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Papi deve reabrir em setembro

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A diretoria do Hospital Papi  prevê a reabertura da unidade para o mês de setembro, mas ainda estuda os serviços e a estrutura a serem disponibilizados.  Ontem, um grupo de funcionários do Papi, fechado desde maio deste ano, fez protesto em frente ao prédio onde funcionava a instituição, no bairro do Tirol, em Natal. Mais uma vez, a reivindicação é pelo pagamento de salários e benefícios em atraso, bem como das rescisões dos trabalhadores que foram demitidos. A direção afirmou que espera quitar os débitos com créditos junto à devedores também a partir da reabertura do hospital.
Durante protesto, ontem, advogado Adilson Júnior disse que Papi espera levantar R$ 650 mil de créditos pendentes para quitar dívidas
A movimentação reuniu cerca 30 pessoas. Após tentarem conversar com representantes da direção, os manifestantes foram para a entrada principal do hospital, onde realizaram o ato. Segundo Willian da Silva, auxiliar administrativo e representante dos funcionários do Papi, o grupo espera uma definição em relação aos pagamentos em atraso. “Só queremos o pagamento do que está atrasado. Tem funcionário que não recebe desde maio. Há casos de gente que ficou três anos sem ter o FGTS depositado. Só queríamos que a empresa nos desse um posicionamento definitivo sobre quando teremos os nossos direitos”, afirmou o funcionário.

Boa parte dos participantes da manifestação de ontem era de ex-funcionários. Todos eles tinham algum tipo de pagamento em atraso. Uma delas era a recepcionista Irani Dantas, que trabalhou 14 anos no setor de urgência do Papi e aguarda o pagamento dos vencimentos referentes a maio deste ano. “Vejo como uma falta de respeito, uma vez que tem pessoas que só tinham isso aqui e agora estão sem nada. Só buscamos os nossos direitos e mais nada”, lamentou ela, que ainda aguarda a assinatura da rescisão. Os funcionários estimam que cerca de 600 trabalhadores foram dispensados. Contudo, o Papi contabiliza apenas 118 rescisões assinadas.

Segundo a assessoria jurídica do Papi, a direção espera levantar cerca de R$ 650 mil através de créditos que estão pendentes de pagamento junto a planos de saúde, convênios junto ao município de Natal, o Governo do Estado e as Forças Armadas. Os recursos seriam usados para pagar parte dos direitos trabalhistas e possibilitariam a reabertura do hospital. “Estamos tentando discutir junto com os funcionários uma reunião no Ministério Público do Trabalho (MPT), onde iremos propor um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) para pagar os benefícios em atraso, através destes créditos que temos com entes públicos e planos de saúde. O restante da dívida com os funcionários será paga a partir da arrecadação futura vinda da reabertura do hospital. Contudo, para isso, estamos negociando um adiantamento dos valores pagos pelos planos de saúde”, disse a advogada Thaiane Cruz, representante do setor jurídico do Papi.

Adilson Júnior, também representante do setor jurídico do Papi, informou que a direção já negocia com planos de saúde a mudança na forma de pagamento dos serviços prestados pelo hospital. “Do jeito que está hoje, o hospital realiza um determinado procedimento e o plano de saúde demora 90, 120 dias para efetuar o pagamento. Isso gera um déficit. Desta forma, estamos buscando diminuir esse prazo e também uma revisão da tabela de serviços”, detalhou ele.

A reportagem da Tribuna do Norte apurou que um investidor paulista, que já trabalha no setor de saúde, está negociando com a direção da unidade. A informação foi confirmada pelo advogados do Papi, que não revelaram de qual grupo se trata. Os representantes confirmaram também que as negociações com o grupo Ritz Property não evoluíram. “A venda para o Ritz não deverá ser concretizada”, disse Adilson Júnior.

Durante a manifestação, um dos representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde do RN (Sindsaúde) informou que o órgão já acionou judicialmente o hospital referente as diversas dívidas trabalhistas. O sindicato busca agora junto aos seus advogados uma forma de pedir judicialmente a penhora do prédio do Papi, para o pagamento dos benefícios em atraso.

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