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Os caras que amavam a legião

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Yuno Silva – Repórter

O som produzido nos anos oitenta continua reverberando na esquina do continente, onde o interesse pelos ícones que movimentaram um dos períodos mais férteis do rock verde amarelo segue firme entre o público que transita – principalmente – entre 30 e 50 anos de idade. Artistas e bandas como Cazuza, Lulu Santos, Barão, Paralamas e Titãs, entre tantos outros, deixaram sua marca e continuam escrevendo a recente história da música tupiniquim e a banda Uskaravelho chama para si a responsabilidade de ser a porta-voz local dessa geração. A lista é extensa e não estaria completa sem a presença da brasiliense Legião Urbana, capitaneada por Renato Russo (1960-1996), nome que move o quinteto natalense no show “Mais do Mesmo – Um novo Tributo à Legião”, em cartaz esta quinta-feira, às 21h, no Teatro Riachuelo.
Banda Uskaravelho faz tributo à Legião Urbana com um plus a mais: o cantor e compositor Kiko Zambianchi
Para a noite saudosista ficar completa, os potiguares recebem a visita de outra referência oitentista: o cantor e compositor Kiko Zambianchi, que abre a programação apresentando versões enxutas para grandes sucessos do quilate de “Primeiros Erros”, “Rolam as Pedras” e “Choque”, além de composições inéditas e outras que fizeram sucesso na voz de artistas como Marina Lima – que gravou “Eu te amo você”.

“As músicas da Legião Urbana fazem parte do nosso repertório desde o início, há mais de 11 anos, são meio que carro chefe dos pedidos que recebemos do público durante os shows”, disse o baixista Jeff Soares, 35. Esse não é o primeiro tributo dedicado ao grupo de Renato Russo, “mas o resultado do último surpreendeu, aí tivemos a ideia de fazer algo maior e mais elaborado”. Além de Jeff, Uskaravelho traz na formação o vocalista Clênio Maciel (39), o baterista Júnior Cavallo (35) e os guitarristas Eduardo Passaia (37) e Cleo Lima (27), “o caçula da banda”, informa Soares. Para este show a banda escalou o tecladista e arranjador Zé Marcos mais presença das cordas do do Quarteto Brasiliano.

Sobre o nome do show, e se “Mais do Mesmo” traria alguma novidade em relação aos tributos anteriores, o baixista avisa: “O público pode esperar músicas e arranjos diferentes. Apesar da banda não existir mais, fato que limita nosso trabalho, tivemos a preocupação de adicionar novos elementos. Tratamos as faixas escolhidas com mais carinho e acrescentamos nosso perfil em algumas delas, tudo para garantir uma noite de rock que ficará marcada na memória da gente e dos ‘Legionários’”, acredita. Para Jeff Soares o mérito do rock dos anos 1980 foi encarar uma “época mais guerreira”.

Ele adianta que por enquanto a banda não planeja lançar um segundo CD autoral, o primeiro intitulado “Novas Ideias” é de 2004, e que apesar do repertório saudosista “é comum ver adolescentes nos nossos shows”. O quinteto ainda lançou um DVD acústico em 2007, o disco “Estúdio Ao Vivo” em 2009 e um documentário em 2011 sobre os 10 anos de estrada.

Serviço: Show “Mais do Mesmo – Um novo Tributo à Legião”, com a banda Uskaravelho. Abertura de Kiko Zambianchi. Hoje, às 21h, no Teatro Riachuelo. Ingressos: R$ 60 (pista, frisas e balcão nobre), R$ 80 (plateia) e R$ 100 (camarotes) – valores do ingresso inteiro. Informações: 4003-2330.

Bate-papo

Kiko Zambianchi, cantor e compositor

“Tem muita coisa bizarra sendo supervalorizada por aí”

Kiko Zambianchi apresenta versões enxutas de grandes sucessosA nova geração ‘descobriu’ a música do paulista Kiko Zambiachi em 2000, quando a banda Capital Inicial regravou a clássica “Primeiros Erros” no Acústico MTV, interpretação que trouxe à tona os versos “Se um dia eu pudesse ver/Meu passado inteiro/E fizesse parar de chover/Nos primeiros erros/Meu corpo viraria sol/Minha mente viraria ar/Mas só chove, chove/Chove, chove”.

Na capital potiguar desde ontem, Kiko conversou com o VIVER em um hotel na Via Costeira: “Cara, varei essa madrugada tocando violão com Seu Jorge em uma festa na casa do Duda Machado (baterista da Pitty)”, avisou antes da entrevista – meio que justificando o cansaço.

O que traz na bagagem para o show?

Então, estou vindo para uma pequena apresentação e pretendo mostrar ao público a essência de algumas músicas, a forma como elas surgiram (voz e violão). A base do repertório está montada, faço uma recapitulação da carreira, canto canções que ficaram famosas na voz de outras pessoas e trago coisa nova também como “Deu na Louca”. É um ensaio para um novo projeto autoral para breve.

Você está meio que independente, como avalia o atual cenário do mercado?

Estou mais ou menos independente, a Odeon se interessou por esse novo projeto e a Sony também pretende distribuir. É mais fácil estar livre, até por que não se pensa mais em ganhar dinheiro vendendo disco. Hoje tem que ser bom de show ou emplacar algum hit no caso dos artistas que ao vivo são uma bosta. Não dá para engolir como empurram porcaria e o público consome, estão mais preocupados com os ‘eme-eles’ de silicone de alguma mulher fruta que com o disco do Chico Buarque. Tem muita coisa bizarra sendo supervalorizada por aí.

Se considera um artista pop?

Trabalho bastante como compositor, transito pelo rock, pop e MPB, e acredito que o pop tem a função de mostrar um algo mais para a grande massa.

Alguma coisa planejada com Uskaravelho? Vai fazer alguma participação no show deles?

A princípio não tem nada acertado, mas nada impede.

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