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Os desafios da nova advocacia

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Magna Letícia de A. Lopes Câmara
Advogada e Procuradora do Estado

A advocacia hoje passa por momento ímpar. O momento é de transformação, repaginação e avanço em um mundo onde as mudanças ocorrem num piscar de olhos. Aos operadores do Direito se impõe outras posturas além dos tradicionalmente concernentes à profissão.  O advogado de hoje, além de exigir-se o bom e necessário preparo, impõe-se conhecimento de gestão e marketing.  Escritórios de advocacia são verdadeiras empresas, com questões tributárias, de contratação e de administração no sentido mais amplo. Preocupante esse novo momento, quando sabemos que as faculdades e universidade do país, direcionam a esse mercado de trabalho, um enorme número de profissionais anualmente. No nosso estado, em torno de 1000 (mil) bacharéis em Direito são lançados neste mercado todos os anos. Esta nova advocacia, que se põe e se impõe, precisa de profissionais que a entendam e lhe deem sustentação, para que não sucumba entre a ideia de um profissão difícil para ser mantida ou caia no marasmo de suposta falta de atrativo.  Estes profissionais que saem com tantos sonhos, cruzam as portas de suas universidades e encontram uma realidade bem diferente da teoria até então vista, se deparam com escolhas difíceis do caminho a seguir: a estabilidade de uma função pública ou o desafio da advocacia privada. Eu ao longo de 32 (trinta e dois) anos de exercício da advocacia, optei pelas duas searas, de forma concomitante e complementar. Há 32 (trinta e dois) anos mantenho minha banca de advogados e há 22 (vinte e dois) anos sou Procuradora do Estado. Com a certeza da paixão pela advocacia, nunca prestei concurso para Magistratura, Ministério Público ou qualquer outra carreira jurídica. Na linha de raciocínio das dificuldades e desafios dessa nova advocacia, a presença firme das instituições que a amparam é de absoluta importância. Para que a advocacia não se esvazie, não se desvirtue e não se torne uma profissão de menor relevância. Calcada na importância que realmente tem (somos carreira essencial à justiça), as instituições que zelam pelo exercício pleno da advocacia, não podem se imiscuir da responsabilidade de se manterem fortes, atentas, disponíveis e voltadas para a construção contínua e manutenção de seus projetos e necessidades. Precisam ter a altivez nos debates, sem amarras e com veemência, sobre tudo o que envolve a advocacia e nós advogados; impõem-se combater os atos que a denigrem, que retardam ou tolhem o seu pleno exercício; devem alçar novos voos em nome deste novo momento, traçar novas metas, ouvir, entender o novo advogado que surge, amparar, agir, corrigir, ampliar horizontes e abrir espaços que a nova advocacia precisa. Só assim a advocacia, essa paixão que nos alimenta e nos move, continuará a ser profissão dos fortes, dos que se põem como instrumentos de Justiça e da busca incessante dos direitos mais essenciais ao indivíduo e à sociedade. E nós advogados, amparados e altivos seremos o alicerce para a concretização desta Justiça com ética e destemor.  

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