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Papa vê religião marginalizada

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LONDRES (AE) — O papa Bento 16 disse ontem durante visita à Grã-Bretanha que a religião e o cristianismo, em particular, estão sendo marginalizados. As declarações foram feitas durante discurso considerado histórico no Parlamento britânico para políticos, líderes religiosos e personalidades. “Não posso deixar de externar minha preocupação com a crescente marginalização da religião, especialmente da cristandade, que ocorre em alguns setores, mesmo em nações que valorizam muito a tolerância”, disse ele. “Existem alguns que defenderiam que a religião se calasse ou que pelo menos fosse relegada a um âmbito puramente privado.”

“Há também os que defendem que celebrações públicas de festas como o Natal devem ser desencorajadas, sob o questionável argumento de que elas poderiam, de alguma forma, ofender pessoas de outras religiões ou de nenhuma.”

Crianças
Em uma missa celebrada na Abadia de Westminster em conjunto com o arcebispo de Canterbury, líder espiritual da Igreja Anglicana, Rowan Williams, o papa disse que “em uma sociedade que se torna cada vez mais indiferente ou mesmo hostil à mensagem cristã”, os fiéis deveriam “falar com ainda mais alegria e de forma convincente” de suas crenças.

As duas igrejas romperam em 1534. Ambos os líderes ressaltaram a importância de o cristianismo não ser visto como uma ameaça à liberdade. Mais cedo, o papa falou a cerca de 4 mil crianças estudantes de uma escola cristã em Londres. Ele disse que a segurança das crianças é fundamental, em uma referência aparente aos escândalos de pedofilia na Igreja.

O papa também disse que carreira e dinheiro não são suficientes para a felicidade, enquanto que a satisfação verdadeira poderia ser encontrada em Deus.

Mais cedo na sexta-feira, a polícia de Londres anunciou que havia detido seis suspeitos, a maioria deles argelinos, por suposto envolvimento com uma possível ameaça ao papa. O atual nível de ameaça para a Grã-Bretanha é “forte”, o que significa que os setores de segurança acreditam que um ataque é “altamente provável”.

Em sua visita, o papa vem sendo recebido por multidões de fiéis e também protestos organizados por entidades contrárias à presença do religioso no país. Muitos dos manifestantes lembram os casos de pedofilia envolvendo padres.

Autoridades policiais da Inglaterra e da Escócia passaram meses planejando a operação de segurança para a visita do papa à Grã-Bretanha. A operação de segurança incluiu avaliação de ameaças, medidas para segurança durante movimentação do papa e a necessidade potencial de controle de multidões. No total, a conta da operação de segurança pode chegar a 1 milhão de libras (quase R$ 2,7 milhões).

Seis homens são presos por ameaça “terrorista”

Londres (AE) – A polícia britânica prendeu seis homens, suspeitos de preparar um ataque “terrorista” ligado à visita de Estado realizada pelo papa Bento XVI na Grã-Bretanha, informou a Scotland Yard nesta sexta-feira. Há buscas em andamento em localidades de Londres, de acordo com a polícia.

O papa Bento XVI está em Londres para o segundo dos quatro dias de sua visita à Grã-Bretanha. Primeiro, foi anunciada a prisão de cinco suspeitos, com idades entre 26 e 50 anos, em um depósito de lixo no centro da capital. Os cinco trabalhavam como lixeiros, mas a polícia ainda não identificou seus nomes nem suas nacionalidades. Horas depois, foi informada sobre a prisão de um sexto suspeito, de 29 anos, também por possível envolvimento com “atos de terrorismo”, informou a Polícia Metropolitana.

A polícia informou que essa sexta prisão, ocorrida às 13h45 (hora local), está relacionada às anteriores. A polícia disse ainda que um total de oito casas no norte e leste de Londres e dois endereços comerciais no centro da cidade estão sob investigação.

Funcionários disseram que as denúncias sobre um plano potencial foram recebidas durante a madrugada, motivando as cinco prisões na manhã de sexta-feira. Os homens foram interrogados, mas ainda não estão formalmente acusados. Até o momento, as buscas não encontraram nenhum material potencialmente perigoso.

O Vaticano informou, após as prisões, que o papa foi informado sobre o fato, mas não pretende mudar sua agenda.

A visita do papa dividiu a Grã-Bretanha, um país de maioria protestante, mas fortemente secular. A presença do pontífice foi empanada pelas recentes denúncias de abusos cometidos por autoridades da Igreja Católica.

O pontífice foi recebido pelo arcebispo de Canterbury, Rowan Williams, nesta sexta-feira. A meta do encontro era mostrar a união entre as duas igrejas católicas, formalmente divididas.

O principal evento da agenda papal nesta sexta-feira é um discurso no Parlamento, à tarde, endereçado a políticos, empresários e autoridades culturais britânicos. Ele deve enfatizar a necessidade de justiça nas políticas públicas. No sábado, o papa falará aos fiéis durante uma celebração a céu aberto no Hyde Park.

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