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Os ventos que trazem energia

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Felipe Maia
Deputado federal DEM/RN

Os bons ventos que chegam à região Nordeste têm feito com que o Brasil seja o maior gerador de energia eólica da América Latina. De acordo com o ranking divulgado pela Global Wind Energy Council(GWEC), organização internacional especializada em energia eólica, houve um crescimento na capacidade de geração deste tipo de energia no país, uma expansão de 2.014 Megawatts, o que posicionou o Brasil na 5ª colocação no ranking mundial de capacidade instalada no ano passado. Os primeiros colocados são China com 23,370 MW em potência instalada, seguido pelos Estados Unidos com 8,203 MW e em terceiro lugar vem aAlemanha com 5,443 MW. O Brasil subiu na colocação no ranking de 2016, após a instalação de 947 turbinas eólicas em 81 parques, o que representou um investimento de R$ 5,4 bilhões.  No país, o atual líder em produção deste tipo de energia é o nosso Rio Grande do Norte, que atingiu 1.087,6 MW médios em 2017, tendo um aumento significativo de produção eólica neste ano com um avanço de 39% em relação a 2016. Em seguida, aparece a Bahia com 678 MW médios (+30%), o Rio Grande do Sul, que produziu 533 MW médios (+9%), e o Ceará, com 465 MW médios (+12%).

Essa liderança é um grande orgulho para o nosso estado potiguar, já que esse tipo de energia nada mais é do que o aproveitamento da força que os ventos produzem para a ativação de geradores de energia elétrica. O Nordeste possui uma condição muito favorável de vento, fazendo com que 50% da energia gerada para a região seja a eólica, e a tendência é que isso cresça cada vez mais.  Diferentemente de outros recursos energéticos, a energia eólica é um tipo de atividade renovável considerada uma fonte limpa, não emitindo poluentes no ar, evitando, assim, o agravamento de problemas ambientais.

Com o crescimento da capacidade de produção de energia eólica desde 2009 – ano em que a fonte de energia foi considerada como viável no Brasil – foram abertos leilões do Governo Federal para suprir a demanda energética em todo o país. Em plena expansão deste tipo de energia possuindo 127 usinas eólicas em operação, o Rio Grande do Norte foi surpreendido neste mês de novembro com o anúncio divulgado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que informou a retirada do estado no leilão federal de geração de energias eólicas previsto para o mês de dezembro.  O argumento dado pela Agência foi de que haveria sobrecarga em linhas de transmissão o que não suportaria novas demandas de energia.

A participação no leilão gerou expectativa nas empresas instaladas e com interesse de participação no estado. A contratação de 800 megawatts ou mais representaria um salto de produção similar ao que ocorreu em 2010, quando foram contratados 1,5 gigawatts. Inconformados com a situação, a bancada potiguar e o governo do Rio Grande do Norte mobilizaram-se para não permitir essa exclusão. Após reuniões entre a Aneel, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) a decisão foi revogada e o estado poderá participar do segundo leilão, denominado A-6, com empreendimentos que deverão estar prontos para entregar energia num prazo de seis anos.

Além da conquista da participação do RN no leilão, a bancada federal em parceria com a Associação Nacional de Apoio a Reforma Agrária e Agricultura Familiar (Angra) e o Movimento Para Libertação dos Sem Terra (MLST) garantiram junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) a liberação de abertura do edital para a implantação de parques eólicos em áreas de assentamentos da reforma agrária localizados na região do Mato Grande no Rio Grande do Norte. Com a construção de novos parques, a expectativa é que sejam produzidos 5,6GW de potência eólica, ampliando ainda mais a produção deste tipo de energia. Vale lembrar que, a energia gerada pelos parques eólicos em atividade no Brasil é capaz de abastecer quase 12 milhões de residências, e 1/3 dessa energia é produzida em terras potiguares. Se esse perfil de crescimento se mantiver para os próximos dois anos, o Brasil poderá subir mais uma posição no ranking global de países produtores de energia eólica até 2020, no mais tardar em 2021. A bancada federal potiguar no Congresso Nacional, sob minha coordenação, defende incansavelmente a geração de energias limpas e o desenvolvimento social e econômico do Rio Grande do Norte.

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