quinta-feira, 28 de março, 2024
25.1 C
Natal
quinta-feira, 28 de março, 2024

Os desafios do Jornalismo

- Publicidade -

A indústria da notícia não para. Tem sido assim desde o 24 de março de 1950, quando a primeira edição da TRIBUNA DO NORTE, composta de 12 páginas, saiu às bancas. O jornal cresceu, superou em número de vendas e assinantes de outros veículos de comunicação e hoje se consagra como o maior jornal do Rio Grande do Norte. Os desafios para a produção jornalística são diários e ininterruptos, como uma fábrica que trabalha 24 horas e sete dias por semana. E em tempos de integração entre o jornal impresso, a edição online e a propagação das informações via redes sociais, os obstáculos para a manutenção da qualidade são ainda maiores. Tudo para levar ao leitor o melhor conteúdo.

Dentre os obstáculos vencidos ao longo de seis décadas e meia de história, firmar a TRIBUNA DO NORTE como uma referência jornalística no Rio Grande do Norte foi um deles. Superado, porém, ainda no início da sua história, consequência do trabalho árduo de profissionais de vasta experiência que por aqui passaram,  se aposentaram ou escolheram outros caminhos profissionais. Hoje, o jornal orgulha-se em formar novos repórteres que atuam  em editorias diversas, mas todos com um objetivo comum: se manter fiel à qualidade jornalística impressa desde as primeiras folhas em 1950.

Da pacata Natal das décadas de 1950/1960, percorrida pelas equipes de reportagem em carros de aluguel ou mesmo a pé, aos dias atuais, muita coisa mudou. O jornalismo se tornou cada vez mais imediatista e foi preciso evoluir não somente no modo de apurar a informação, transformar em reportagem e entregar ao leitor um conteúdo didático e informativo. Foi preciso tornar o jornal mais atraente visualmente. Para isto, a TN buscou mudanças gráficas, mais um grande desafio à empresa. Nova forma de diagramação,  disposição das fotografias e nas fontes utilizadas para o destaque das manchetes, títulos e reportagens passaram o ocorrer desde a década de 1970, sob a orientação de profissionais reconhecidos no mercado nacional.

“Eu participei da primeira reforma gráfica da TRIBUNA DO NORTE, nos idos de 1970, junto com Miranda Sá. O jornal saiu da formatação A3, saiu de um papel de má qualidade para o off-set e uma diagramação arrojada para a época, inovadora”, relembra o jornalista e professor do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Emanoel Barreto.

À medida que a informatização da redação da TN se consolidou, proporcionando ao jornal um dinamismo inédito aliado a uma operosidade sem paralelo na imprensa do Estado nas décadas passadas, uma exigência se tornava imperiosa: estabelecer um processo contínuo de avaliação e mudanças. Tudo isso para garantir o equilíbrio entre a apresentação dos cadernos noticiosos e de pequenos e grandes anúncios, a fim de proporcionar-lhes não apenas requintes estéticos, mas, sobretudo uma melhor utilização dos espaços das colunas e páginas. A evolução, porém, sempre manteve um dos pilares de sustentação do jornal imexíveis: o da qualidade da informação.

“É um jornal que preza pela qualidade do conteúdo publicado. Isso é inquestionável. A TRIBUNA DO NORTE cumpre seu papel histórico no Rio Grande do Norte e, porque não, no Brasil. Fazer Jornalismo de qualidade é um desafio muito bem cumprido pelos profissionais da TN”, enfatiza o professor Emanoel Barreto. Para ele, o perfil editorial do jornal, que aborda assuntos factuais e de grande repercussão com responsabilidade e conteúdo bem apurado e, principalmente, redigido, imprimem ao jornal um perfil analítico e contextualizado que refletem diretamente na credibilidade comprovada ao longo de 65 anos e, mais recentemente, com os episódios que fizeram os acessos ao portal do jornal quebrarem recordes.

Liderança e obstinação

Além dos elevados índices de acesso na versão online, o que transformou a TRIBUNA DO NORTE no veículo de comunicação integrada que é hoje, o jornal impresso é líder absoluto em vendas e assinaturas. A diferença para o segundo colocado supera os 320%, segundo dados do Instituto Verificador de Circulação (IVC). Tais resultados não seriam possíveis se não existisse uma equipe dedicada a planejar esse trabalho.

A montagem de um jornal nunca para, como se sempre faltasse uma peça para o imenso quebra-cabeças da informação. Do planejamento da edição do dia seguinte à circulação do jornal nas bancas, horas de apuração, análise de dados, comparação de estatísticas, checagem da veracidade dos fatos.  Aos repórteres, o desafio da realização do trabalho mais importante. Nas ruas, nos motins e rebeliões em presídios, nas festas de fim de ano ou no carnaval, o objetivo é comum: a busca da informação mais precisa.

Obstinado, Aluízio Alves inspira, ainda nos dias atuais, muitos profissionais da comunicação que conhecem a história de lutas e desafios que culminaram com a criação da TRIBUNA DO NORTE. De 1949, quando se inspirou na Tribuna da Imprensa, jornal no qual trabalhou no Rio de Janeiro ao lado de Carlos Lacerda por quase uma década, à fundação do seu próprio jornal, com quem dividiu a sociedade com Dinarte Mariz, a superação das dificuldades era uma constante. Fato que Aluízio Alves relembrou ainda na década de 1960. “Mesmo com a precariedade de recursos materiais., o jornal alcançou logo grande êxito. Naquele tempo, chegou a ter uma circulação em torno de dois mil exemplares”.

A partir do sucesso do jornal, no início da década de 1960 surge a Rádio Cabugi. Junto com a Tribuna do Norte, foram os dois primeiros veículos de comunicação do que mais tarde viria a se tornar o Sistema Cabugi de Comunicação, o maior do Rio Grande do Norte. Um feito incomparável nos meios empresariais e jornalísticos do Estado, mas que para ser realizado exigiu de Aluízio Alves e vários colaboradores, inúmeros sacrifícios. A maioria deles impostos pelo regime de exceção política instaurado no Brasil após a década de 1964, nos ‘Anos de Chumbo’. Entretanto, como a esperança norteou a vida de Aluízio Alves ao longo da sua existência, os desafios foram vencidos.

“Aos que me dizem que a tarefa é difícil, respondo: mais uma razão para tentá-la. Aos que me advertem de que a marcha é longa, respondo: mais uma razão para darmos, logo, o primeiro passo. Aos que me dizem que o itinerário está juncado de ódios, respondo que o ódio, como os pardais chineses que as crianças matavam, cansando-os no voo, também ele cansará se todos nós nos unirmos para apagá-lo ou destruí-lo, com a consciência de que a casa dividida não sobrevive, porque dela deserta o amor e só o amor constrói a esperança”, escreveu Aluízio Alves.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas