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Osama foi capturado vivo e morto a tiros logo depois

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Washington (AE) – O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse ontem que a Casa Branca não divulgará as fotos do cadáver de Osama bin Laden, tiradas após sua morte. A declaração foi feita em entrevista ao programa “60 Minutes”, da emissora de televisão CBS. Já a filha de 12 anos do líder da Al-Qaeda, que está sob custódia paquistanesa, declarou que seu pai foi capturado vivo e então morto a tiros por forças especiais dos Estados Unidos, na casa em que vivia em Abbottabad. No Paquistão manifestantes saíram às ruas, ontem, para protestar contra a operação dos Estados Unidos.

Paquistaneses protestam na cidade de Multan e cartazes lembram que Osama é herói muçulmanoA Casa Branca vinha analisando a possibilidade de divulgar ao menos uma foto, em parte para oferecer provas ao mundo de que Bin Laden morreu durante uma incursão à sua residência no território paquistanês, na madrugada da segunda-feira. Autoridades notaram, porém, que a foto era impactante e poderia causar uma forte reação norte-americana. Segundo o presidente Barack Obama, elas poderiam incitar a violência e representar um risco à segurança nacional.

Durante a entrevista, que vai ao ar no domingo, Obama disse que não quer que as fotos se tornem uma “ferramenta de propaganda” para a Al-Qaeda. A Casa Branca não precisa “apresentar isso como um troféu”, disse Obama, segundo trechos da entrevista divulgados pelo porta-voz da presidência, Jay Carney.

“Não há dúvidas de que nós matamos Osama bin Laden”, disse Obama, acrescentando que “não veremos Bin Laden andando novamente sobre a Terra”. O presidente disse ainda que para quem não acredita que Bin Laden esteja morto “uma fotografia por si só não vai fazer qualquer diferença”.

No Paquistão, uma filha de 12 anos de Osama bin Laden, que está sob custódia junto com a mulher iemenita do líder da Al-Qaeda, viu seu pai ser morto a tiros, afirmou um integrante da inteligência paquistanesa. O agente, que pertence à agência Inter-Services Intelligence (ISI) disse que 12 mulheres e crianças que sobreviveram ao ataque norte-americano ao esconderijo de Bin Laden estão detidas. A menina “foi quem confirmou para nós que Osama estava morto e que foi levado”, disse o funcionário, em condição de anonimato.

Quatro corpos foram retirados do local do ataque, dentre eles o de um dos filhos de Bin Laden, disse o agente à agência France Presse.  Segundo funcionários de inteligência, o grupo está sendo interrogado. “Há uma série de perguntas que queremos fazer a elas”, disse um outro agente. O governo paquistanês informou nesta terça-feira que os familiares de Bin Laden estavam “sob cuidados” e seriam enviados para seus países de origem.

Um funcionário da ISI disse que o Paquistão compartilhava informações de inteligência com agentes norte-americanos já em 2009 e que elas levaram ao complexo onde Bin Laden foi morto nas primeiras horas de segunda-feira.

Tribo apache exige pedido de desculpas

Albuquerque (AE) – O líder da tribo apache do Forte Sill, Jeff Houser, quer desculpas formais do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pelo uso do codinome “Jerônimo” como referência a Osama bin Laden, usado por fuzileiros navais na operação que resultou na morte do líder terrorista na madrugada da segunda-feira passada. O chefe da tribo enviou uma carta ontem ao presidente.

A carta foi colocada no site da tribo e foi confirmada a autoria de Houser. Ele escreveu que sua tribo estava contente ao saber da morte de Bin Laden, mas reagiu quando soube que o código usado para o terrorista foi o nome de um dos guerreiros lendários da tribo de Oklahoma. Houser disse que comparar Jerônimo ou qualquer outro personagem nativo dos EUA com um “terrorista covarde e assassino em massa” é uma ofensa.

Os líderes de outra nação indígena, a Onondaga, também classificaram como “condenável” o uso do nome “Jerônimo”, informou o repórter Charles McChesney, do jornal Post Standard. “Imagine o alarido se o nome de outro grupo étnico tivesse sido usado”, declarou o Conselho de Chefes Onondaga ontem. “Jerônimo defendeu brava e heroicamente sua terra e seu povo (.. ) É o nome nativo americano mais conhecido no mundo e essa comparação serve apenas para perpetuar estereótipos negativos.”

