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Palocci deixa a Casa Civil e é substituído por senadora do PT

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Brasília (AE) – Vinte e três dias depois de provocar a maior crise política no governo de Dilma Rousseff, por causa das suspeitas de envolvimento em tráfico de influência e enriquecimento ilícito, Antonio Palocci pediu demissão da Casa Civil. Ele será substituída pela senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que tomará posse hoje, às 17 horas, no Palácio do Planalto.

Antonio Palocci participa, ao lado da presidenta Dilma Rousseff,  da cerimônia Rio + 20  antes do anúncio da demissãoMesmo obtendo um “nada consta” na segunda-feira do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, sobre todas as acusações que lhe foram feitas pelos partidos de oposição, Palocci não resistiu ao processo de desintegração de seu capital político diante do cerco de aliados.

No final da tarde de ontem Palocci, o mais poderoso ministro do governo de Dilma Rousseff, entregou a carta de demissão. Disse que considerou “robusta” a manifestação do procurador-geral da República o que, segundo ele, confirmou a “retidão de suas atividades profissionais no período recente, bem como a inexistência de qualquer fundamento, ainda que mínimo, nas alegações apresentadas sobre sua conduta.”

No final da curta nota, Palocci disse que preferiu solicitar o afastamento por considerar que “a continuidade do embate político poderia prejudicar suas atribuições no governo.” Ele não tem mandato de deputado federal. Ficará longe da cena política por algum tempo.

Foi uma nota protocolar, destas que costumam ser escritas quando um importante ministro sai. Mas Palocci ficou desprestigiado nos últimos dias. Logo depois do parecer do procurador-geral, que o inocentou, ele esperava uma afirmação de apoio por parte da presidenta. Mas esta não veio. Palocci disse a parlamentares com os quais esteve durante o dia de ontem que não conseguiu desvendar a “esfinge” que é Dilma. Em nenhum momento ela deixou claro se queria que ele continuasse no cargo ou se saísse. Entendeu que era para sair.

Na segunda-feira à noite, logo depois do parecer do procurador, os líderes do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), e do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), reuniram-se com Palocci. Este disse a eles que estava disposto a ir ao Congresso dar explicações sobre o aumento de seu patrimônio em vinte vezes, em quatro anos, fortuna que teria vindo do trabalho de consultoria feito de 2007 a 2010 para cerca de 25 empresas, e que lhe teria rendido R$ 20 milhões.

Vaccarezza e Henrique Alves levaram a proposta de Palocci à Câmara e começaram a negociá-las em seus partidos e a sondar como a oposição reagiria. Quando a notícia da saída de Palocci chegou à Câmara, eles estavam negociando a ida do agora ex-ministro ao Congresso, para prestar esclarecimentos.

A presidenta Dilma Rousseff também divulgou nota para anunciar a saída de Palocci. Disse que recebeu dele uma carta com o pedido de demissão, que a aceitou e que lamentou “a perda de tão importante colaborador”.

Ainda de acordo com a nota, a presidenta destacou a “valiosa participação de Antonio Palocci em seu governo” e agradeceu “os inestimáveis serviços que prestou ao governo e ao País.” Foi uma nota sem emoção e distante.

Carreira marcada por êxito e suspeitas

São Paulo (AE) – Antonio Palocci Filho, 50 anos, médico por profissão, político de carreira, filiado ao PT desde a fundação, trotskista da Convergência Socialista nos idos de 1980, por duas vezes ocupou cargo de ministro que lhe conferiu poder na República, primeiro foi ministro da Fazenda no governo Lula, depois da Casa Civil no governo Dilma. Nas duas ocasiões, um mesmo desfecho: perdeu a cadeira e o prestígio, alvo de escândalos e investigações da polícia, do Ministério Público e do Congresso.

