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Pacientes voltam a lotar corredores do hospital Walfredo Gurgel

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Problema recorrente no maior hospital do Rio Grande do Norte, o Walfredo Gurgel, em Natal, as macas nos corredores da unidade e as cenas de pacientes com dores e machucados aguardando cirurgias voltaram a se repetir. O problema se agravou com a suspensão de cirurgias ortopédicas para pacientes do interior do RN. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde Pública do RN (Sesap-RN), o problema está sendo equacionado e a pasta pretende pagar, nos próximos dias, uma dívida com dois hospitais privados que fazem cirurgia ortopédica no Estado.

Maioria dos pacientes é de cidades do interior do Estado. Sesap afirma que problema está sendo resolvido junto aos hospitais


Maioria dos pacientes é de cidades do interior do Estado. Sesap afirma
que problema está sendo resolvido junto aos hospitais

A superlotação nos corredores do Walfredo Gurgel se intensificou nos últimos dias. O balanço do final de semana era de 127 macas nos corredores, com o número caindo para 119 nesta segunda (03) e diminuindo para 94, segundo último balanço. 

“Alguns pacientes tiveram alta, já em condição de ir para casa, outros foram agendados as suas cirurgias e eles foram aguardar em casa. São pacientes que não têm nenhum risco, com baixa complexidade, mão, clavícula. Alguns foram para o Paulo Gurgel e para o Memorial para serem operados”, explica a diretora do Walfredo Gurgel, Fátima Pereira.

A gestora aponta ainda que há muitos pacientes vindo do interior do Rio Grande do Norte, nas chamadas “ambulâncias brancas”, isto é, veículos advindos das cidades interioranas do Estado. Com capacidade para 270 leitos, o Walfredo é um hospital que  atende trauma, neurocirurgia e cirurgias gerais.

O perfil da maioria dos pacientes que chegam ao Walfredo são de ortopedia, como acidentes automobilísticos. Nesses casos, os pacientes são encaminhados para os hospitais da rede. O Estado oferta cirurgias ortopédicas em sete lugares: Walfredo Gurgel, Ruy Pereira e Hospital Municipal de Natal; Deoclécio Marques, em Parnamirim; Tarcísio Maia, em Mossoró; Cleodon Carlos de Andrade, em Pau dos Ferros e Telecila Freitas, em Caicó. Há ainda dois serviços contratados na rede privada: Hospital Memorial e Clínica Paulo Gurgel. Nesses dois casos, o gestor dos contratos é a Secretaria Municipal de Saúde de Natal.

Aliado a isso, os hospitais Paulo Gurgel e Memorial, com quem o Estado e o município de Natal mantém contrato, só estavam fazendo cirurgias para pacientes residentes de Natal, em virtude de uma dívida do Estado. A interrupção havia sido desde o final da semana passada.

Nesse caso, a Sesap custeia 60% das cirurgias excedentes do SUS e a SMS Natal custeia os outros 40%. A dívida da pasta estadual é referente ao mês de setembro e segundo o secretário adjunto da Sesap, Petrônio Spinelli, essa cota, de cerca de R$ 5 milhões, será paga nos próximos dias.

“Estamos ajustando o financiamento de dívidas que o Estado tinha com os hospitais privados. Fizemos um pagamento e vai ajudar muito. A segunda medida é ver a necessidade dos pacientes, ver a viabilidade deles não precisarem estar no hospital, e a relocalização desses pacientes, que estão indo para os procedimentos cirúrgicos em outros hospitais”, disse.

“A gente espera que nos próximos dias tenhamos um corredor aceitável. A grande preocupação nossa é, qualitativamente, que os pacientes tenham qualidade na sua assistência. A gente se preocupa também com que o hospital não fique travado, isto é, alguns setores não funcionarem por excesso de pacientes”, elenca.

O secretário destacou que esse recurso é do Tesouro Estadual referente ao Orçamento Geral do Estado para 2020, quando a Saúde conseguiu destravar R$ 15 milhões para o exercício financeiro de 2020. Destes, além dos R$ 5 milhões, outros R$ 3,5 milhões serão utilizados para pagamento de fornecedores no Walfredo Gurgel.

O secretário Petrônio Spinelli disse ainda que a Sesap está abrindo leitos em vários hospitais do RN, sendo 100 deles no Hospital da Polícia Militar, 40 no Hospital João Machado e 110 novos leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) espalhados em cidades do RN.

O problema nos corredores do Walfredo não é uma situação nova tampouco atípica na saúde pública do Rio Grande do Norte. Em novembro do ano passado, um dos braços da rede de ortopedia no Estado, o Deoclécio Marques, encerrou o contrato com a Cooperativa Médica do RN (Coopmed-RN), referente a ortopedia.

O serviço foi efetivamente suspenso no dia 06 de novembro, com a secretaria retomando o atendimento dias depois com uma equipe de ortopedistas estatutários da pasta. A Sesap informou, à época, que havia um processo licitatório em curso para a contratação de uma empresa para realizar os plantões de ortopedia, juntamente com uma chamada pública de contratação para uma empresa responsável pelos procedimentos cirúrgicos. Essa determinação ainda está em estudo pela Sesap.

A pasta aguarda ainda a nomeação de 134 médicos aprovados no último concurso público, sendo que 42 deles são ortopedistas.

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