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Papa pede união das Coreias

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São Paulo (AE) – No segundo dia de sua visita apostólica à Coreia, o papa Francisco pediu ontem aos seis mil jovens de 23 países que participam da 6ª Jornada da Juventude Asiática, que rezem pela unificação das duas Coreias, separadas há 64 anos em dois países de regimes ideológicos irreconciliáveis – o capitalismo no Sul e o comunista no Norte. “Convido vocês a rezar em silêncio pela união das Coreias. Mas há duas Coreias? Não, há apenas uma, mas está dividida, a família está dividida. E isto é um sofrimento”, disse o papa no Santuário dos Mártires, na cidade de Solmoe. Ao desembarcar, quinta-feira, em Seul, Francisco advertiu que o mundo está cansado de guerras e declarou seu apoio aos esforços pela reconciliação e estabilidade na Península Coreana.
Francisco cumprimenta freiras antes da missa em Daejeon
Ontem, o governo sul-coreano criticou os lançamentos de três foguetes de curto alcance, feitos quinta-feira pelo Exército da Coreia do Norte no Mar do Japão “no dia em que o papa levava a Seul uma mensagem de paz e reconciliação” e exortou o regime do ditador Kim Jong-un a “parar com provocações irresponsáveis”.

A Coreia do Norte declarou que os lançamentos dos mísseis foram programados para celebrar o 69º aniversário da libertação do país (do Império Japonês). Segundo a agência estatal KCN, o teste de “potentes mísseis foi efetuado sob a supervisão direta do marechal Kim Jong Un. O primeiro míssil foi disparado poucos minutos antes de Francisco desembarcar em Seul, depois de 11 horas e 22 minutos de viagem, desde a Itália.O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, declarou que “os lançamentos feitos pelo regime não representam algo excepcional”.

Na parte da manhã, Francisco celebrou missa para cerca de 50 mil pessoas no estádio de Daejeon, construído para a Copa do Mundo de Futebol de 2002, a 150 quilômetros da capital. Falando em inglês, o papa exortou os cristãos coreanos a serem uma “força generosa de renovação espiritual, em todas as esferas da sociedade” e os aconselhou a combater o “fascínio do materialismo, que sufoca os autênticos valores espirituais e culturais, como ambém o espírito de competição desenfreada, que gera egoísmo e conflitos”.

O papa pediu ainda aos cristãos que rejeitem “os modelos econômicos desumanos, que suscitam novas formas de pobreza e marginalizam os trabalhadores, bem como a cultura da morte, que desvaloriza a imagem de Deus, o Deus da vida, e viola a dignidade de cada homem, mulher e criança”. Francisco concluiu a homilia com um apelo para que os fiéis não abandonem a esperança, “que é um antidoto contra o desespero, que parece se alastrar como um câncer na sociedade”. Dirigindo-se aos jovens, fez uma exortação final: “Nunca deixem roubar a esperança!”

No fim da tarde, o papa visitou a Universidade Sogang, criada em 1970 pelos padres jesuítas. Foi recebido com muito entusiasmo num ambiente descontraído, por professores e estudantes. Francisco mostrou-se sensibilizado com o questionamento de uma moça do Camboja, que lhe perguntou por que seu país não tem até hoje um santo canonizado.

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