A ele imputaram toda sorte de acusações, inclusive no período em que exerceu mandatos de prefeito de Ribeirão Preto (SP), sua cidade natal: corrupção, mensalinho da máfia do lixo, licitações dirigidas para compra de molho de tomate com ervilha. Custou-lhe a pasta da Fazenda, em março de 2006, a quebra do sigilo bancário de um certo Francenildo Santos Costa – o caseiro que revelou as idas de Palocci a uma mansão, em Brasília, para reuniões com lobistas, segundo a CPI dos Bingos.

O mais novo capítulo, que hoje culminou com sua queda da Casa Civil, revela um Palocci perspicaz para negócios: multiplicou em 20 seu patrimônio nos últimos quatro anos, etapa em que dava expediente na Câmara, como deputado, e no comando da Projeto, a bem sucedida empresa de consultorias.

Palocci está às voltas com a locação do apartamento de Moema, na zona Sul da Capital, 600 metros quadrados pelos quais paga R$ 15 020 de aluguel, fora IPTU e taxa de condomínio. O dono do imóvel é velho cliente da polícia, Gesmo Siqueira dos Santos, que responde a 140 inquéritos por crimes contra a ordem econômica e contra o sistema financeiro. No plano criminal, o ex-ministro está com o caminho livre, inocentado que foi pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

No episódio da violação dos dados do caseiro, a Procuradoria Geral da República o denunciou formalmente em fevereiro de 2008, mas a corte máxima da Justiça rejeitou a abertura de ação penal

O STF também arquivou, aqui acolhendo requerimento da Procuradoria, inquérito que apontava Palocci como suposto beneficiário de parcelas mensais de R$ 50 mil, doações de empreiteira contratada pelo petista na gestão municipal de Ribeirão Preto para a coleta de lixo e varrição de ruas e parques. As medições feitas pela perícia policial mostraram o descompasso entre áreas de grande extensão percorridas por reduzido efetivo de garis.

A denúncia sobre tais repasses, logo rotulados mensalinho, foi feita em junho de 2007 à promotoria por Rogério Buratti, antigo colaborador e ex-secretário de Palocci em sua primeira passagem pela prefeitura (1993-1996). Buratti disse que a verba caía em caixa 2 do PT. Em troca da liberdade e do perdão judicial, Buratti fez delação premiada. Depois, retirou o que disse em declaração firmada em cartório perante tabelião.

Palocci afirma que vai à Justiça 

Brasília (AE) – O destino de Antonio Palocci foi selado ontem pela manhã, em uma conversa de 50 minutos com a presidenta Dilma Rousseff, no gabinete da presidenta, no terceiro andar do Planalto. Faltavam cinco minutos para as 11 horas quando os dois se fecharam no gabinete de Dilma e, de acordo com auxiliares da presidenta, acertaram a sua saída, de forma amigável e Palocci decidiu pedir demissão, não sem avisar que vai se defender das acusações com processos na Justiça.

A conversa de 50 minutos acabou por atrasar a cerimônia Rio + 20 que Dilma ia presidir no segundo andar do planalto. Os dois, no entanto, chegaram juntos à cerimônia e, mesmo com a sua saída do governo já acertada, participou da solenidade, como se nada estivesse acontecendo, esbanjando, inclusive sorrisos para todos os lados.

Após a solenidade, Palocci ainda participou com Dilma do almoço com o PTB, no Palácio da Alvorada. Depois, de volta ao Planalto, por volta das 16h, assim que Dilma encerrou uma reunião com o setor elétrico, a presidenta convocou Palocci, a ministra da Comunicação Social, Helena Chagas, e o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, para acertarem como seria o anúncio de sua saída.

O Palácio nega que tenha havido demora na substituição de Palocci e afirma que o “timing” foi o correto, após a decisão da Procuradoria Geral da República que o inocentaria de ter praticado irregularidades. No Planalto, assessores de Dilma dizem que a demissão de Palocci foi um somatório de coisas que vem acontecendo dia a dia.

