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Os anos da Tribuna

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Woden Madruga
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Vejo na folhinha da parede que hoje, 24, a Tribuna do Norte está aniversariando. São 68 anos. Fundada por Aluízio Alves, era para ter circulado cinco dias antes, 19 de março, consagrado a São José, padroeiro do município de Angicos, onde o fundador nasceu. Mas, aí, conta a história, as linotipos sofreram uma pane (problemas mecânicos) e não foi possível, então, compor as matérias da edição inaugural. O jornal começa com problemas e através de seis décadas enfrentou muitos outros, incluindo os ocorridos durante a ditadura militar de 64. Sobreviveu a todos.

Nestes 68 anos da TN, tenho 57 anos “de casa”, divididos em dois períodos: de 1956 a 1958 e de 1964 (quando surgiu este Jornal de WM) até agora. Me iniciei no jornalismo em 1954, aos 17 anos, aprendendo as primeiras lições no Diário de Natal, onde cheguei a secretário de Redação (hoje editor). Isso já foi na segunda fase do DN, de 1958/1963, tempos de Luiz Maria Alves.

Quando a Tribuna do Norte circulou pela primeira vez eu cursava a terceira série do Ginásio 7 de Setembro, dirigido pelo grande professor Antônio Fagundes.  Andava pelos 13 anos e colaborava com um jornalzinho do colégio que tinha o pomposo título de “O Gymnasium”, onde também escrevia o futuro poeta Luís Carlos Guimarães que, séculos depois, bateria o ponto na redação da TN, agora como copidesque. Na mesma era, apareceu no 7 de Setembro um menino magrelo, vindo de Santana do Matos, de nome Francisco Macedo. Anos depois nos reencontraríamos nesta mesma Tribuna da qual foi secretário de redação e editor. Um grande jornalista que passou por várias redações.

Aluízio conta
Aluízio Alves, entrevistado no programa Memória Viva, da TV-Universitária (gravado em 18 de julho de 1983), contou partes da história da Tribuna do Norte, juntamente com as lutas políticas do Rio Grande do Norte. Falou de sua carreira como jornalista, iniciado, menino ainda, quando criou o jornalzinho “O Clarim”, passando pelas redações de a “A Razão” e “A República”, “A Notícia”, o “Diário de Notícias, ” no Rio, e também da “Tribuna de Imprensa”, fundada por ele e Carlos Lacerda, em 1949,  Aluízio já deputado federal.

Às folhas tantas, Aluísio disse que em cada campanha eleitoral se criava um jornal, “porque em cada campanha, fazíamos um jornal para a campanha”. Destaco trechos:

– A Tribuna era um jornal do qual, eu tinha controle moral. Eu tinha 50 ações, só. O presidente da sociedade era Dinarte Mariz, eu era diretor secretário, porque Dinarte tinha mais credibilidade nos meios econômicos.

– Eu fiz a Tribuna em 50, porque em cada campanha, fazíamos um jornal para a campanha. Antes de fazermos o jornal, na campanha de 1945, fizemos uma página n o Diário de Natal, que deu uma crise também. Os diretores da página éramos Edgar Barbosa e eu. Um dia, Luís Antônio (Luís Antônio dos Santos Lima) fez um artigo sobre o general Dantas (interventor do Rio Grande do Norte), “Não Furtarás”. Artigo baseado na Bíblia, dizendo horrores do general Dantas. Eu cheguei e disse: não posso publicar esse artigo, porque eu fui auxiliar do general até bem pouco tempo; eu vinha do governo Rafael. E Edgar achava que devia, porque senão Luís Antônio romperia, o certo é que o artigo foi publicado, e eu deixei a página.

– Depois, então, em cada campanha, fazíamos um jornal. “A Notícia” fora um desses jornais. Dirigido por Gentil Ferreira de Souza, mas na realidade, feito com a minha grande participação. Quando foi em 1949, em que se tornou vitoriosa a “Tribuna de Imprensa”, no Rio, nós sonhávamos em fazer jornais associados, como Chateaubriand tinha em cada Estado. Aí em vim para aqui e saí com Juvenal Lamartine, Dix-Huit, José Xavier percorrendo o Estado todo. Levantamos o dinheiro, fizemos a “Tribuna do Norte”.

Falta de respeito  O editorial de ontem do Estadão deveria ser lido, várias vezes, em todas as escolas, em todos os púlpitos de todas as igrejas, em todas reuniões familiares ou não, na espera da novela. Título: “Um Poder que não se respeita”. Transcrevo dois trechos, começando pelo começo:
– A vergonhosa troca de ofensas entre os ministros Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), quarta-feira passada, foi a culminação de um dia de infâmia para o Judiciário pátrio. Menos do que revelar a deselegância e o destempero dos magistrados, comportamento lamentavelmente já conhecido de outras ocasiões, o bate-boca prestou-se a simbolizar a degradação de um Poder que, em vez de garantir o império da lei, hoje é fonte e motor de grande parte das crises que infelicitam o País. Tudo isso graças a uma soma de despreparo técnico, prevalência de interesses políticos e corporativos e voluntarismo irresponsável.

– Na mesma sessão em que os Ministros Mendes e Barroso se trataram com dois valentões na saída da escola, preservando da etiqueta do Supremo somente o uso do prenome de tratamento “Vossa Excelência”, o ministro Luiz Fux protagonizou um dos maiores vexames da história recente daquela Corte, ao retirar da pauta de votação os processos que discutem o pagamento do auxílio-moradia a juízes.

Chuva 
Notícia boa vem do Seridó: choveu, ontem, em Caicó, 20 milímetros. Foi ao redor do Açude Mundo Novo. Mas, no Oeste, teve chuva maior: 32 milímetros em Rodolfo Fernandes, seguido de Viçosa, 8, e Martins, 5.  No Seridó teve ainda uma chuvinha de 4 milímetros em Florânia. São dados da Emparn. Precisa chover mais, bem mais, nos municípios todos.

No Ceará 
No Estado do Cearás as chuvas estão sendo mais abundantes e generosas. Ontem choveu em mais de 100 municípios, pegando todas as regiões, principalmente   no Cariri, onde aconteceu a chuva maior: Missão Velha, 106 milímetros, seguida de Abaiara, 80, Barbalha, 65, Mauriti, 63, Crato, 54, Porteiras, 46, Barro, 38 e Juazeiro do Norte, 29, todos do Cariri.

Em Quixeramobim, no Sertão Central, 98 milímetros. Em Potiretama, na região do Jaguaribe, divisa com o Apodi, 52.

Paraíba  
Continua chovendo bem no Alto Sertão da Paraíba. No município de Lastro, que faz divisa com o nosso Tenente Ananias, na “tromba do elefante”, choveu ontem, 50 milímetros. Em São Domingos, 42, São José da Lagoa Tapada, 38, São José de Piranhas, 33, Santa Helena, 22.

Samba 
Hoje é dia do “Samba na Calçada”, projeto que faz parte do movimento cultural “RN Autoral do Samba ao Choro”, que tem lugar cativo, todo mês, no Beco da Lama. Mas, hoje, a coisa acontecerá em Ponta Negra, beirando a avenida Praia de Jenipabu, ao lado do Praia Shopping. Começa ás quatro da tarde e vai até ás 20 horas.

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