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Pandemia da Covid-19 atinge setor das academias de forma direta

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O profissional de Educação Física foi uma categoria frontalmente atingida pelas medidas tomadas pelos governantes, no sentido de combater a disseminação da Covid-19. Os educadores perderam espaço de trabalho com o fechamento das academias, escolas e clubes e muitos se encontram em situação delicada para conseguirem cumprir os compromissos, com o achatamento dos salários. O diretor-administrativo do Conselho Regional de Educação Física, Adriano França, destaca que os profissionais estão muito preocupados com a possibilidade do desemprego em massa, uma vez que muitos trabalham em pequenas academias e que atualmente se encontram sem qualquer tipo de faturamento.
Muitas academias pelo país investiram na desinfecção de equipamentos, no entanto, os próprios alunos não se sentem seguros

França ressalta a necessidade de debater a situação com as autoridades com razoabilidades, até porque a atividade física se encontra intrinsicamente ligada a condição da saúde. Por isso considera o debate importante para que se encontrada uma saída que se não der para ser boa para os profissionais, possa, ao menos, ser menos prejudicial aos educadores neste período de insegurança.

“A questão que evolver a saúde pública nesse momento de tormenta onde estamos vendo tantas vidas perdidas preocupa, assim como a parte econômica desse universo em que o educador físico milita. É bastante difícil a situação, apesar de colocar sempre a saúde em primeiro lugar, estamos preocupados com a questão econômica também. A maior preocupação se dá em torno dos proprietários de pequenas academias, que ajudam a aquecer o mercado de trabalho em nosso estado empregando aquele profissional que ainda está em fase de consolidação da carreira, em sua maioria. Pelos que temos acompanhado, o fechamento dessas unidades, deixou alguns profissionais em sérias dificuldades financeiras e a expectativa é saber se alguns desses postos de trabalho serão reabertos quando acabar tudo isso”, destacou Adriano França.

De uma forma geral, como conselho, a entidade deve cumprir a determinação do governo e, mesmo ciente das dificuldades dos proprietários, defende que não ocorra desobediência civil a questão do isolamento social estabelecido pelo governo do RN, onde não está previsto liberação para o funcionamento das academias. Mesmo com a medida indo de encontro a uma recente medida provisória publicada pelo presidente Jair Bolsonaro, classificando as academias na ala dos serviços considerados essenciais, liberando a abertura delas.

“Temos recebido denúncias sobre o funcionamento clandestino de algumas academias e estamos fazendo o nosso papel, que é repassar as denúncias aos órgãos competentes para realizar esse tipo de fiscalização. É importante traçar uma linha de separação entre as atribuições do Conselho Regional de Educação Física e as autoridades competentes para realizar as fiscalizações, papel hoje desempenhado até pela Polícia Militar. O conselho é responsável por fiscalizar o exercício profissional, no sentido de assegurar que as pessoas estão sendo atendidas por profissionais habilitados na área. A parte de irregularidade de funcionamento, apesar do acompanhamento que realizamos, cabe especificamente ao governo do estado e o Ministério Público esses são os responsáveis em punir o funcionamento ilegal das academias”, ressaltou.

Como a crise é uma questão mundial e atinge todas as gamas de profissionais, Adriano França entende que o auxílio emergencial concedido pelo governo, passou a ser a única fonte de recursos de muitos profissionais da Educação Física que atuam na iniciativa privada ou como empreendedores. Então o conselho está procurando abrir diálogo com algumas instituições financeiras, na busca de facilitar o acesso não apenas ao auxílio, mas também aos financiamentos com juros mais baixos propostos para os empreendedores.

“Dentro de uma crise financeira de nível tão amplo, as medidas de apoio e de suporte devem ser formuladas com bastante celeridade. Em virtude disso o Conselho Regional tem acompanhado e cobrado junto ao conselho federal e demais esferas de proteção ao profissional de Educação Física uma forma de financiamento que possam auxiliar na retomada dos trabalhos nas academias. Esse tipo de recurso tem de vir dos governos, pelo fato de os conselhos não terem capacidade financeira de prestar tamanho auxílio”, disse França.

Aliado a essa cobrança, em termos do Rio Grande do Norte, a entidade vem conversando com autoridade estaduais e municipais, no sentido de encontrar alternativas para amenizar o impacto danoso, provocado pela pandemia de Covid-19. A ideia tentar a redução de cobranças de taxas e impostos durante um certo período de tempo, para dar aos proprietários das academias tempo de se recuperar financeiramente, reduzindo a ameaça do desemprego.

“Temos por volta de seis profissionais registrados em nosso conselho e por volta de mil academias também. São pelo menos 30 mil pessoas que tiveram as vidas afetadas pela paralisação das atividades. Precisamente não temos o universo de quantas famílias e quantas pessoas estão sendo afetadas neste momento no RN, pelo fato de existires dois tipos de impacto: o direto e o indireto, mas temos certeza de que os números são bem significativos e preocupantes”, salientou o presidente do Conselho Regional de Educação Física.

Apesar de entender que a Educação Física é um quesito importante tanto para saúde física quanto mental, além de classificar como importante o papel das academias para sociedade, o Conselho Regional defende a abertura das mesmas apenas com totais garantias de segurança aos alunos e educadores.

“Possuímos um parecer publicado por especialistas que concluiu pela necessidade de seguir as orientações das autoridades sanitárias no tocando ao combate a propagação do coronavírus. Então essa retomada deve atender a uma pergunta: como retomar as atividades com segurança? Neste sentido os próprios donos de academia estão debatendo e formulando propostas com a medidas que poderiam ser adotadas nos estabelecimentos para garantir a integridade dos usuários. A questão não é só abrir, o debate é bem mais amplo uma vez que envolve segurança sanitária, enquanto nada de novo ocorre, vamos avaliando a melhor forma para propiciar a retomada dos nossos trabalhos”, reforçou Adriano França.

Outra questão que tem de ser levada em consideração, na ótica do conselho, é se o aluno, frente ao ambiente de incertezas em relação a doença e a disseminação do coronavírus, irá se sentir seguro para continuar frequentando as academias, principalmente aquelas que operam em ambientes fechados, o que sinaliza a necessidade de um trabalho bem mais amplo.

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