Dilma conversou com Lula. Mas assessores próximos a ela asseguram que foi uma escolha pessoal. Dilma tem afinidade pessoal com Gleisi, a quem chama pelo apelido de “Loura”. Dilma disse que Gleisi tem sido uma senadora atuante e elogiou muito o seu trabalho e posicionamento no Congresso, durante a votação do salário mínimo. Na ocasião, Dilma chegou a ligar para o seu marido, o também ministro Paulo Bernardo (Comunicações), para dizer que gostou muito da atuação “da Loura”. Ressaltou ainda que, em outras oportunidades, Gleisi foi a primeira a sair em defesa do governo, o que agradou a presidenta.

Dilma lembra que Gleisi tem um lado técnico, já que foi diretora de finanças em Itaipu e se saiu muito bem no cargo, assim como se saiu muito bem, também, nos primeiros cinco meses à frente do Congresso, quando fez as melhores e mais veementes defesas do governo, na avaliação da própria presidenta Dilma. Ela vai atuar como gerente e na articulação política.

Gleisi Helena atuou no Poder Executivo

Curitiba (AE) – Mulher do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, Gleisi Helena Hoffmann, de 45 anos, já atuou por duas vezes em setores do Poder Executivo, como secretária extraordinária de Reestruturação Administrativa no primeiro mandato de Zeca do PT à frente do governo de Mato Grosso do Sul, em 1999, e como secretária de Gestão Pública da Prefeitura de Londrina, em 2001. Também foi a responsável pela Diretoria Executiva Financeira da Itaipu Binacional entre 2003 e 2006.
Gleisi Helena foi diretora financeira da Itaipu Binacional
Nascida em Curitiba no dia 6 de setembro de 1965, formou-se em Direito em 1989. Ela já tentou por uma vez, em 2008, conquistar o cargo de prefeita da capital paranaense, mas foi derrotada por Beto Richa (PSDB), hoje governador do Estado. Antes, em 2006, havia tentado uma vaga no Senado pela primeira vez, conquistando 45,14% do total da votação. Na segunda tentativa, no ano passado, foi a candidata mais votada para o cargo com mais de 3,1 milhões de voto. Contou particularmente com o apoio integral do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da candidata Dilma Rousseff.

O ministro das Comunicações de Dilma é seu segundo marido, com quem tem dois filhos, João Augusto e Gabriela Sofia. A militância política vem dos tempos de estudante nos colégios Nossa Senhora da Esperança e Nossa Senhora Medianeira, com os grêmios estudantis e, posteriormente, como dirigente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes). Gleisi fez também especialização em Gestão de Organizações Públicas e Finanças Públicas.

O movimento estudantil colocou-a em contato com o PCdoB, seu primeiro partido político. Mas o contato com a classe política veio no período da faculdade quando, para pagar os estudos, passou a trabalhar como assessora parlamentar na Assembleia Legislativa do Paraná e, posteriormente, como assessora do então vereador Jorge Samek, que se elegeu pelo PMDB, na Câmara Municipal de Curitiba. O mesmo Samek que mais tarde a levaria para um cargo em Itaipu Binacional, ocupado pela primeira vez por uma mulher, e que a conduziu ao PT em 1989.

Em entrevista na época da campanha eleitoral para a prefeitura de Curitiba, Gleisi destacou que foi nesse período que ela se interessou por orçamento público. “O PT precisava entender sobre o orçamento de Curitiba para poder estabelecer seus debates políticos a respeito das prioridades de investimentos na cidade”, justificou. O interesse pela política levou-a à liderança dos petistas no Paraná, onde chegou a presidir o partido, e a participar do diretório nacional do PT.

Brasília descortinou-se para Gleisi em 1993, quando foi trabalhar no Congresso Nacional, particularmente na Comissão de Orçamento. Depois integrou a equipe de Zeca do PT, em Mato Grosso do Sul, coordenando uma equipe que conduziu uma reforma administrativa, reduzindo secretarias e cargos em comissão. Também esteve à frente da organização do sistema de Previdência dos servidores estaduais.

