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Os tempos idos do Mestre Cartola

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Ramon Ribeiro
Repórter

Ele é um dos maiores compositores da música brasileira, está entre os mestres do samba de raiz, cantou que a vida é um moinho e que as rosas não falam, mas para além da tristeza elegante de alguns de seus sambas, jamais perdeu a esperança: para ele, o sol sempre nascerá. Ele é Angenor de Oliveira, o Cartola (1908-1980), que nesta quinta-feira (18), às 20h30, terá sua vida contada no palco do Teatro Riachuelo por meio do tributo “Cartola – Simplesmente Divino”.

Trajetória de um ícone do samba é narrada através de sua própria obra, em interpretações de cantores e atores locais


Trajetória de um ícone do samba é narrada através
de sua própria obra, em interpretações de cantores e atores locais

A apresentação reúne um grande time de talentosos músicos e cantores potiguares para contar a história do sambista a partir de suas próprias músicas. O roteiro vai desde a infância pobre até os momentos finais de sua vida, passando pelo seu lado romântico e pela relação com o carnaval. Além das músicas, há exibição de vídeos e pequenas esquetes com dramatização de passagens da vida do compositor. A produção, direção e roteiro é de Daniel Campos. A direção musical é do maestro e saxofonista Neemias Lopes.

O tributo foi apresentado pela primeira vez 2013, mas por causa dos 110 anos de nascimento de Cartola, celebrado em 2018, o espetáculo foi remontado. “Sou fã de Cartola. A vida dele está toda em suas músicas. Então tive a ideia de escrever um espetáculo em que o enredo fosse construído só com as canções”, diz Daniel Campo. “Selecionei 30 músicas e mostrei para Neemias fazer alguns cortes. Eles disse que as 30 estão ótimas”. Todas as canções são de autoria do Cartola, com exceção de “Preciso me encontrar”, que embora tenha feito sucesso na voz dele, foi originalmente composta por Candeia.

Uma das músicas que mais tocam Daniel é “Tempos idos”, por mostrar um ponto de vista do compositor sobre o samba. “O Cartola no começo era resistente às mudanças que o samba estava passando. Ele viveu essa fase de transição. Mas depois soube reconhecer que a renovação do samba fez o gênero ultrapassar as fronteiras”, comenta o diretor.

Conduzido pelo ator José Neto Barbosa na pele de Agenor de Oliveira, além de cantores convidados, o musical Cartola - simplesmente Divino acompanha desde a infância pobre até os momentos finais da vida de Cartola, a partir de suas músicas


Conduzido pelo ator José Neto Barbosa na pele de Agenor de Oliveira,
além de cantores convidados, o musical Cartola – simplesmente Divino
acompanha desde a infância pobre até os momentos finais da vida de
Cartola, a partir de suas músicas

O elenco conta com Clara Pinheiro (voz) Eric Von Sohsten (voz), Mayra Montenegro (voz),  participações especiais de Berthone Oliveira, Dodora Cardoso, Mariana Holschuh e Reynaldo Júnior. A banda é formada pelos músicos Ronaldo Freire, Enéas Albuquerque, Flávio Davino, Cosme Damião, Raphael Almeida, Fernando Botelho, Paulo Sarkis, Raphael Bender, Leandro Claudino e Dinei Teixeira. No papel de Cartola está o ator José Neto Barbosa.

A interpretação de Cartola no palco foi pensada para costurar o enredo entre as músicas, trazendo o próprio personagem homenageado para narrar passagens de sua vida. “O Neto esteve com a gente na primeira montagem. Na época ele estava começando a carreira. Agora ele é um ator premiado. Fiquei muito feliz em poder contar novamente com ele”, diz o diretor. “O Neto foi uma escolha por afinidade. Acreditamos que ele era quem melhor tinha potencial para incorporar o Cartola no palco”.

Por enquanto esta é a única apresentação do tributo “Cartola – Simplesmente Divino”. Sua realização só foi possível graças ao patrocínio da Unimed Natal e Prefeitura do Natal, via Programa Djalma Maranhão.
Quem
Considerado por diversos músicos e críticos como o maior sambista da história da música brasileira, o carioca Agenor de Oliveira, o Cartola, nasceu há 110 anos. Cantor, compositor, poeta e violonista brasileiro, é autor de grandes sucessos do cancioneiro brasileiro, como “As Rosas não Falam” e “O Mundo É um Moinho”, além de “O Sol Nascerá” (com Elton Medeiros), “Quem Me Vê Sorrindo” (com Carlos Cachaça).
Serviço
Tributo “Cartola – Simplesmente Divino”. Dia 18 de outubro, às 20h30. Teatro Riachuelo. Ingressos: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia)
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