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Palestinos votam em clima festivo cadeiras no Parlamento

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PRESIDENTE -  Mahmoud Abbas exibe cédula eleitoral ao votar numa secção de Ramallah

Ramallah (AE) – Os palestinos foram em massa ontem às urnas, em um ambiente festivo e de tranqüilidade, na primeira eleição parlamentar em uma década na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. A votação mudará significativamente o panorama político na região pelo fato de o movimento fundamentalista islâmico Hamas ter conseguido forte votação, segundo diferentes pesquisas de boca-de-urna.

Mas o partido no poder, a Fatah, parece ter obtido número suficiente de votos para formar um governo de coalizão com grupos minoritários laicos, com os quais tem afinidades políticas, sem precisar recorrer, portanto, ao Hamas, seu principal rival.

A melhor estimativa para o Hamas é a pesquisa da Universidade Bir Zeit, que aponta 44% dos votos para o grupo e 47% para a Fatah. Isto traduziria em 63 das 132 cadeiras do parlamento para a Fatah. O Hamas ficaria com 58; e partidos menores, com 11.

Levantamento da Universidade An Najah indica 46% para a Fatah e 40% para o Hamas enquanto outra boca-de-urna, a do Centro Palestino para Pesquisas Políticas, a Fatah teria 42% e o Hamas, 35%. As autoridades informaram que 77,69% do 1,3 milhão de eleitores foi às urnas, superando a participação na eleição de 1996 e nas presidenciais de 2005. À primeira vista, parecia só mais um dia de feriado em Ramallah.

Comércio fechado, estudantes sem aulas, prédios públicos vazios. Mas, era só circular pelas ruas da cidade para perceber que não se tratava de um dia normal. Nos portões das principais escolas e centros comunitário, o burburinho era intenso. Policiais, ativistas políticos, jornalistas, observadores estrangeiros e curiosos em geral se acotovelavam para chamar a atenção dos eleitores que, aos poucos, foram chegando para votar.

A boca-de-urna é proibida, mas isso não evitou que santinhos de todos os tamanhos, cores e tipos fossem distribuídos em frente aos centros de votação, cerca de mil na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Os mais de 13 mil policiais deslocados para fazer a seguranças das sessões eleitorais preferiram fazer vista grossa para não provocar tumulto.

Apesar do temor de violência, a votação correu sem grandes incidentes. Até os ativistas do Hamas preferiram levar cartazes em vez de armas aos postos de votação. Entusiasmada, a psicóloga Gadir Salah, de 29 anos, não conseguia esconder a alegria ao ver a organização do Hamas diante da seção eleitoral onde vota, no centro de Ramallah.

O grupo radical montou uma espécie de quiosque a poucos metros da seção, enfeitado por cartazes e faixas verdes. Gadir tinha certeza: os palestinos vão rejeitar os governistas do Fatah, em busca de mudança. “A equação é simples: se os americanos e os israelenses não gostam do Hamas, sinal de que ele é o melhor para os povo palestino”, analisa a psicóloga, envolta num cachecol verde, marca da campanha eleitoral do grupo radical.

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