Como secretária durante a gestão do prefeito Nedson Micheletti em Londrina, Gleisi iniciou a discussão sobre o plano de carreira dos servidores e implantou o pregão eletrônico para compras, gerando economia de 30%. A nova ministra-chefe da Casa Civil foi uma das que trabalharam juntamente com o ex-ministro Antônio Palocci e Dilma Rousseff na equipe de transição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2002.

A recompensa veio com o cargo de diretora financeira de Itaipu Binacional, onde comandava, á época, um orçamento anual superior a US$ 3 bilhões. Foi de sua equipe que nasceu o sistema de gestão integrada com o Paraguai. Como única mulher na diretoria, Gleisi era uma das vozes mais ativas na expansão do serviço de saúde, na criação de uma rede de combate à prostituição infantil e no atendimento à vítima de violência.

Analista vê prejuízos políticos

São Paulo (AE) – A perda maior para o governo Dilma Rousseff com a demissão do ministro da Casa Civil, Antônio Palocci, recai sobre o plano político, afirma o analista político da Tendências Consultoria Integrada Rafael Cortês. Na avaliação dele, o ex-ministro detinha dois atributos essenciais: bom trânsito dentro Partido dos Trabalhadores (PT) e aproximação com o mercado financeiro, o que fazia dele um bom quadro para o governo.

Para Cortês, a saída de Palocci retira de imediato uma agenda negativa do centro do governo, mas amplifica um problema do governo Dilma, que é a articulação política junto à base aliada e aos parlamentaristas. “A saída do ministro Palocci atenua o desgaste político que foi muito grande até pelo seu histórico, que já havia deixado o governo na gestão Lula por conta da quebra de sigilo do caseiro (Francenildo Costa) e por conta da falta de capacidade do ministro de dar respostas às acusações que pesam sobre ele”, disse.

Neste sentido, avalia o analista, a demissão de Palocci melhora a situação do governo porque ao mesmo tempo que tira a agenda negativa, traz para a Casa Civil um nome novo, de Gleisi Hoffmann, que é esposa do ministro Paulo Bernardo, que tem bom trânsito no PT e que não traria, para o governo, risco de ser alvo de acusações.

“Com certeza esse deve ter sido um dos critérios que Dilma Pensou ao indicar A Gleisi Hoffman”, disse. Para Cortês, Gleisi deverá contar com algum certo suporte do partido. “Não é um nome que o PT vai queimar rapidamente. Se bem que, quando se pisa na Casa Civil, sempre aparece alguma coisa”, brincou o analista, lembrando os casos dos ex-ministros da Casa Civil José Dirceu e Erenice Guerra.

Em termos de eficiência, de acordo com o analista da Tendências Consultoria Integrada, a demissão do ministro Antônio Palocci da Casa Civil, não vai garantir ao governo navegar por águas tranquilas a não ser que a presidenta Dilma Rosseff mude o seu estilo. A avaliação de Cortês é que a presidenta não é muito dada ao trabalho de articulação política com as bases aliadas e como os parlamentares. “Dilma não é voltada a sentar à mesa para ouvir e criar um canal de comunicação com os parlamentares. E os líderes partidários gostam de estar próxima do presidente da República”, comenta Cortês, para quem o estilo de Dilma, se não for alterado, vai sobrecarregar a nova ministra chefe da Casa Civil.

Plano Econômico

No plano econômico, a saída de Palocci, segundo o analista político da Tendências Consultoria Integrada, não deixa de ser uma perda, porque o mercado o via como um líder dentro governo e defensor de uma agenda liberal. Para Cortês, no projeto macroeconômico, a despeito da falta de proximidade de Dilma com Palocci, as decisões no âmbito macroeconômico sempre tiveram a presença do ministro, embora o mercado sempre tenha achado que a presidenta nunca deu ao ministro o poder que o ministro deveria ter recebido.

Por outro lado, o que deverá atenuar a saída de Palocci, do ponto de vista do mercado, é que a nova forma de condução da política monetária implementada pelo Banco Central nada tem a ver com a linha liberalista de Palocci, especialmente as medidas de caráter macroprudenciais. “Neste caso, o mercado vai perceber, aos poucos, que ele nunca teve tanto poder assim”, prevê Cortês.

Senadora afirma que não vai ter função de articulação

Brasília (AE) – Na primeira entrevista concedida depois de indicada para substituir o ministro Antonio Palocci na chefia da Casa Civil, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) garantiu que a articulação política do governo não faz parte das atividades que assumirá quando tomar posse amanhã. Gleisi falou aos jornalistas numa das comissões do Senado, rodeada de colegas petistas, entre eles, o líder Humberto Costa (PE) e a senadora Marta Suplicy (SP). Ela agradeceu à presidente Dilma pela confiança em sua capacidade de trabalho.

“Vou fazer o trabalho que a presidente Dilma está pedindo, que é um trabalho com foco em gestão. Ela quer o funcionamento da Casa Civil na área de gestão, de acompanhamento dos projetos. A presidente disse que meu perfil se encaixa ao que ela pretende na Casa Civil. É uma ação de gestão, é com isso que eu estou comprometida”, afirmou, lembrando que conhece Dilma desde quando trabalharam na equipe de transição do primeiro governo do presidente Lula.

Sendo Palocci o terceiro ocupante da Casa Civil que deixa o cargo por não conseguir se defender de denúncias – após José Dirceu e Erenice Guerra – a nova ministra negou a existência de uma “maldição” no cargo. “Não há maldição na Casa Civil”, rebateu. “Temos um projeto extraordinário de transformação desse País, que inclui mudanças na vida das pessoas, é com esse projeto que estou comprometida”, referindo-se ao compromisso que diz ter com o projeto de inclusão social do governo Dilma. Gleisi adiantou que ao contrário do que ocorre hoje no Senado, adotará uma postura diferente na Casa Civil, sem discriminar as propostas sugeridas por senadores da oposição. “Vou conversar sobre a relação no Senado, falar dos meus posicionamentos inclusive com os senadores da oposição, a quem respeito muito”, disse.

Aliados não reagem com entusiasmo à substituição

Brasília (AE) – O PMDB recebeu mal a indicação da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) para substituir Antonio Palocci no comando da Casa Civil. O que irritou peemedebistas que se mantiveram firmes na defesa de Palocci foi o fato de o cargo ter sido entregue exatamente à petista que “pediu a cabeça do ministro”.

Dirigentes peemedebistas consideraram “surrealista” que uma petista que esteve na linha de frente do “fogo amigo” contra Palocci ocupe o lugar dele. Maior partido da base aliada e “sócio do governo” na condição de inquilino da Vice-Presidência da República, o PMDB não participou e nem sequer acompanhou as articulações em torno da troca de comando na Casa Civil. O vice-presidente Michel Temer só foi chamado ao Palácio do Planalto por volta das 17h de ontem, quando já estava tudo decidido. Foi comunicado pela presidente Dilma Rousseff de que Gleisi fora a escolhida.

Além do comunicado ao vice, a única sinalização enviada ao PMDB foi a de que, ao menos por enquanto, não deverá haver “mexida” na articulação política do governo, além da troca de ministro. Nem tudo é negativo para o PMDB na crise Palocci. A cúpula do partido avalia que, independentemente do desfecho, o episódio “zerou o jogo” porque mostrou a importância do partido na estabilidade política do governo. Afinal, a saída do ministro se deu na iminência de o Senado reunir as 27 assinaturas de senadores necessárias à criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o crescimento do patrimônio do ministro e a suspeita de tráfico de influência. Neste ponto, eles concordam com a comparação da nova ministra, que remeteu o momento atual à crise do mensalão, que pôs em risco a governabilidade.

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