Homenagem – Vereador pede minuto de silêncio

São Paulo (AE) – O vereador  Valmir Jacinto da Silva (PR) pediu, na segunda-feira, um minuto de silêncio na Câmara dos Vereadores de Anápolis, em Goiás, pela morte de Osama Bin Laden. O terrorista, líder da Al-Qaeda foi morto na madrugada de segunda-feira, no Paquistão, por forças norte-americanas. Em nota divulgada ontem, a assessoria de comunicação da Câmara Municipal de Anápolis afirma que o pedido é relativo à homenagem pela memória de um empresário e de um radialista da cidade. O texto diz ainda que “a manifestação do referido vereador naquele momento específico, concernente a uma possível homenagem pela memória de qualquer outra pessoa, que não as duas citadas acima, é isolada, pessoal e individual, não correspondendo ao entendimento do Poder Legislativo, da Mesa Diretora ou desta Presidência.” A Câmara ressaltou que o vereador tem o direito de livre expressão de pensamentos e manifestação de ideias.

Procurador-geral reafirma legalidade do assassinato

O procurador-geral General Eric Holder  destacou a legalidade do assassinato em visita ao Capitólio. “Vamos esclarecer as coisas. A operação na qual Osama bin Laden foi morto foi legal”, disse Holder aos senadores nesta quarta-feira. A invasão “foi justificada como uma ação de autodefesa nacional” conta “um “alvo militar legal”, disse ele.  Carney disse que os Seals, a força especial da Marinha que realizou a operação, tinham autoridade para matar a menos que ele se rendesse, caso no qual o grupo deveria aceitar a rendição “De acordo com as leis da guerra, a rendição de Bin Laden teria sido aceita se fosse verossímil”, disse Carney. Os oficiais disseram que Bin Laden resistiu, embora não tenham fornecido detalhes.

Os Seals envolvidos no ataque estão em Washington para interrogatório. Funcionários norte-americanos iniciaram uma operação de pente fino nos arquivos de computador, drives, DVDs e documentos que os comandos recolheram no esconderijo do líder da Al-Qaeda.

Bin Laden tinha cerca de 500  euros costurados em suas roupas e números de telefone quando foi morto, disseram oficiais norte-americanos, uma possível indicação de que estava pronto para fugir do local se fosse avisado a tempo.

Casa Branca enfrenta dilema sobre fotografia

A questão sobre a divulgação ou não da fotografia é uma das mais decisões mais sensíveis enfrentadas pela Casa Branca depois que o presidente Barack Obama ordenou que forças norte-americanas atacassem o local onde o líder da Al-Qaeda vivia. A Casa Branca disse que está tentando equilibrar a necessidade das pessoas de se certificar sobre a morte de Bin Laden e as imagens que podem inflamar o mundo árabe. Forças especiais norte-americanas atacaram o local onde estava o líder da Al-Qaeda, a 50 quilômetros da capital do Paquistão, Islamabad, e mataram Bin Laden a tiros.

O porta-voz Jay Carney disse que Obama discutiu a divulgação das fotos com seu grupo de segurança nacional. A “maioria” do grupo, segundo Carney, considerou que as imagens não deveriam ser divulgadas. Segundo o porta-voz, nenhuma imagem que evidencie a morte de Bin Laden será divulgada. Mas algumas pessoas do governo sugeriram a divulgação das imagens. “Obviamente, o governo tem conversado sobre a melhor forma de fazer isso, mas eu não acho que houve qualquer dúvida de que, em última análise, uma fotografia seria apresentada ao público”, disse o diretor da Agência Central de Inteligência (CIA), Leon Panetta à NBC, em entrevista terça-feira.

Ibrahim Hooper, porta-voz do Conselho para as Relações Americanas-Islâmicas, disse que não vê nenhuma vantagem em mostrar uma fotografia de Bin Laden morto “A única razão para divulgá-las é invalidar as teorias da conspiração.” Ele também acredita que quem “acha que ele não está morto continuaria a pensar que ele não está morto” e diria que as fotografias são falsas.

Alguns familiares das vítimas do 11 de Setembro acreditam que é importante apresentar documentos sobre a morte de Bin Laden, bem como alguns céticos no mundo árabe, que duvidam da morte do líder da Al-Qaeda por causa da falta de provas convincentes. Mas muitas pessoas, dentre elas alguns legisladores, acreditam que as imagens podem ser vistas como um “troféu” que inflamaria os críticos dos Estados Unidos e tornariam mais difícil para os membros do Exército norte-americano realizarem seu trabalho no exterior.

A decisão de Obama sobre as fotos foi tomada um dia antes da visita ao Marco Zero, em Nova York para colocar uma coroa de flores e visitar familiares das vítimas. Também foi tomada após uma revisão da descrição das circunstâncias da morte de Bin Laden.

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