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Paixão por carros antigos

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MODELO - Ferrari 412S, de 1958. Um carro de corrida sensacionalAs razões são muitas, seja pelo desenho, pela mecânica ou pela tradição. Da qualidade ao vínculo emocional, cada um tem seu pretexto para levar adiante o “hobby” de colecionar veículos antigos. O Antigomobilismo é mais do que reviver bons momentos: é preservar e reconstruir a história por meio de máquinas que fizeram sucesso há mais de 30 anos.

Entre a chegada do precursor do automóvel, o Fardier de Cugno, produzido em 1771, movido a vapor e capaz de atingir 4 km/h e o Triciclo de Carl Benz, considerado o primeiro automóvel da história, se passaram 115 anos. A partir daí, o homem não parou mais de criar em cima das rodas à procura da forma perfeita, da velocidade e da eficiência da tecnologia.

Gosta de automóvel é algo que começa na infância e se prolonga pela vida inteira. Fazer ressurgir das cinzas um carro quase completamente destruído pelo tempo é uma satisfação que só os aficionados entendem. Garimpar no ferro velho e lapidar detalhe por detalhe, até transformar peças retorcidas ou carcomidas pela ferrugem em uma jóia ainda mais reluzente do que em seus tempos áureos é um prazer para os colecionadores.

Criada na Itália, a Romi-Isetta foi o primeiro carro produzido no Brasil, nos idos de 1956. Na inauguração de Brasília, em 1960, Juscelino Kubitschek de Oliveira, então presidente da República, apareceu em público a bordo de uma.

No começo, os automóveis de colecionadores eram, na maioria, da categoria luxo e importados. Isso aconteceu antes da instalação da indústria automobilística nacional. Os veículos antigos eram encontrados somente nas grandes Capitais do País, onde podiam ser vistos em exposições ou desfiles muito raros. A partir dos anos 60, depois que os primeiros modelos passaram a ser produzidos no Brasil, o número de automóveis aumentou, com a criação dos clubes de colecionadores. Em Natal, mesmo, esta editoria fundou, há dez anos, o Veteran Car Club do Brasil Potiguar. O padrinho do clube é o Dr. Og Pozzoli, o mais festejado colecionador de veículos antigos do Brasil, que tem em seu acervo 180 veículos antigos, todos restaurados. Um  deles, um Fiat Jardineira, está avaliado em R$ 1 milhão.

Hoje, os colecionadores de car-ros antigos do Brasil estão em torno de 6.000, segundo um levantamento feito pela Fundação Memória do Transporte, sediada em Brasília (DF).

No início da década de 70, a indústria moveleira Lafer lançou uma réplica do automóvel clássico inglês MG TD, ano 50, o “MP LAFER”. Seu motor traseiro, do Fusca, causou arrepios aos entendidos, que então o criticaram severamente. Mas, o despertar de um maior público à graça dos “carros antigos” ocorreu: O “MP Lafer” vendeu bem, pois o público gostou da excentricidade.

No Brasil, até fins da década de 70, colecionar carros antigos se limitava a poucas pessoas, que mantinham em seus galpões e mesmo ao relento, muitos automóveis (dezenas e até mesmo centenas). Normalmente, eram empresários que, além de amarem a cultura automotiva, costumavam viajar ao exterior. Em suas viagens à Europa e Estaos Unidos, observaram que, por lá, além do sempre existente interesse por carros antigos, este vinha crescendo com muita força ao longo das décadas de 60 e 70.

Enquanto as “montadoras”   se desdobram em conceber e produzir carros cada vez mais sofisticados e modernos, sejam eles modelos “básicos” ou “luxuosos”, há um grupo que não liga nem um pouco para a tecnologia. Para o “grupo”, o que importa é a beleza do veículo, o grau de raridade e o lugar que ocupa na história da indústria automotiva. Mais do que um simples “hobby”, colecionar carros antigos é uma paixão que, inclusive, leva os adeptos a formar associações cujas metas são cultuar, trocar informações e manter viva a memória do objeto de desejo.

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