Diria que com planejamento, com investimentos, a Copa pode ajudar muito ao desenvolvimento do país.

Quanto o Governo Federal investirá em infraestrutura para preparar o país para Copa?
A cidade de Natal será a primeira a reunir o Governo Federal, com representantes do Governo municipal e estadual, em Brasília, onde vamos iniciar um debate sobre o plano de prioridade de investimento. É possível definir o valor de investimento só após essa rodada com todas as cidades.

No momento em que se vive uma crise econômica, apostar em Parceria Público Privada (PPP) para executar os projetos dos estádios, não é confiar demais?
É preciso criar um ambiente positivo para investimento. Vou dar um exemplo concreto. No caso das arenas eu, pessoalmente, acredito em parceria público privada para construção. Mas a gente não fica só no desejo, nem no estímulo. Nós estruturamos junto com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) uma linha de financiamento que pode chegar até R$ 5 bilhões para financiar construção ou reforma das arenas para a Copa do Mundo. Claro, é financiamento, dinheiro vai e volta. Mas as empresas terão juros baixos, prazo longo de carência e pagamento, nós vamos ajudar a viabilizar as parcerias público privadas. A gente está trabalhando para ajudar com linhas de financiamento sustentáveis.

Como o único ministro representante do PC do B no Governo Federal, o senhor tem projeto político para 2010?
Eu tenho sim. Quero ajudar o presidente Lula a manter o projeto político iniciado em 2002. Acredito que o Brasil em 2010 será um Brasil diferente do de 2002 e muito há que ser feito. Vamos manter a coalizão que sustenta o Governo Lula unida em torno de uma única candidatura em 2010; esssa é uma missão muito importante.

Mas o senhor pretende ser candidato em 2010?
É possível. Vivo em São Paulo, apesar de baiano. Provavelmente, o partido poderá oferecer o meu nome para disputar um mandato em São Paulo. Diria até que é provável.

E as Olimpíadas de 2016? O senhor vê chances para o Rio de Janeiro sediar essa competição?
O Brasil vai ganhar as Olimpíadas de 2016. O Brasil tem um projeto técnico muito forte, muito consistente, tem uma projeção internacional diferenciada, a liderança do presidente Lula é muito reconhecida, o Brasil tem um projeto político forte o que é muito importante para a segurança jurídica das Olimpíadas. As avaliações técnicas feitas do nosso projeto foram muito boas. A bolsa de apostas indica o Rio de Janeiro como favorito.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas