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Pandemia à deriva

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Alex Medeiros 
O escritor e jornalista espanhol J. J. Benitez, 74 anos, tem mais de 60 livros publicados ao longo de uma longeva carreira, tendo vendido milhões de exemplares em todo o mundo. Minha geração o conhece desde os anos 1980, talvez o período em que mais consumimos leitura, estimulados pela boa safra de livros afinados com os nossos anseios e buscas juvenis numa conjuntura de mudanças de azimute. Benitez nos atraiu com sua Operação Cavalo de Troia.
Com o primeiro volume, preencheu nossas estantes com uma viagem no tempo buscando Jesus. Naquela década produtiva, sua narrativa se juntou a obras como As Brumas de Avalon, de Marion Bradley; Crônica de Uma Morte Anunciada, de Gabriel Garcia Marquez; A Insustentável Leveza do Ser, Milan Kundera; O Nome da Rosa, Umberto Eco; A Cor Púrputa, Alice Walker; A Fogueira das Vaidades, Tom Wolfe; e As Areias do Tempo, Sidney Sheldon.
Antes da saga dos astronautas que voltavam no tempo para presenciar a vida, morte e ascensão de Jesus Cristo, ele já tinha escrito Os Astronautas de Javé e Rebelião de Lúcifer, um ensaio e um romance inserido naquele esoterismo.
Muitos de nós deixamos pelo caminho parte da continuação das aventuras baseadas num dossiê de viagem dos astronautas que estiveram com Cristo e demais personagens citados no Nova Testamento. A saga tem nove livros.
Do grupo de autores que citei acima, ele e Sheldon talvez sejam os únicos que eu perdi contato de leitura. Em 2012, li Benitez dizendo em Porto Alegre que a obra não era imaginação, e soube depois que seu último trabalho foi em 2013.
Ontem, até pensei que o escritor havia morrido, entrado na lista fúnebre da Covid-19, ao ver seu nome nos principais sites da Espanha. Felizmente, era seu retorno às livrarias com um novo romance, baseado numa outra viagem.
A nova viagem é um cruzeiro que ele próprio realizou com a esposa, Blanca, ao redor do mundo. Na verdade, uma segunda volta no planeta. O longo título é de um relato: “A Grande Catástrofe Amarela – Diário de um Homem Quieto”.
A história real transformada em literatura começa em 12 de janeiro quando o casal embarca no grande navio Costa Deliziosa, no porto de Barcelona, e o que poderia ser um delicioso passeio se complica no meio do Oceano Pacífico.
O navio é um gigante de 292 metros de comprimento, 33 metros de largura, pesando 90 mil toneladas, oito metros de calado, treze decks, três motores de 35 mil cavalos cada um, vários motores laterais e duas hélices poderosas.
J. J. Benitez não poderia esperar nada errado, posto que é um expert em cruzeiros, tendo já feito umas quinze travessias em diferentes companhias marítimas. Mas no alto mar, veio a notícia de que o mundo sofrera um ataque.
Com o anúncio do avanço do coronavírus pelos continentes, veio a ordem proibindo qualquer pessoa de desembarcar do navio, provocando restrições a bordo, desentendimentos entre tripulantes e passageiros e o confinamento.
Após os primeiros desconfortos, o escritor encontrou a alternativa para superar o desespero coletivo no navio. Começou a escrever uma desventura em alto mar por causa de uma pandemia que parecia anunciada, pelo menos em livro.
Atento a cada problema, a cada reação das pessoas, ele foi criando os personagens e construindo tramas. Com mais de dez nacionalidades distintas a bordo, ele fez da mistura de raças um drama digno de um filme de suspense.
Na divulgação da Editora Planeta, A Grande Catástrofe Amarela é uma mistura estonteante de aventura, medo e esperança. Começa com um mistério numa carta não lida, que só será aberta ao final do livro, um romance da pandemia.
Gravíssimo
O ministro da Economia, Paulo Guedes, revelou na Veja que o presidente da Câmara Federal, o governador de SP e membros do Judiciário tramaram um golpe para derrubar o presidente da República. Se verdade, é um escândalo.
Tem que apurar
Guedes disse que outros governadores faziam parte do golpe e que ele avisou a vários ministros do Supremo. Só no Brasil um fato grave assim não é apurado pelas Forças Armadas, PF e Justiça. Se mentira, prendam o Guedes.
Repeteco
O caso se assemelha quando em 1964 diversos governadores receberam ajuda financeira dos EUA para ajudarem a desestabilizar o governo João Goulart. Para receber a grana, precisavam atingir um tal “índice ideológico”. 
Ministros presos
O hacker Walter Delgatti Neto deu entrevista exclusiva ao canal CNN e confirmou que promotores da Operação Lava Jato articulavam com o então juiz Sergio Moro a prisão dos ministros do STF, Gilmar Mendes e Dias Toffoli.
Aglomerações
Só falta alguma “otoridade” mais radical querer impor por decreto bons modos ao povo, tornando-o mais paciente e disciplinado durante eventos e compras. Não será fácil desmanchar uma cultura e uma tradição iniciada nas cavernas.
Propaganda
O governo de São Paulo aumentou em quase 70% a verba para gastos com publicidade em 2021. Comparado com os números do RN ou Paraíba, a bolsa da viúva paulista é uma fortuna, vai salvar Folha, Estadão, Veja, o escambau.
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