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Otimismo

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Diógenes da Cunha Lima 
Escritor e presidente da ANL
O otimismo edifica. É a mais perfeita forma de se encarar a vida. Pode-se dizer que exercitar o otimismo é cultivar a arte de ser feliz. Aproveitar as oportunidades que engrandecem e que, às vezes, acontecem.

Os deuses da mitologia grega tinham também a função de fazer compreender os mistérios da vida, por isso, sugeriam orientação para bem-viver. O deus Kairós regia a oportunidade, era filho de Zeus, o todo poderoso, e de Tykhé, deusa da fortuna e da prosperidade. O deus era representado por um ser com asas nas costas e nas pernas, inteiramente careca e com um único fio de cabelo na testa. Passava próximo dos mortais, raramente voltava. Quem segurasse o fio de cabelo estava valido, teria sorte. Quem não agarrasse o fio, perdia a chance grande.

O dono da fazenda Bom Destino, Chicó Pinheiro, homem inteligente, abençoava os filhos com a expressão: “Deus lhe dê boa fortuna”. Ao ouvi-lo, eu fazia uma calada censura porque imaginava que ele pedia ao Senhor que desse riquezas ao filho. Na verdade, ele usava o sentido latino da palavra. Prenunciava boa sorte. 

A pessoa otimista, normalmente, tem boa sorte, tem padrão comportamental sempre apto para recebê-la. Muitas vezes, o otimismo é instintivo, natural, faz parte da personalidade humana viver esse estado de satisfação. O pessimista costuma pensar demais. Enquanto o pessimista duvida, o otimista confia no êxito do que está fazendo. Os supersticiosos acreditam que o azar é parceiro do pessimismo. Quem vê tudo negativamente atrai o azar para si.

As pessoas religiosas tendem ao otimismo, têm confiança na palavra revelada, creem que receberão o prêmio de feliz eternidade. O ateu nega o porvir, a continuidade, vive a proximidade do fim definitivo.

O otimismo é subjetivo e transmissível, gera interação. O otimismo nos faz.

Grandes universidades, como a de Yale Harvard e Kentucky, têm estudo sobre os efeitos benéficos do pensamento positivo. De fato, produz saúde mental que atua fortemente sobre o corpo, favorecendo, inclusive, a longevidade. Esse estilo de viver, normalmente, tem causa genética, mas pode ser fruto de aprendizagem.

Por outro lado, o otimismo exagerado pode levar a perdas substanciais. Essas pessoas tendem a criar fantasias de êxito, a confiar no acaso, relaxam com os deveres e até mesmo com os cuidados à sua proteção pessoal. Um exemplo: numa cidade como Natal em que a incidência dos raios ultravioletas, numa escala de 0 a 16, situa-se em 10 ou mais, o natalense, comumente, não usa proteção solar.

Há pessoas que são otimistas profissionais. Minha sobrinha Luciana, quando um amigo, com ar de solidariedade, comentou que Gustavo, seu marido, iria começar o ano cirurgiado, contestou: “É muito bom mesmo. Começar o ano com o problema resolvido”.

É sempre agradável a convivência com pessoas otimistas, que são bem-humoradas. Elas apontam para um futuro mais alegre, talvez seguindo a orientação de um consultor de inovação da Xerox, segundo o qual a melhor maneira de prever o futuro é inventá-lo.

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