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Palmyra Wanderley na imprensa brasileira

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Thiago Gonzaga
Escritor

Considerada uma das mais altas expressões da literatura potiguar, Palmyra Wanderley (1894-1978) nasceu e viveu em Natal, cidade cujas belezas exaltou em seu famoso livro “Roseira Brava”, publicado em 1930. A vida e obra da poeta e professora têm sido objeto de estudo, no âmbito do Estado, mas pouco se sabia sobre a sua projeção além dos muros provinciais.

Em determinado período de sua carreira literária e como ativista cultural e feminista, a participação de Palmyra foi intensa, com publicações em diversos jornais e revistas ao longo das décadas, não apenas no Rio Grande do Norte, mas também no Rio de Janeiro, então capital federal, e em vários outros recantos do país.

A primeira notícia em jornal de outro Estado que temos sobre Palmyra, encontra-se no “A Época” do Rio de Janeiro, datada de 22 de janeiro de 1913, anunciando a inauguração de uma Liga Feminina no Rio Grande do Norte. O evento aconteceu no Teatro Carlos Gomes de Natal, e oradora da noite seria Palmyra Wanderley. Interessante notar, que a poeta ainda era bem jovem, mas já se destacava como uma mulher de iniciativa, praticamente adolescente já participando das atividades culturais e políticas da cidade.

No ano seguinte, o periódico “Heliópolis : Revista de Artes e Letras” (PE) – 1913 a 1917, publica uma nota, parabenizando Palmyra  pela revista “Via Láctea”, que ela editara, em parceria com Carolina Wanderley.

Em 1916, “A Gazeta” (SP) –  que circulou entre os anos de 1914 a 1933, publica numa sexta feira, 17 de novembro de 1916, uma nota sobre um evento realizado no teatro Carlos Gomes, de Natal, “A Hora Literária”, promovido pelo Centro Cívico Literário Frei Miguelinho, à frente do qual estavam Pamyra Wanderley e Moysés Soares, Oscar Brandão, Ivo Filho e Henrique Castriciano.

Em 1918, no jornal “Commercio do Acre: Orgam Independente” (AC) que circulou entre os anos de 1915 a 1918, consta matéria relacionada a uma crítica sobre a “Revista Feminina”, publicada na cidade de São Paulo. Essa revista, saía com várias resenhas de livros, dentre eles “Esmeraldas”, que nossa Palmyra acabara de publicar.

A Revista Feminina – 1917 a 1920, publicou nota, elogiando Palmyra , uma das colaboradoras,  anunciando o lançamento do livro “Esmeraldas”, patrocinado pelo Governo do Rio Grande do Norte, em  12 de outubro de 1917..

 O “Jornal Pequeno” (PE) que circulou entre 1898 e 1955, publicou nada menos que 17 artigos e notas sobre Palmyra Wanderley

Entre 1920 e 1929 a poeta escreve intensamente em jornais e revistas de todo o Brasil, por exemplo, no “O Estado do Paraná: Jornal da Manhã” (PR), em 1926, ela publicou um poema denominado “A Seca”

No início do ano de 1929, publicou no “Diário Carioca” (RJ) o poema Parnaso-Film” que seria incluído em Roseira Brava

Outro jornal “O Paiz”, do Rio de Janeiro, divulgou um interessante texto de sua autoria sobre o feminismo, 1928.

Na “Fon-Fon”, uma revista semanal muito famosa, à época, que circulou entre abril de 1907 e agosto de 1958, Palmyra Wanderley foi destaque mais de trinta vezes, entre os anos de 1930 e 1939.

O “Estado do Paraná: Jornal da Manhã” (PR) – 1925 a 1926, publicou outro poema de Palmyra, em 1926, Felicidade, publicado também em Roseira Brava no seu lançamento, e no “O Malho”, famoso jornal da época, Palmyra foi notícia 27 vezes. Ela publicou nele, por exemplo, o poema “Esse teu bem”, de “Roseira Brava”, em 1935. Uma edição do periódico destacou na capa a atuação literária de Palmyra.

Ao longo dos anos de 1940, Palmyra Wanderley, já então ocupante da cadeira número 20 da Academia Norte-rio-grandense de Letras, vai diminuindo sua participação nos jornais, e aparece cada vez menos nas páginas dos periódicos literários. Todavia, vale destacar o pioneirismo da ANRL, e da própria autora, sendo uma das fundadoras da instituição, ao lado de Henrique Castriciano, Câmara Cascudo, Carolina Wanderley e outros grandes nomes da época.

Na década seguinte, a escritora praticamente some da imprensa; todavia publica o que seria sua última participação na revista “Fon-Fon” com o poema “Tormenta”, do livro “Roseira Brava”.

Nos anos 60, as notas e artigos sobre Palmyra se resumem aos jornais locais. Na década da sua morte, curiosamente não encontramos nenhum jornal que desse nota ou matéria sobre o falecimento da poeta ocorrido em 19  de novembro de 1978.  Apenas um pequeno registro no “Diário de Natal”, de 1978, a respeito do necrológio feito pelo poeta Diogenes da Cunha Lima à beira do túmulo, afirmando que “Palmyra deveria estar transformada em flor junto de Nossa Senhora”.

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