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Os candidatos

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Ivan Maciel de Andrade                                                                                                           
Procurador de Justiça e professor da UFRN (inativo)                               

Creio que é injusto dizer que os candidatos a Presidente deixam tanto a desejar que não oferecem razoáveis (pelo menos, isso) condições de escolha ao eleitor. Talvez não sejam candidatos ideais. Alguns nomes sem experiência política cogitados de início, se persistissem, é bem possível que tivessem boas chances de disputar a eleição. Já que não existe nenhum real campeão de votos.

Os mais cotados têm demonstrado conhecimentos que dão para o gasto acerca da realidade econômica e social do país. À exceção de um, que substabeleceu o que pretende dizer e fazer em favor de um poderoso e onisciente futuro ministro. Mas não há problema: é só julgar o candidato pelas ideias e planos de quem o representa. O que se ia ouvir de um, ouve-se do outro. Que é estranho, é.

Os temas abordados em entrevistas e inserções no horário eleitoral são basicamente os mesmos. Todos os candidatos se mostram comprometidos em promover o crescimento econômico e, em consequência, em estimular a criação de novas e cada vez maiores oportunidades de emprego.

Todos, com maior ou menor ênfase, se propõem a adotar medidas de combate à corrupção. Todos reconhecem a necessidade de conter e reduzir o déficit público. Todos consideram a segurança pública preocupação prioritária – urgência-urgentíssima – que exige iniciativas eficientes e eficazes.

Todos prometem retirar o ensino do atual estágio falimentar ou pré-falimentar. Todos querem salvar a saúde pública. Todos se propõem a restaurar a infraestrutura de portos, rodovias, ferrovias.

O que os diferencia, então? O histórico de vida pública de cada um, a credibilidade e sobretudo o viés ideológico – ou mais conservador ou mais sensível a políticas e programas de natureza social. Nesta eleição, há uma novidade: a ultradireita mostrou a cara, com o direito de expor suas propostas. É chocante e lamentável o atentado contra o seu candidato, mas não invalida o processo eleitoral. 

É importante a forma como o discurso dos candidatos está sendo recebido e assimilado pelos eleitores. A partir da última eleição presidencial, a internet entrou em cena. Mas agora assumiu papel mais relevante. Embora um terço do eleitorado esteja indiferente ao processo eleitoral, o eleitor se informa (apesar das “fake news”) não só através da mídia tradicional, mas de blogs e redes sociais.

A questão crucial diz respeito ao eleitor: terá ele espírito crítico para, na expressão bíblica, separar o joio do trigo (Mateus -13:24-30) – o que é bom do que é indesejável para nosso país? Esse discernimento é essencial para evitar aventuras que possam colocar em risco as nossas instituições. 

Será que as experiências recentes da história sociopolítica e econômica do Brasil prepararam o eleitor para a escolha do próximo Presidente? Será que ele adquiriu a maturidade necessária para desmascarar as tentativas de iludi-lo? Será que ele vai saber temperar o emocional com o racional na hora do voto? Será que ele conseguirá descobrir, em meio à verborragia eleitoreira, a melhor opção?

O principal filtro político da democracia é o voto. Mas nem sempre esse filtro funciona. Temos exemplos em nosso passado próximo e no distante. Vamos torcer para que desta vez ele funcione.

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