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Os Dez Mandamentos – 50 anos

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Lançado nos EUA em 1956, “Os Dez Mandamentos” faturou, somente em 1957, U$ 18.500.000 na bilheteria americana. Foi o recordista do ano e o maior sucesso da história da Paramount Pictures. Também o mais caro: U$ 13,5 milhões. Rodado no Egito, Paris, Hollywood, as filmagens começaram em outubro de 1954. A fase pós-filmagem consumiu nove meses. Para os exteriores realizados no Egito, foram necessários 25 mil extras. Tudo nele, inclusive o elenco, é grandioso, até a duração: 219 minutos.

O seu realizador, Cecil B. DeMille (1881 – 1959), é o herdeiro de David W. Griffith (“O Nascimento de uma Nação”) do cinema épico. A nova versão de “Os Dez Mandamentos” é uma refilmagem ampliada e melhorada da feita em 1923 pelo próprio DeMille, isso, porém, não significa que a versão muda não seja boa, apenas que a atual é superior.

O papel-chave era Moisés. Uma escolha equivocada comprometeria a credibilidade do super-herói hebreu com reflexos na história e no próprio filme. Ao entregá-lo a Charlton Heston, com quem já havia trabalhado em “O Maior Espetáculo da Terra”, DeMille fez uma escolha tão acertada como a de Clark Gable feita por David O. Selznick em “E o Vento Levou”. Bom ator e excelente tipo físico, Charlton Heston transmite a imponência, a liderança, a coragem, a determinação e o carisma pessoal, indispensáveis à lenda e à imagem bíblica de Moisés.

O segundo papel-chave era o do faraó Ramsés, o vilão egípcio e algoz do povo hebreu. Esse também teria de possuir uma imagem física marcante, igualmente imponente, mas particularmente arrogante – uma arrogância que espelhasse a crueldade dos seus atos. No plano ficcional, Ramsés é o oposto de Moisés, e, no plano cinematográfico, enquanto Charlton Heston desperta a admiração dos heróis, Yul Brynner provoca a antipatia dos vilões. Yul Brynner funciona com perfeição estética e emocional como o reverso da medalha de Charlton Heston.

Em papéis secundários, às vezes em pequenas aparições, um super elenco de apoio, formado por artistas famosos: Edward G. Robinson, Anne Baxter, John Derek, Yvonne DeCarlo, Vincent Price, Debra Paget, John Carradine, Judith Anderson, Sir Cedric Hardwicke, Nina Foch, Henry Wilcoxon. Fotografado pelo processo VistaVision, cujo formato era mais adequado e funcional do que o CinemaScope, o filme conquistou um único Oscar, referente à categoria de efeitos especiais. Esnobado pela crítica americana e brasileira, não figurou em nenhuma relação dos dez melhores do ano.

Rotulado pejorativamente de “diretor comercial”, como se fazer filmes populares fosse um pecado mortal, Cecil B. DeMille pertence à galeria dos cineastas injustiçados (pela crítica) do cinema americano. Não era gênio, não fazia filmes geniais, mas era um mestre entre os mestres dos filmes épicos. E, dentro do cinema religioso, segundo a visão tradicional da Bíblia, a sua versão de “O Rei dos Reis” (1927) é uma obra-prima.

Ao se analisar uma obra é preciso, antes de mais nada, considerar o que ela é e o que ela pretendia ser. Sob essa ótica, “Os Dez Mandamentos” é o que pretendia ser. Um lembrete histórico: não podemos esquecer que tudo foi realizado há meio século e sem truques de computação.

Os melhores do mundo

Em 1952, a Cinemateca da Bélgica fez enquete internacional sobre os melhores filmes de todos os tempos. Não houve distinção entre o cinema mudo e o falado. A pesquisa englobava a cinematografia mundial, e, além de críticos, pesquisadores, historiadores, incluiu diretores famosos. A relação final é a soma dos títulos mais citados nas listas individuais.

Como houve empate nos quarto e nono lugares, a lista, que deveria ser de dez, ficou com doze filmes. A representação dos países: EUA (5); França (2); Inglaterra (2); Itália (1); Rússia (1); Alemanha (1).

Charles Chaplin foi o único cineasta que teve dois filmes incluídos. Dos doze finalistas, cinco são mudos e sete falados. O mais antigo é de 1916 e o mais recente de 1949 – três anos, portanto, antes da data da enquete.

Não há registro de que outra enquete com abrangência mundial tenha sido feita antes desta. Não se pode, porém, ignorar o fato de que antes do advento do vídeo, a visão ou revisão dos filmes antigos limitava-se às cinematecas. A grande maioria dos filmes citados, provavelmente foram vistos na época do lançamento pela maioria dos votantes.

Placar jornalístico

O colunista esportivo da Tribuna do Norte, Everaldo Lopes, estreou nas livrarias com uma goleada. O seu livro, “Da Bola de Pito ao Apito Final”, lançado nesta quinta-feira na Capitania das Artes, é um notável trabalho de pesquisa sobre o futebol potiguar – o pioneirismo da obra, por si só, já era suficiente para lhe garantir um lugar privilegiado na crônica esportiva documental do Rio Grande do Norte.

No prefácio, no qual o médico Ernani Rosado Soares aparece revivendo seus tempos de locutor esportivo, temos um registro factual sobre Everaldo e o livro:

“A presença entre nós de um Everaldo Lopes é preciosa e representa um filão único e inesgotável. Na era da internet tudo se afigura mais fácil, mas quem se aventurar nas trilhas do passado distante necessitará das qualidades de um Everaldo Lopes para o garimpo árduo a exigir o máximo de quem pesquisa”.

Em tudo e por tudo, o livro de Everaldo Lopes, um pesquisador sério e meticuloso, deveria figurar em todas as bibliotecas municipais, estaduais e privadas do Rio Grande do Norte. Vale registrar que a existência de “Da Bola de Pito ao Apito Final” só foi possível porque contou com o patrocínio cultural da Petrobras, através da Lei Djalma Maranhão, da Prefeitura de Natal.

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